III. A cor do desespero

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ATLÂNTICO SUL
BRISTOL, INGLATERRA

III. E mesmo sabendo que as pessoas vêm e vão, o que sossega é também saber que, em vão, ninguém vem.


Desespero.

Extrema aflição, furor, irritação, angústia. Todos esses são significados de dicionário, mas você sabe o que pode fazer uma pessoa desesperada?

Além de transferir a aflição para os outros ao seu redor, uma pessoa desesperada é capaz de tomar a primeira atitude que lhe pareça cabível para a situação pois ela acredita que a circunstância é mais problemática do que realmente é.

Veronica estava assim, desesperada.

A superdotada da dor ilusional havia acordado com tamanho barulho. Ela levantou-se e foi até a varanda do seu quarto somente para conferir o que estava acontecendo. Seus olhos se arregalaram e ela sentiu que poderia morrer de infarto a qualquer instante.

Ainda de pijama e completamente desnorteada, Veronica saiu às pressas de seu quarto e passou aos gritos pelo corredor, descendo as escadas em uma velocidade considerável. Os outros mutantes acordaram rapidamente com o susto. Não pelo barulho da aeronave, é claro. O helicóptero perdia feio para os sonoros berros da criadora de dor ilusional.

Veronica correu e correu, passando rapidamente a sala e cozinha, tratando de abrir a porta de trás com tamanha urgência. Era quase impossível, mas a mutante havia feito isso tão rápido quanto Normani faria. Ela estava completamente desesperada.

― Veronica, para onde você vai correndo dessa maneira? ― perguntou Simon, sendo o primeiro a sair pela mesma porta que sua sobrinha. Ele viu a garota tomar distância, correndo em sentido floresta. Os mutantes foram aparecendo em seguida. ― Veronica!

― EU TÔ FERRADA, TIO ― gritou de longe. ― PRECISO CORRER DAQUI. VOU PRA MATA E DESÇO A CIDADE POR LÁ.

― MAS A MONTANHA É ALTA, VERO! ― precisou gritar também, já que ela estava um pouco longe.

― EU DOU MEUS JEITOS.

― Falei que aqui só tinha gente doida. ― Comentou Dinah, emburrada. Sua cara estava amassada de sono, ela mal conseguia abrir seus olhos. ― Já não basta o barulho infernal desse jato, avião, foguetinho, ovini, sei lá o que é isso... NÃO ESTOU PRA AGUENTAR SEUS SURTOS A ESSA HORA DA MANHÃ, SAPATONA. ― A super forte berrou, fazendo uma concha com as mãos ao redor de sua boca.

― ESTOU MORTA, CARALHO, ME ERRA! ― gritou de volta.

― O que ela tem, Simon?

― Se for quem eu tô pensando que é, Camila... ― deixou entrelinhas. Simon parecia prender um riso. ― Vocês saberão dentro de alguns minutinhos.

― Ai, meu Deus! ― expressou Lauren, gargalhando enquanto batia palminhas. A criadora de ilusões já havia ligado as pontas soltas.

― FOGE, VERO! ― Raven zombou.

― NÃO GRITA, RAVEN, ELA VAI OUVIR.

― Ela quem, gente? Eu tô muito perdida.

Comentou Normani, chegando para ver o motivo daquela algazarra. Demetria veio logo atrás. Rose e Allyson também.

― Toca aqui que eu também não sei. ― Demi dissera, fazendo um high-five com a mais ágil.

― Isso vai ser tão engraçado. Se preparem. ― A telepata falou, já estava rindo. Allyson olhou para a direção onde uma mulher surgiu, na lateral da grande casa. ― Lá vem ela.

A última legião - IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora