décimo segundo clique

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A dor é boa. Não no momento em que ela acontece, tudo menos ali. Ela nos ensina, nos sonda, nos fortalece, nos ajuda, nos mostra o caminho. Espero que esta última parte não demore a chegar.
Estarei esperando pacientemente.

{jimin}

— Você tem certeza de que camisetas brancas ficam bem em mim? Não sei, nunca fui muito fã. — eu comento, já vestindo a roupa que Jungkook havia escolhido para que eu usasse.

Não estou me sentindo tão confortável usando-a, contudo, vai ser um local extremamente chique e bem frequentado conforme ele havia dito. Qualquer boa impressão possível de nós passarmos eu o quero fazer.

— Se preferir vestir outra coisa... faço questão de procurar. — Ouço o barulho das portas do guarda-roupa se abrirem antes mesmo de terminar a frase.

— Não, não precisa. Até gosto da ideia de aparentar ser elegante e envelhecer uns cinco anos. — rio comigo, dando de ombros.

— Se você o diz. — Ele me abraça por trás e posso sentir seu cheiro numa fragrância amadeirada já conhecida. — Nós precisamos ir se não quisermos nos atrasar.

— Claro. — Não consigo parar de imaginar o quanto estaria belo; de fato, ele não precisaria fazer esforço para parecer bem vestindo roupa alguma. Num reflexo, uso minhas mãos para afagar-lhe um dos braços. — Espere... O quê é isso?

— Isso o quê? Jimin? — sua voz é tensa e o sinto tocar-lhe o local da mesma maneira que eu, virando-me para si. — Mas não há nada aqui.

— Exatamente. — sorrio para ele, tateando-lhe o rosto. Dou um selinho rápido em seus lábios que começavam a protestar.

— De novo, Jimin, eu não acredito. Adora me pregar peças, uh? — Bagunça meu cabelo, recebendo um soquinho. — Tem sorte que eu não consigo fazer nada diante desse seu sorrisinho único. Golpe baixo, você sabe.

— Você é fraco, não é problema meu. — acabo rindo no meio das palavras, o abraçando novamente. Ele me levanta do chão e aperta o tanto para que um gemido baixo escape, e eu bata nas suas costas dizendo-lhe um seu idiota.

Ao checarmos tudo o que iriamos levar, nos encaminhamos até o carro. Devo deixar claro que até a sala de jantar eu havia conseguido por mim mesmo. Teria me locomovido perfeitamente ao carro, sozinho, porém Jungkook ignora essa minha capacidade. Acho que o medo de que eu caia e quebre algumas costelas é maior.

— Cintos... pronto. — Ouço o clique daquilo, assegurando-me maior segurança de acordo com ele. Enquanto Jungkook fecha a porta do veículo e se encaminha ao banco do motorista, creio eu, imagino quando seria a hora em que ele iria me entregar uma chupeta ou mamadeira.

Deixo meus pensamentos sarcásticos de lado, quando percebo o carro já estar em movimento e Jeon procurar iniciar algum tipo de conversa comigo.

— Como está se sentindo hoje? — pergunta entusiasmado.

— Não vamos demorar muito, certo? Mal saímos de casa, porém já não vejo a hora de retornarmos.

— Temos que conhecer o mundo aí fora, Jimin, sair dessa bolha.

Dou de ombros, prestando atenção no barulho do motor.

— Como se apaixonou pela fotografia? — pergunto, finalmente.

— O quê?

— Em algum momento você decidiu ser fotógrafo... como foi? Sinto que você ama muito a sua profissão?

— Oh sim. Bem, vamos lá. — Ele limpa a garganta antes de prosseguir. — Se lembra do meu pai? Quando eu era garoto ele me presenteou com uma câmera, aquilo foi resultado de muitas economias. Meus pais me conheciam muito bem, sabiam que eu gosto de coisas inusitadas. E para uma criança de dez anos, uma câmera profissional representa exatamente isso.

smile for the camera [jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora