Talvez isso tenha mesmo acontecido.
Após entrar em casa, corri imediatamente para o quarto da Clarice e contei tudo. Ela demorou para acreditar. Na verdade, ela acreditou que conheci o Daniel quando mostrei a foto, mas só mais de uma semana após o ocorrido teve certeza que ele pediu meu número.
Não posso negar que fiquei o resto do dia encarando a foto e lendo os comentários dos meus amigos. Muitos diziam que talvez todo meu azar durante a adolescência tenha sido compensado naquele momento. Concordo com eles.
Quando acordei no dia seguinte, prometi para mim mesma que continuaria feliz por ter conhecido o Dan, mas não criaria expectativas que ele iria me ligar. Afinal, ele tem muito mais o que fazer e poderia muito bem ter pedido o número só por educação.
Ainda naquela manhã, eu e Clarice resolvemos sair e conhecer os arredores do Palácio de Westminster. Estava realmente encantada com aquela cidade.
Nos dois dias seguintes fomos em museus, parques e andamos pelas ruas de Londres sem rumo. Nesses dois dias esse foi o número de ligações do Daniel que recebi: 0.
Então meu estágio começou e fiquei extremamente ocupada para pensar em qualquer outra coisa. Trabalhava em um pequeno jornal esportivo no Sul de Londres. Acredito que no primeiro dia aprendi mais que todos os três anos de faculdade.
Uma semana após conhecer o Daniel eu realmente havia perdido qualquer esperança de que ele pudesse me ligar. Ao longo da minha vida, tinha aprendido que criar expectativas é a pior coisa que alguém com o mínimo de amor próprio pode fazer. Tinha criado muitas histórias em minha mente, histórias de como eu poderia estar feliz após alguns anos com alguém que ainda não conhecia muito bem. Essas histórias só me fizeram ficar ainda mais frustrada com a realidade.
(Pessoal, estou pensando em escrever alguns capítulos pela visão do Daniel. O que acham?)
