Eduard é Diferente

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Eduard toca as minhas costas.

Não me movo.

Viemos pro quarto logo que as meninas adormeceram, as coisas de adultos são tão mais interessantes do que ver filmes, ainda que confesse que ter assistido os filmes foi muito bom, Lily e Vick são meninas dóceis e carinhosas, principalmente Lily, ela ficou me abraçando, algumas vezes sorria pra mim, ela desperta em mim uma sensação tão grandiosa que mal sei descrever, gostaria de não estar tão suscetível, mas eu sabia os riscos desde que vim, então prefiro não pensar nisso.

Ele está nu deitado de costas, estou deitada ao seu lado, também nua, Eduard me deu muito prazer com um oral maravilhoso, não precisei retribuir de nenhuma forma, ele não deixou.

—quando você começou a ser ativa numa relação com homens?

Estou tão relaxada, me sinto a vontade pra falar com ele sobre qualquer coisa, contudo sei que nem tudo posso contar pra Eduard, acho que nem tudo devemos falar pras outras pessoas, não sou boa em me abrir também, mas só um pouco... não fará mal certo?

—sempre gostei—sou sincera—desde muito nova, eu sempre gostei, mas no início eu ficava muito com garotas por não entender bem como funcionava, e você?

—minha mulher gostava—Eduard me olha com cuidado—ela era lésbica.

Franzo a testa, isso realmente me surpreende.

—descobrimos conforme os anos foram se passando que ela não gostava de sexo tradicional, depois um dia ela me perguntou se poderíamos tentar com papéis invertidos e eu aceitei, foi logo depois do nascimento da Vick.

—você nunca fez com homens?

—não, e antes que pergunte nosso casamento era um casamento normal, nós dois só fazíamos coisas diferentes as vezes.

—mas se ela era lésbica, como mantiveram o casamento?

—aprendemos a gostar um do outro, e como tecnicamente eu satisfazia as vontades dela, tudo era "comum" no nosso relacionamento, as vezes ela não gostava de penetração, apenas isso.

—também não gosto.

¬¬—não dou sorte.

Rio, Eduard me puxa e subo em seu corpo, ele me aperta com tanta força que meus ossos doem, beijo seu pescoço e suas mãos estão apalpando minha bunda devagar, com carinho.

—não existe a possibilidade Francesca?

Eu o fito, toco seus belos traços, Eduard é tão jovem que parece meio impossível que já tenha tido uma esposa, que tenha filhas já grandes, seus traços são clássicos, bonitos. Penso em sua pergunta com cuidado.

—eu não gosto—repito sincera—me sinto incomodada.

—não fizeram com o carinho que você merece—ele fala e afasta meus cabelos pra trás da minha orelha.

—você quer?

Não tenho receio de falar com Eduard sobre isso, sei que precisamos mesmo esclarecer muitas coisas e esta é uma delas.

—muito.

—não quero fazer.

—então não faremos Frances.

Ele me observa mas não tenho tanto medo de julgamentos e sim de conclusões, sei que não devo satisfação alguma sobre minha vida, o que faço ou deixo de fazer pois desde o início ele já sabia que seria assim, mas de repente, eu não acho muito justo que Eduard me dê tantos momentos bons e compartilhe essas coisas comigo enquanto eu isolo dele toda a minha vida.

—eu não gosto de ser penetrada, é coisa minha e gostaria que respeitasse muito isso.

—respeito Frances, não quero te forçar a nada.

Fico um pouco feliz em ouvir isso, confesso.

Eduard é diferente de tudo o que eu já conheci em toda a minha vida.

—tudo bem, é só que tem momentos que eu também tenho minhas necessidades comuns.

—não sinto vontade de fazer sexo casual.

—mas não gosta de mulheres?

—se eu gostasse de uma mulher você saberia.

Ele enfia as mãos nos meus cabelos e me mantém em seu abraço, me esparramo em seu corpo toda relaxada.

—uma parte de mim gostaria muito de fazer sexo só casual, eu sei que nenhuma outra mulher se submeteria a isso sabe? O que as pessoas não pensam de um homem que gosta de transar com uma mulher dessa forma?

—eu não me importo.

—falo pessoas que não fazem parte do nosso mundo Frances, pessoas comuns.

—somos comuns Eduard, apenas não fazemos sexo como as outras pessoas, você não sente prazer?

—sinto e não me arrependo mas sei que não é certo.

—o que importa é que é certo pra nós dois.

Ele respira fundo, beija a minha cabeça, e me sinto segura.

—você é importante pra mim Eduard.

—quero que fique mais tempo comigo Frances, senti sua falta.

Também senti sua falta Eduard, você não sabe o quanto.

—eu farei o possível pra ficar vindo te ver aos fins de semana.

—e as meninas.

Sorrio e sinto um pouco de sono.

Beijo-lhe o pescoço.

—e as meninas Eduard.




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49 Noites - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora