Minha Maior Conquista

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Sangue, sangue quente, sangue humano. Meu favorito.

"Eu não quero mais saber disto, Lucas!", "Não tem explicações!", "Não se atreva a dizer: não é o que você está pensando". Estas foram as últimas palavras humanas que troquei com Lucas.

Nós estavamos em uma balada quando tudo aconteceu. Eu sempre o avisei para não beber demais mas, naquela noite, ele o fez. Ele bebia como se sua vida dependesse daquilo. Idiota. Ele fazia aquilo porque eu não quis sair mais cedo de minha aula para vir aqui. Bêbado, com um sorriso cínico, ele me dizia: Vingança é um prato que se come frio, amor.


Quando me senti um tanto zonza por causa de tanta gente se apertando, avisei meu namorado que iria ao banheiro. Quando voltei, ele estava... Ah, vocês já sabem! Ele estava praticamente comendo alguma coitada, que nem sabia que ele namorava. Saí da balada arrasada. Eu não tinha carro, pois Lucas havia me levado. Era tarde, e em nossa cidade não havia transportes públicos a essa hora.

Resolvi sair de lá a pé mesmo, já que o apartamento que eu dividia com minha amiga não fica a mais de quatro quadras dalí. O caminho era escuro, as ruas estavam desertas. O que eu fiz para merecer isso!? O pior de tudo, eu senti alguém me vigiando. Pensei que fosse paranoia minha já que ninguém sai em sã consciência de um namoro que durou 3 anos.

Logo, passos pareceram fazer eco pelas ruas de Drangsnes. Eu estava com medo, apesar de saber que estava num dos países mais seguros do mundo. Vi, pela sombra de uma casa, cerca de 3 pessoas. Comecei a correr, e me virei pra trás para ter certeza que era o certo a se fazer. Um homem e duas mulheres com roupas de tons escuros, com algumas manchas vermelhas corriam muito rápido em minha direção. Estava já cansada, tentando esconder-me em um beco qualquer. Não iria dar tempo se continuasse correndo. A última coisa que vi antes de sentir uma morida forte foi "pessoas" estranhas, com pele muito branca, cabelos ruivos, dentes extremamentes brancos que, depois de um piscar de olhos, se tornaram vermelhos.

Acordei desnorteada. Estava em algum lugar à céu aberto. Por algum motivo que desconhecia, a luz do sol me incomodava muito. Minha pele, antes morena, agora era mais branca do que cocô de pombo. Conseguia ver pelo meu reflexo na chuva que havia caído e se acumulado numa poça, que meus olhos tinham pigmento vermelho, meus cabelo desta mesma cor.

Que merd* tá acontecendo?

Meu estômago roncava. Me levantei devagar analisando se minha roupa estava no lugar, vai saber né? Ainda desconfiada e com muito medo, segui para uma cafeteria. Eu não estava longe de casa. Independente do que acontece, meu estômago manda, eu obedeço. Entrei na cafeteria e comprei uma comida qualquer.

Essa não era minha fome. Eu desmaiei pouco depois de chegar em meu apartamento. Quando acordei, avistei um homem ensanguentado jogado no chão, e percebi que eu estava com o sangue dele. Aos poucos eu comecei a entender tudo. Aquelas pessoas que corriam atrás de mim há alguns dias eram vampiros. Meu avô era louco por vampiros, me fez ler toda a série de livros de A Rainha dos Condenados. Eu era uma deles. A raiva subiu na minha cabeça, quando ouvi um gemido. Um gemido que conhecia muito bem. Lucas. Eu o ataquei?

Lucas gemia de dor. Por que eu já não tinha acabado com ele enquanto não estava consciente? Me levantei, percebendo que ainda estava em meu apartamento. Ele não devia estar aqui. É meu apartamento. Se tem algo que não suporto são pessoas no meu território.

Escuto um rangido de madeiras vindo da cozinha. Eles estavam de volta.

Seria uma cena aterrorizante se eu não fosse uma deles. Sangue por todo o lado. Não sinto mais fome alguma. Nunca me senti não bem em toda minha vida. Lucas estava destroçado. Seu "corpo" não passava de pequenos pedaços sem cor alguma. Havíamos o matado. Eu me sentia orgulhosa disso. Sinto-me grata aos três vampiros.

Vingança é um prato que se come frio, amor.


Gi <3   

Loucura em PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora