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(Revisado)

A azulada ficou estática olhando aquele teste.

"Positivo..."

Respirou fundo, tentando engolir o choro. Porém, foi em vão. Sentiu as lágrimas rolarem em seu rosto esbranquiçado enquanto sua mente estava em um misto de confusão e ao mesmo tempo surpresa. Não tinha como fugir, estava sem saída à merce dessa situação complicada. Grávida! Marinette Dupain-Cheng estava ao patamar de seus 15 anos recém completados, grávida.

"Isso é um pesadelo! TEM que ser um!"

A moça pensava, tentando se consolar. Todas as suas tentativas portanto fracassavam. Não queria engolir aquele positivo a sua frente e nem podia sequer acreditar que isso acontecera com a própria. Como ela poderia?

Levou as mãos ao rosto o escondendo. Deixou as lágrimas pingarem ao chão já soluçando. Nem ao menos havia forças para se levantar da tampa do vaso sanitário e ir ao encontro dos pais para o jantar. É, com certeza não.

Se sentia uma fraca que, por uma noite de diversão e desejos acabou engravidando. Por dentro, a culpa foi tomando posse do corpo, agora, fragilizado de Marinette.

Por fim, se levantou e encarou-se no espelho. Vendo o seu reflexo que por sinal estava horrendo. Seus olhos estavam murchos e inchados de tanto chorar, já os fios de seu cabelo rebelde estavam espalhados pelo seu rosto. Seu olhar estava devastado.

Limpou as lágrimas que ameaçavam querer cair levando as mãos a cabeça. Puxou seus cabelos com total força e na medida que a frustração passava, Marinette diminuía o ritmo de seu ato.

"Droga! Eu tinha sonhos, um futuro brilhante pela frente! Agora tudo isso provavelmente acabou, por causa... por causa... de um bebê...!"

Deu uma fungada e parou de praticar a ação. Fechou os olhos por instantes e deu um suspiro pesado. Abriu a torneira e jogou água fria no rosto. Talvez com um choque térmico da realidade poderia pensar melhor.

Tomou um banho de água fria. Aquilo não era um pesadelo, era a vida real. Estava esperando um bebê em plenos 15 anos. E aquilo não era uma das coisas que poderia simplesmente fugir e esquecer. Era uma gravidez.

Foi descendo seu olhar para a barriga que mesmo com um pequeno volume já tinha uma certa saliência que a denunciava. Seu bebê estava ali.

Com um certo receio Marinette colocou a mão no local. Tocando-se contaminada por uma doce emoção e um sentimento de afeto. Afinal, que amor era aquele que acabara de surgir tão de repente, mas misteriosamente bom?

"Tem um bebê aqui..." seu subconsciente repetia em sua cabeça.

Deu um leve sorriso e havia concordado com o pensamento. Agora acariciava sua barriga um pouco mais tranquila. Talvez Marinette havia sido dura demais consigo mesma. Dura demais com seu bebê.

"Sim... eu vou ser mãe. Não posso fugir disso e muito menos ignorar."

Fungou mais uma vez pegando o teste e o fitando-o novamente. Olhava aquelas duas linhas vermelhas e o jogou no lixo. Escorou-se na parede, em seus pensamentos negativos e positivos.

É, agora ela só tinha uma opção plausível: Seguir em frente e enfrentar os obstáculos. Em meio disso, ela se lembrou do garoto que lhe tirou a virgindade. Só de imaginar-se novamente em meio àquela cena suas pernas perdiam a força e seu corpo se arrepiava e era pensando nisso que ela cria não se arrepender de nada. Aquele garoto...

Precisava imediatamente contar para ele mesmo sabendo que iria demorar a criar coragem para isso. Ou talvez nem criasse e deixasse de lado. Bom, afinal ela era Marinette Dupain-Cheng. Balbuciou a cabeça afastando o nível de preocupações exageradas. Precisava descansar agora e ainda assimilar tudo que aquele positivo poderia mudar em sua vida.

"Eu sei que em minutos atrás eu havia pensado em te tirar. Mas não se assuste, mamãe vai te proteger e cuidar de você, meu brotinho."

Agora ela era mãe. Teria um bebê em 9 meses em seus braços e isso não iria mudar. Seria seu bebêzinho, o fruto de amor que ela e Adrien tinham um pelo outro e pensar nisso era maravilhoso. Aquele brotinho era a forma mais linda de amar. Era a prova de que o amor existia e transformara-se em forma de gente.

Soltou um riso baixo. Quem diria que ela estava esperando um filho do garoto que sempre quis se casar e ter uma família? Aquilo chegava a ser engraçado visto que seu sonho havia sido adiantado um pouquinho antes - muito antes -, do tempo esperado.

Se deitou na cama de barriga para cima e ficou olhando para o teto.

Foi sentindo o cansaço bater, e de pouco em pouco foi se entregando ao sono, adormecendo profundamente e entrando no mundo dos sonhos onde tudo era possível para a azulada. E agora seu bebê.

Continua...

Un Miracle de 40 SemainesOnde histórias criam vida. Descubra agora