O segundo sim

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O garçon passou por entre as mesas, equilibrando a bandeja que carregava apenas em uma mão com os pratos feitos pelo chefe. A passos largos e rápidos, chegou ao seu destino e pôs os pratos à mesa, curvando-se em segunda e saindo. 

JongIn disse um ‘obrigado’ para o garçon, vendo ele sair de perto e virou-se novamente para o Do. Kyungsoo direcionava seus olhinhos curiosos a comida, como se tentasse descifrar qual foi o pedido do Kim para o “almoço” deles. 

Não, ele não conseguiu. Era péssimo adivinho. 

– Então... – JongIn começou, meio hesitante sobre o que falar com o menor. – Não sei se vai gostar do prato, mas é meu preferido se ajudar. – riu, dando de ombros.

O de pele mais branca olhou para o maior quando ouviu o mesmo pronunciar suas primeiras palavras direcionadas a si desde que tinha arrastado ele da escola. 

– Não tem problema. – pegou uma barrada da comida. – Deve ser gostoso, você que escolheu afinal. – deu de ombros. 

JongIn arregalou os olhos ao ouvir tais palavras, e viu que o menor também fez o mesmo ao notar o que proferiu. 

– A-ah, bem... – riu, envergonhado. – É q-que você tem um bom g-gosto, só isso. – tentou amenizar. 

É, não funcionou. O Kim conseguia sentir seu coração na boca – não literalmente, é claro. Suas mãos ficaram suadas e ele tentou disfarçar pondo-as abaixo da mesa. 

– Hm. – deu de ombros, como se não estivesse afetado por tais palavras do mais velho. 

Grande mentira. 

***

E não é que o primeiro sim foi um sucesso? Os dois amantes – bom... quase isso, não é? – comeram seu tão esperado “almoço” e JongIn, após o encontro, prontificou-se fielmente que levaria o menor até sua casa. 

Os dois andavam lado a lado pelas calçadas, JongIn com suas mãos no bolso e Kyungsoo viajando em seus pensamentos sem o menor sentido. Nenhum dos dois falava algo, e isso irritava profundamente o mais novo. Era um encontro, oras! Deveriam interagir, não é? 

– JongIn.

O maior teve sua atenção chamada por Kyungsoo e logo olhou em direção ao mais baixo.

– Sim? 

– Por que você... Sei lá, por que você queria tanto sair comigo assim? 

O Do se sentia nervoso; fazer aquele tipo de pergunta lhe deixava nervoso. Claro que ele já sabia a resposta de sua pergunta, já que JongIn não deixava dívidas sobre aquilo. Mas... Ele queria ouvir isso da boca do Kim, igual ouviu do mesmo como ele se sentia com os seus foras mais cedo. 

– Porque Kyungsoo, – começou, segurando o braço do outro e o parando, o virando e o deixando de frente para si. Os grandes olhos do Do o olhavam em espectativa, e isso deixava as borboletas em seu estômago inquietas. – Eu gosto de você. 

Kyungsoo suspirou, olhando para seus pés assim que ele disse tais palavras. O mais velho estava para ter um ataque cardíaco, e o maior não estava muito diferente. 

– Eu sou apaixonado por você, Do. 

O sorriso em formato de coração apareceu, tão grande quanto bonito. Se antes antes JongIn tivesse dúvidas do que ia dizer a seguir, depois desse sorriso não tinha mais nenhuma. 

– Eu te amo, pinguim.

O mais novo riu do apelido dado por si para o outro, e acabou se assustando ao sentir dois pequenos braços abraçarem sua cintura. A cabeça do menor estava encostada no peito de JongIn, e ele tinha certeza que Kyungsoo podia escutar seu coração batendo acelerado ali. 

Toda vez que você me diz um nãoOnde histórias criam vida. Descubra agora