Era uma vez

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Era uma vez. Uma vez em que o Sol decidiu, mais uma vez, tentar falar com a tímida Lua. Uma vez em que os astros brilharam, deixando a noite sem medo do escuro. Uma vez, onde os planetas giravam e giravam, indo e vindo, sem rumo algum.

Era uma vez. Uma vez em que o mar chacoalhou-se, com a grande chuva chocando-se em suas águas. Uma vez em que o barco, lentamente, foi descendo as águas da imensidão azul. Uma vez, onde as sereias saltitavam e cantavam belas músicas, sentadas em diamantes birlhantes demais para olhos humanos.

Era uma vez. Aquela vez que o plano decidiu ser redondo. Que o quadrado decidiu ser retângulo. Que as metades decidiram se juntar e, assim, formaram um coração. Um coração tão grande para meus olhos, e tão pequeno para o exército de sentimentos.

Uma vez era. Em que tudo se inverteu. Em que palavras viraram letras. Letras viraram rabiscos, e se perderam na floresta imensa de linhas que havia em um caderno. Foram retirando-se do papel aos poucos, indo diretamente para a mente da garota.

Eis que era uma vez. Hoje já não é mais. Daqui a pouco, o que escrevo, será só mais mais um pedaço do conto. Logo, este conto será mais um desse pequeno livro virtual. E, este livro, será mais um entre bilhões.

Era uma pequena vez. Não tinha muita importância. Nem para mim, nem para você. Para nenhum de nós. Só para as pequenas crianças, que se iludem com estas histórias de princesas e lobos. Este "era uma vez" é importante para elas. Tão grande quanto seus pequeninos corações.

Era uma vez. Aquela típica vez em que você se demonstrou um ladrão. Era um ladrão de coisas raras e preciosas. E eu queria saber roubar estas coisas com a facilidade que você roubava. E você dizia, que eu já havia roubado uma. Eu queria muito saber de quem.

Era uma grande vez. A vez em que você finalmente admitiu de quem era a coisa que eu havia roubado. 

O Sol conseguiu conversar com a Lua. A noite perdeu seu medo do escuro. O mar acalmou-se. O barco chegou ao chão. Os olhos humanos conseguiram enxergar através da luz dos diamantes. As figuras geométricas se misturaram e formaram um só Universo. As metades fizeram o coração bater. Tudo estava em seu ritmo normal, com palavras formando contos,e contos formando livros. Estes livros passaram a ser reconhecidos por, pelo menos, alguma pessoa. As crianças ainda se iludiam em ser princesas. Você continuava a ser um ladrão.

Era uma vez, quando você dissera que roubei seu coração com tanta facilidade, assim como você roubou o meu.

Era uma vez, a nossa história de amor.

~Lalah *-*

Loucura em PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora