Jack Going Back: Capítulo 4

22 1 0
                                    

Jack simplesmente não acreditava no que via com seus olhos:

- Meu Deus! Como você... Quer dizer... Você... Você estava me levando de volta para casa?

- Sim - disse o velho, serenamente - você é um Jeová, não é? Então não é difícil saber onde você mora.

O fato é que aquele velho homem levou Jack de volta para casa. O jovem saiu do carro tão ansioso que já estava esquecendo sua mala.

- Ei! Isso é seu! - gritou o homem, levantando a mala surrada do Jack.

- Obrigado! Obrigado mesmo! Obrigado por tudo! - Jack não sabia como agradecer - Aliás, você não me disse nem seu nome...

- Você também não me disse o seu... Você não se chama Jack, não é mesmo?

- Meu nome é Israel, na verdade.

- E o meu é Oséias - disse o velho, oferecendo a mão em cumprimento para Israel - Boa sorte com seu velho lá.

- Obrigado! E... Boa sorte com a sua esposa - retribuiu Israel.

- Eu vou fazer o que Deus está colocando no meu coração. - disse Oséias

- O que? - perguntou Israel.

- O que vou fazer com minha esposa, jovem Israel? - disse Oséias, enquanto entrava no seu velho fusca - Eu vou fazer o mesmo que Deus fez comigo. Fica com Deus - Oséias deu partida no seu carro e seguiu a estrada da sua vida.

Agora era Jack passando pela porteira da fazenda e ganhando a chance de voltar atrás, de voltar a ser apenas o pequeno Israel, o filho caçula. Mesmo depois daquela madrugada incrível, algo ainda tentava soprar no ouvido de Israel que ele não era digno o suficiente. Os passos saiam com dificuldade, as costas pesavam como se ele carregasse todos os pecados do mundo. Por que seu pai o aceitaria de volta? Afinal, ele já havia recebido a sua parte na herança, não tinha mais direito a nada. O que ele diria ao seu pai? Israel até começou a ensaiar uma resposta pronta: "Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados."

E Israel tentava criar força, e a cada passo que dava susurrava a frase, como quem quisesse decorar algo:

"Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados. Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados..."

Mas o peso dos seus erros não o deixaram mais andar. E Israel acabou se sentando numa pedra que havia ali no caminho.

"Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados. Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados..."

Israel repetia sem cansar, já em lágrimas...As lágrimas tomaram o jovem Israel de tal maneira que ele soluçava... E nem mesmo percebeu a voz do velho homem que vinha lá da casa grande, correndo o quanto suas pernas cansadas permitiam, e reunindo fôlego para o chamar, aos gritos, pelo seu verdadeiro nome:

- Israel! Israel!

"Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais dig..."

- Israel! Israel!Meu filho!

"...no de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados."

- Você voltou meu filho! - aquele homem se aproximava, aos prantos de felicidade.

"Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno..." - Israel chorava tanto que nem percebia que seu pai se aproximava, ainda que todo aquele esforço fisico custasse muito aquele velho homem.

- Israeeeeeeel!

- Pai! - finalmente Israel ouviu o grito daquela voz tão familiar. A seguir, levantou-se e foi para seu pai. Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou, com suas mãos enrugadas segurando a face do seu filho, tão firme quanto podia.

- Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho...

- Depressa! - ordenou o pai, emocionado, aos empregados que também vieram correndo, com medo que o velho Jeová tropeçasse no meio do caminho - Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. - dizia o pai, em prantos, abraçando e beijando o filho pródigo - Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado!

Contos BíblicosOnde histórias criam vida. Descubra agora