O terno vermelho

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"Quero paz na alma, sossego na mente, e calma no coração." — Desconhecido.

Rosie Smith's Point Of View

Todas as manhãs, quando eu piso na ala de pediatria daquele hospital que se encontra no centro de Santa Mônica. Eu ouço mães chorando por medo de perder seus filhos, e pais tentando encontrar uma solução para o caso da criança.

Quando os vejo chorando, e ouço minha residente falando o que devo e o que não devo fazer, eu consigo pensar em um bilhão de motivos para abandonar minha futura profissão de cirurgiã. Mas existe apenas um, capaz de me fazer mudar de ideia.

Talvez seja o sorriso dos pais quando vêem a situação de seu filho muito bem. Ou apenas, quando eu vejo uma criança correndo pelos corredores do hospital. Mas o prazer de salvar vidas, esse sim, é o único motivo para fazer o que eu faço.

— Que bom que chegou Dra. Smith. A Kate já está aqui.

— Qual o caso dela?

— Suas pernas ainda continuam tremendo muito, e a mãe informou febre durante a noite. — A enfermeira me falou assim que entrei na ala hospitalar.

— Ok, obrigada Lydia.

Falei simpática e dei um leve sorriso, saindo de seu lado e andando até a sala 203.

— Como vai minha paciente mais linda? — Pergunto, assim que entro na sala e encontro Kate sentada enquanto brinca. A mesma sorriu quando me viu. — De quanto em quanto tempo ela tem essas tremedeiras?

— Geralmente ela tem, mas se acalma. Porém, volta depois de, mais ou menos, uma hora. — Assenti com o que a mãe falava.

— Sobre a febre?

— Febril, apenas. — Assenti, enquanto anotava algumas coisas.

— Tudo bem. Vou pedir uma ressonância e ver o que está acontecendo com a princesinha aqui. — Os pais assentiram. Saí do quarto, andando até a recepção. — Lydia, eu preciso de uma ressonância na paciente do quarto 203.

Terminei de passar a limpo tudo o que havia anotado e então fui rapidamente até o refeitório, fazendo um pedido de um café puro. Passei os olhos pelo local já com café em mãos, e encontrei Lena. Fui até a mesma.

— Quando eu assinei um termo na faculdade, ele não dizia que eu teria tão pouco tempo de sono. — Falei, me sentando ao lado de Lena, que folheava uma revista qualquer. — Você e sua mania de ficar lendo revistas de fofoca. Não têm mais nada para fazer não?

— Primeiramente, não. E segundo, faz quando tempo que você não dorme direito? — A loira me perguntou sem tirar sua atenção da tal revista.

— Algumas semanas. Eu só quero dormir até meio dia, uma vez na semana. — Choraminguei, bebericando o liquido quente.

— Olha, para apenas uma interna, você vem trabalhando muito. — Me olhou pela primeira vez.

— Mesmo eu amando crianças, eu estudei para fazer cirurgias. E realmente, crianças são muito novas para dar tanto trabalho assim. — Neguei com a cabeça, ouvindo Lena rir pelo nariz.

— Qual o caso agora?

— Eu ando trabalhando muito no caso da Kate. — Lena me olhou. — Ela vem quase todos os dias no hospital, hoje eu pedi uma ressonância e vou tentar descobrir o que é.

— Você, ao menos, desconfia de algo? Faz quase três meses que tentam descobrir o que ela tem.

— Eu desconfio de algumas coisas. — A olhei suspirando e apertei meus lábios. — E, infelizmente, não são coisas tão boas.
Me levantei e voltei para a recepção, pegando a ficha do próximo paciente. Depois de mais ou menos uma hora, atendendo crianças com um leve resfriado e febre, fui até a sala de exame, pegando em mãos o exame de Kate.

about time, Justin Bieber (EM REVISÃO) | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora