Capítulo 21

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Assim que chego em Portland - com muito cuidado para não ser vista por ninguém da família Grey - envio uma mensagem para o número anônimo, que me manda um endereço. Conheço Portland como a palma da minha mão, porém, nesse lugar eu nunca fui. Hant sempre me proibiu pois não há muito movimento, só alguns traficantes de drogas e garotas de programa.

Pego meu cartão transporte e vou para o ponto de ônibus. Meu celular, que ainda está em minha mão, começa a cobrar.

Anônimo: Está na hora de usar seus números.

Ok. Mas como?

Pego o papel que achei na pia da do apartamento de Christian, e o abro.

4, 8, 15, 16, 23, 42.

O que será que isso significa? Por que eu precisaria disso?

Meu Deus, que loucura, estou completamente perdida. Não sei como usar esses números, e pior, não sei qual ônibus devo pegar para ir até aquela região, já que nunca estive lá antes.

Eu poderia perguntar à alguém, mas provavelmente achariam estranho, e entrariam em contato com Hant. E se alguém souber...estarei morta.

Ótimo.

Me sento em um dos quatro assentos vagos no ponto e espero vir coragem para perguntar à alguém, de preferência que eu não conheça - o que é muito difícil, já que trabalho no maior e melhor hotel da cidade.

Um ônibus acaba de virar a esquina e vir em direção ao ponto, coincidentemente é o que eu sempre pegava para ir fazer as provas finais, que costumavam ser em outra Universidade. O meu lindo ônibus número "256", sinto falta de pega-lo.

Logo atrás dele vem outro, bem vazio. Ônibus número "4", não me lembro de já ter embarcado nesse antes.

Respiro fundo e volto a olhar o papel em minhas mãos.

4, 8, 15, 16, 23, 42.

Espera...

4, 8, 15, 16, 23, 42...

4!

Olho novamente para o ônibus vazio. É isso, só pode ser. Me levanto, vou até a porta e subo.

- Qual é o percurso? - Pergunto ao motorista.

- Seguimos reto, até a divisa.

- A divisa principal?

- Não, a outra.

É esse mesmo! Ótimo.

- Obrigada. - Passo o cartão e entro, me sentando em um dos bancos do fundo.

Anônimo: Você é esperta. Pode riscar o primeiro número da lista.

Você: Como sabe onde eu estou?

Anônimo: Não fique surpresa com isso. Até daqui a pouco.

Você: Não estou surpresa, mas admito que assustada. Até.

Respiro fundo e fico olhando para fora da janela, até que depois de de pelo menos uma hora, o ônibus para em seu último ponto.

Sou a última a descer. Olho ao redor e entendo o porque de nunca ter tido permissão para vir até aqui.

Tem algumas fábricas abandonadas, com suas placas totalmente desgastadas e sujas. Em frente alguns moradores de rua, mulheres com roupas minúsculas e surradas.

Acho muito bom o empoderamento feminino, e mulheres usarem qualquer tipo de roupa que se sentirem bem, mas está muito frio e eu estou horrorizada com isso.

Observo bem, enquanto o ônibus dá meia volta e vai embora.

Levo um susto com meu celular vibrando, e o pego.

Christian
Atender - Recusar

Respiro fundo e recuso a chamada, guardando o celular novamente. Pego o papel e começo a observar com mais atenção o lugar.

Nada nas placas. Olho novamente para as mulheres e noto uma com uma blusa de um time de futebol amarela, espero ela virar e olho para suas costas.

Jogador Léo, número 8. É isso mesmo. Vou até a mulher.

- Com licença... - Digo tocando em seu braço. Ela se vira para mim, com um cigarro aceso na mão. Me olha de cima a baixo e sorri maliciosamente.

- Então, é você. - Ela fuma, deixando seu cigarro manchado de batom vermelho tomate.

- Sim...

- Por ali. Na relojoaria. - Ela aponta para uma placa escrita "Haper's Relojoaria" em frente a uma porta enferrujada. - Entre pelos fundos.

Vou e procuro pela porta dos fundos, entro em um beco escuro, porém vazio. Vejo um bilhete colocado em uma porta estreita.

"Está destrancada"

Entro e subo uma escadaria, me deparando com várias portas.

Meu celular vibra, o pego e recuso novamente uma ligação de Christian, o quardo e olho com atenção para as portas.

Entro na que tem o número "15" e olho em volta.

- Finalmente. - Uma voz familiar faz eu me arrepiar e me tremer inteira.

- Senhor Hyde.

- Isso mesmo. - Ele sorri e se aproxima de mim. Está vestido com um conjunto de motelom preto e seus olhos estão com fundas olheiras.

- O que você quer de mim?

- Calma amor, tudo tem seu tempo. - Ele continua se aproximando, estica sua mão e toca em meu rosto. - E agora...o que eu quero é... - Sinto meu rosto queimar quando ele vira sua mão com força, me batendo.

Respiro fundo, tentando não chorar.

Ele segura meu rosto com força e começa a rasgar minha roupa.

- Não, por favor...

- Cala boca sua vadia, ou vai morrer. - Me joga no chão e sobe em cima de mim.

- Não! - Começo a chorar.

Ele abre minhas pernas com força e com uma faca rasga minha calça, fazendo um pequeno corte em minha virilha.

Começo a me debater e berrar, mas é em vão. Assim que o sinto entrando com força e violência dentro de mim, paro de me mover, ficando tonta.

The Heathman HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora