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Acordei no outro dia com o barulho da briga entre minha mãe e meu irmão, Icaro. Eu já estava acostumada com isso, então apenas ignorei, indo em direção ao pequeno banheiro que ficava à direita da minha porta.

Tomei um banho quente, como fazia toda a manhã antes da escola, vesti uma muda de roupas limpas recém-saídas da secadora. Pego minha mochila que estava em cima da escrivaninha.

Desço as escadas, indo em direção ao balcão da cozinha. Minha mãe estava comendo seus waffles enquanto icaro a olhava com raiva. Não digo nada, apenas pego uma caixa de morangos e saio colocando a chave e a caixa na mochila.

Hope estava estacionada com seu impala 1967 na frente da minha casa, como ela faz todas as manhãs.

– Bom dia! – digo meio desanimada assim que entro e fecho a porta do carro.

– Esse dia já tá uma porra. – ela resmunga como faz toda manhã.

– Tudo bem? – pergunto, preocupada.

– Eu tenho a porra da cara de que tá tudo bem, caralho? – ela respondeu, grossa.

– Nada novo. – dou de ombros e olho para a vista da janela.

[...]

Chego na escola e corro para meu armário, a aula de inglês começaria em 8 minutos e eu não podia chegar atrasada.

Assim que chego lá, tomo um susto com outro papelzinho colado, dessa vez azul, na porta. Pego ele cuidadosamente e leio.

"o castanho é para entrar na minha alma e o azul para descobrir meus segredos mais profundos
— B L"

Outro sorriso não intencional brota subitamente em meus lábios. Quem mandaria algo tão fofo pra mim?

– Hey. – ouço Blake me chamar.

– hey. – respondo ainda sorrindo.

– Por que o sorriso? – ele pergunta curioso.

– Nada demais. – pego meu livro de inglês.

– Aula de quê?

– Inglês. E você?

– Química, odeio. – ele revirou os olhos.

– odeio inglês. – faço o mesmo que ele.

– O que acha de ir comigo em um lugar legal? – ele perguntou sorrindo, arqueio a sobrancelha esquerda.

– Matar aula? Nunca.

– Marie, são só os dois horários de inglês. E outra, você já passou de ano em tudo. – ele insistiu.

– Okay, okay. Eu vou. – me rendo.

– Yay! – ele comemorou.

[...]

– Pra onde você tá me levando, gray? – ele havia tapado meus olhos.

– Você verá. – ele diz enquanto me guiava. – Agora pode ver.

Blake tirou as mãos dos meus olhos, minha boca abriu instantaneamente assim que vi a vista. Estávamos na praia, mas não necessariamente na praia, era uma espécie de morro em cima da praia.

O vento batia forte, fazendo meus cabelos voarem junto a ele. Sorri fechando os olhos enquanto sentia a brisa bater em meu rosto.

– Gostou? – abri meus olhos multicor para encarar os azuis de blake.

– eu adorei. – sorri e continuei o olhando.

– Vamos nadar? – ele propõe, tirando a roupa.

Coro fraco e apenas concordo com a cabeça. Faço o mesmo que blake e fico apenas de lingerie.

Blake começa a correr e se joga do morrinho, caindo dentro da água. Solto uma risada e corro, pulando também.

Depois de algum tempo nadando, saímos da água e nos sentamos na areia. Eu estava com frio, mas não transpareci.

– Por que nossas mães se odeiam? – pergunto sem o encarar, eu queria respostas.

– Eu não sei ao certo, mas parece que seu pai namorou minha mãe antes de conhecer a sua, eles terminaram porque sua mãe ficou grávida do seu irmão.

– Nossa... – digo um pouco chocada. – E você? Me odeia também?

– claro que não, com esses olhos lindos, quem te odiaria?

– meu pai. – digo finalmente o encarando. – ele me batia muito quando eu era menor...

A feição de blake ficou raivosa, ele começou a ficar vermelho e seu pulso se fechou.

– Blake... me leva pra casa. – peço levantando e me vestindo. Blake assente enquanto também se vestia.

heterocromia;; gray {finished}Onde histórias criam vida. Descubra agora