Quando cheguei em casa depois de um excelente passeio, comecei a pensar em tudo que tinha acontecido. Nós ficamos horas naquele parque conversando. Ron se mostrou muito simpático e tímido, mas aos poucos foi se soltando.
Conversamos sobre a vida, saudade, filmes e sobre as coisas mais idiotas do mundo, como nossos pratos favoritos. Descobri um pouco sobre sua infância e ele sobre a minha, falamos de nossas famílias e de como a realidade pode às vezes ser dura. Mas na maior parte do tempo, durante aquele passeio, nós sorrimos.
Em certo momento começamos a falar de questões amorosas e relacionamentos.
_ Você teve algo sério com alguém no Brasil?
_ Não, acho que eu era um pouco imatura pra isso.
_ Você parece bem madura agora, não consigo pensar em você muito diferente disso.
_ Ah, eu estive por um tempo com um cara, mas pelo que parece, só eu que me importava, não era recíproco, sabe?
_ Como assim? Ele não gostava de você?
_ Ah, isso eu não sei. Nós ficamos juntos por uns sete meses, mas a gente não tinha um diálogo muito bom. Acabou que no final ele foi se afastando, mas continuava me ligando quando não tinha nada melhor para fazer. Isso me machucou bastante e eu não soube lidar muito bem.
_ Sinto muito – ele disse.
_ Tudo bem. Mas e você?
_ Eu namorei por dois anos uma amiga de infância.
_ O que houve?
_ Ah, a vida.
Não. Nós não nos beijamos. Eu sei que você quer saber.