5. Sucumbir

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Notas:
Músicas: Gravity - John Mayer / Life of the party - Shawn Mendes
Local da imagem: Consultório Dra. Hara - Cleveland, Ohio.
Ps.: o momento do play da música ficará explicito.
deixe-a tocando até o momento que for dito.

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Camila Cabello's Point of view

Já faziam alguns bons minutos que eu estava sentada na sala de espera para ser atendida pela Dra. Hara, minha psicóloga de infância que descobri atender em Ohio após uma procura incessante por uma consulta. Assim que o voo de Lauren saiu na terça, não perdi tempo em passar o resto da noite e o dia seguinte procurando uma forma de me ajudar, eu não poderia colocar esse peso nos outros e nem em mim mesma, já que não sei lidar. Foi quando na quarta de manhã logo após meu café, eu pensei em buscar psicólogos e me dei de cara com o anuncio da minha tão querida Dra.

Não hesitei em marcar para quinta-feira e corri para ligar para Lauren e dizê-la que estava fazendo o que lhe disse que faria. Mas ela não me atendeu. Resolvi mandar uma mensagem que até agora não havia sido respondida, entretanto, estou ansiosa para conta-la do meu grande passo em busca da minha saúde mental.

—  Camila Cabello. - Meu nome foi chamado pela secretária que pegou meus documentos na entrada. Ela era uma moça muito gentil, de cabelo loiro, olhos castanhos feito mel e um sorriso encantador. Me dirigi ao balcão lentamente. —  Pode entrar, a Dra já está a sua espera.

—  Tudo bem, obrigada. - Respondi cordialmente e me virei indo em direção à porta marrom que havia uma pequena placa em cima escrito "Dra. Hara Laiala - Psicóloga". Comecei a suar frio. Arrumei novamente a minha blusa branca simples de mangas compridas, conferi minha calça jeans e o meu saltinho bege. Tudo no lugar.

Pelo amor de Deus, Camila, não amarele.

Ao entrar na sala, dei-me de cara com uma senhora na faixa dos 50 anos sentada em uma poltrona marrom e aparentemente confortável, em um terninho preto simples mas muito bonito, olhando para mim com um sorriso complacente. Ela me reconhecia. Ou talvez só reconhecesse meu nome. Seu cabelo estava solto e era como sempre: curto e castanhos. E quando eu fiquei por alguns segundos parada na porta sem saber o que realmente fazer, ela se levantou e veio ao meu encontro.

— Olá, Mila. - Abraçou-me forte e não vi outra alternativa a não ser retribuir o aperto tão bom que aqueceu meu corpo momentaneamente. — Há quanto tempo não nos vemos, hein?

— A Sra. lembra de mim... estou surpresa e ao mesmo tempo feliz com isso. - Falei quando nos afastamos e sorri sincera em sua direção. Ela sempre teve aquele ar de... casa. E parecia que o tempo havia passado mas isso não havia mudado.

— Oh, não seja boba. Eu tenho uma memória muito boa e alguns pacientes são realmente difíceis de serem esquecidos, você é um deles! - Disse alargando ainda mais seu sorriso.

— Eu sou? Jura? - Perguntei realmente surpresa com esse fato.

— Claro... - Começou, mas antes de terminar, fechou a porta atrás de mim e puxou levemente a minha mão em direção à outra poltrona que havia em frente a sua. Cinza e aparentemente confortável também. — Venha, sente-se. Acho que teremos muito o que conversar.

Após devidamente acomodadas, ela me ofereceu água, o que recusei. Estava bem.

— Bom, voltando ao que eu ia dizendo, claro que você é uma paciente marcante. Não pelos problemas que enfrentou na infância e que lidamos juntas, mas porque você sempre foi cativante. Creio que em todo lugar que passa, deixa um pouco de si e é realmente difícil esquece-la. Todos na clínica adoravam você. E também, não existem muitas Camilas Cabellos por aí, eu creio.

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