Ana ia todos os dias. Ela tentava, sempre, e não desistia.
Ela queria que não fosse assim. Mas Ana não manda. Ana não é ninguém.
Hoje era segunda, Ana iria á aquele lugar novamente, aquele lugar que ela tanto odiava.
Felipe estava lá também. Isso fazia tudo ficar melhor. Mas ela não esquecia que o Felipe não era assim. "Aquilo" era um Baile de máscaras, o baile mais realista que existia. Os maiores criminosos, corruptos, fugitivos, porque ali tudo era mentira. Afinal, as pessoas não são santas. As pessoas são cretinas, mentirosas. São tão mentirosas a ponto de mentirem até sobre suas mentiras.
Era assim como o baile funcionava. A Ana imaginava, criava e mentia também, porque aquilo era o mais necessário. E, então, no seu sono profundo, o escape do verdadeiro pesadelo da vida real, ela fazia o que queria. Bom, Felipe era o que ela queria, o baile não.
Ana não era assim há algum tempo atrás. Ela se machucou e, quando a gente se machuca demais, resolvemos cobrir as feridas com concreto.
O concreto então era uma solução para as pessoas. Mas em concreto se queima o pé no chão. Concreto não permite a entrada de chuva, nem de grão.
Eles não se davam conta, mas aquele baile em que eles mentiam, os corrompiam. Com aquilo, não haverá mais tempo bom.
Gi <3
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Loucura em Palavras
Short StoryUm livro com contos para transbordar emoções. Aventure-se nas histórias malucas de cada personagem, vivendo com eles uma vida cheia de mistérios e ficções. 14 de agosto de 2017 - 22 de março de 2018. © BatatinhasEscritoras