Loucura em Palavras

Loucuras de Escritor

Era uma nova galáxia. Cheia de estrelas e mundos. Os cometas iam e vinham. Um planeta era bem pequeno, outro era bem grande. O Universo Imaginário havia caprichado na diversidade.

Uma estrela se destacava. Ela era a maior. A mais chamativa. Quanto mais chegava perto, mais cores apareciam. Verde, amarelo, roxo, cinza... Tudo ia se misturando. Em cima dessa estrela multi-colorida, havia uma linda garotinha. Pele branca e cabelos negros. Os cachos passavam pelo seus ombros e iam até sua cintura. Diferentes cores passavam por seus olhos. O vestido de seda também era branco, e fazia com que ficasse confuso diferenciar sua pele da roupa. No seu pescoço, um colar de ouro estava empendurado. A letra W era o pingente, e brilhava como se fosse a estrela. 

Virei-me para trás e me deparei com uma outra estrela que crescia de segundo a segundo. Era negra como as trevas. Um bebê estava em cima dela. Seus olhos eram negros e seu cabelo também, assim como a estrela. O bebê me olhava com maldade, de um jeito que minha pele ficava arrepiada. Ele era do mal. Em seu pescoço também havia um colar de ouro. O pingente era a letra S.

Um pouco distante das duas estrelas, uma mini estrela iluminava tudo. Era a mais brilhante e a mais pequena. Não tinha nenhum humano em cima dela. Era a estrela mais curiosa que eu já havia visto. Ela não crescia. Ao contrário, parecia um coração pulsando rapidamente de segundo a segundo. Sua cor era roxo avermelhado. Seu formato era diferente. Era como se tivesse vários vulcões nela. Em sua volta, havia um colar, cujo pingente era a letra B.

Minha cabeça voltou para o mundo normal. De pijama, escorada no travesseiro da cama, o computador estava aberto, no site do Wattpad. A tela estava em branco, esperando uma história maluca para contar. Tentava entender a galáxia que tinha acabado de ir. Sem entender nada, comecei a achar que estava louca.

Entre várias semanas, minha imaginação voltava para aquele lugar. A estrela negra ia crescendo ainda mais, assim como o bebê em cima dela. A maior continuava como estava, mas a garotinha crescia ainda mais. Parecia que um dia era como um ano. Eu ainda tentava revelar o mistério daquele lugar. Comecei a botar no papel tudo o que acontecia. Todas as mudanças estavam relatadas em uma folha de um dos meus cadernos de aula. 

Até que, em uma noite, tudo fez sentido. A mini estrela parara de pulsar, e um bebê estava sobre ela. Uma linda menina. Seus olhos eram tão azuis. Parecia tão ingênua, mas ao mesmo tempo tão esperta. Conseguia sentir sua força a mais de mil quilômetros de distância.

E, com base nessa garota, eu comecei a escrever uma história. Uma história que ninguém entenderia. 

Uma das loucuras de escritor.

Lalah *-*