Cinq

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─ Como assim grávida, Marinette?!

Adrien alterava bruscamente sua voz. Mesmo depois de Marinette ainda sim ter confirmado duas vezes o loiro ainda não havia tido sua ficha caída. Mas agora, sobre um olhar assustado da mestiça, ele via seu medo inteiro se perdendo em olhos azuis oceanos. Marinette estava mesmo a espera de um filho seu.

─ Isso não é possível! N-nós... nós... ─ ele acaba se enrolando e bate seus punhos fechados em suas pernas ─ somos jovens demais...

Aquilo era tudo que ele conseguia dizer. Tudo que conseguia pensar. O Agreste estava perdido em meio pensamentos e suas emoções estavam o tirando do sério. Marinette deixa lágrimas rolarem diante tanta incredulidade. Mas ela não tirava a razão de Adrien. Aquilo era demais até para ela, mas sabia que conseguiria por seu filho.

Ela junta suas mãos junto às dele, e acaricia seus dedos levemente. Adrien levanta seu olhar e torna a encará-la. Um olhar carregado de medo, frustração e até raiva. Mas não dela. De si mesmo por estar se martimirizando tanto por esquecer a maldita camisinha.

─ Adrien... Eu nem sei oque comentar...

Dizia com a voz entrecortada. Seu choro fazia o coração dele se amolecer, Adrien se sentia fraco por não conseguir consolar a mulher que amava. Um tolo por não conseguir se mostrar feliz com aquela notícia.

─ Eu pensei que você estivesse se cuidando!─ Ele acaba rosnando ─ Por que não me avisou?!

Isso faz Marinette piscar, em choque. Ela afasta-se dele, querendo negar oque havia acabado de processar. Adrien estava mesmo despencando tudo em sua cabeça? Ela comprimiu seus lábios, deixando o gosto salgado das lágrimas de escanteio. Uma risada irônica sai por eles.

─ Colocar a culpa toda em mim é fácil. Eu que engravidei, é lógico. Agora você ser maduro o suficiente para também admitir que errou ao esquecer a proteção, nada né?─ Simplesmente cuspia as palavras com total desdém, ela não aceitava que Adrien a tratasse daquela maneira ─ Fique você sabendo, Agreste, que eu não fiz essa criança sozinha.

─ Marinette...

─ Sabe, eu preciso até agradecer você. Por ter me mostrado o verdadeiro Adrien Agreste.

Agora o loiro estava boquiaberto. Quem ela pensava que era? Ele se via como certo. Tinha todos seus motivos para ficar com uma pulga atrás da orelha. Afinal ele era uma pessoa muito conhecida em parâmetro mundial e tinha muito dinheiro.

─ Eu ter me mostrado? Marinette Dupain-Cheng, você é baixa...

A mestiça que estava agora em pé, para de caminhar ao ouvir a última fala do garoto. Ela se vira, bochechas vermelhas. Estava com muita, muita raiva.

─ O que quer dizer com isso? ─ Ela sussurra, querendo ao máximo que Adrien não a humilhasse mais do que já tinha e que aquilo tudo fosse apenas um pesadelo ─ Fala!

Ele parecia pensar se deveria ou não. Por fim, cruza os braços e uma expressão dura se forma em seu semblante. Olhos frios, tal qual sua voz carregava de ironia.

─ Você engravidou apenas pelo meu dinheiro.

Aquilo tinha sido demais para Marinette. Sem pensar duas vezes, ela acerta um tapa forte no rosto do garoto. O barulho coincindiam com a vermelhidão que havia ficado em sua bochecha. Ela poderia ver claramente a marca de seu palmo e dedos estampados ali. Adrien arregala os olhos, enquanto tremelicava com a mão no local.

Ela então aproxima bem seu rosto, cerrando-lhe os olhos. O dedo no nariz do mesmo e sua voz timidamente assustadora fizeram o loiro a encarar e dar um passo lerdo para trás. Ele ainda estava sem reação. Jamais pensou que Marinette pudesse o ferir de tal maneira como tinha feito agora.

─ Eu não preciso de você e nem meu filho precisará de seu nome. Já que o assunto é dinheiro, que morra engasgado com uma nota de 500 euros na goela!

E durante semanas, essa foi a última vez que Adrien a veria. Quando via que Marinette não estava mais em seu campo de visão, ele chorou. Chorou muito.

Chorou por ser um péssimo namorado, se é que ele ainda era. Chorou por ser um péssimo filho, e chorou mais ainda por ser um pai pior do que o seu era. Ele estava destruído, a visão de Marinette desaparecendo no meio das pessoas sem olhar para trás enquanto junto dela levava seu filho, havia doído mais que aquele tapa. Muito mais.

─ M-Marinette... Me perdoe... Eu sou... Um inútil.

Assim como suas desculpas estavam sendo. Inúteis, apenas palavras jogadas fora pelo vento que infelizmente não lhes levariam até a azulada.

─ Eu sou um idiota! ─ Sentia lágrimas grossas pingando em sua jeans enquanto estava ajoelhado no chão ─ Idiota, idiota!

Plagg olhava-o com pena. O pequeno kwami tinha suas orelhas baixas, enquanto com suas mini patinhas segurava o bolso de seu portador onde ele costumava se esconder. Ele com certeza ainda tinha muito oque aprender.

Marinette havia ido embora sem olhar para trás. Dava passos largos, que logo se transformaram em uma corrida. Chorava escondendo seu rosto com o braço a frente. Vez ou outra esbarrava em alguém que estava prontamente apto à xinga-la mas por ver seu estado tiveram compaixão e apenas deixaram-na passar despercebida.

Ela jamais imaginaria que o amor de sua vida lhe acusaria de ser uma mera interesseira. Ela não aceitava! Se conheciam a tanto tempo, seja como Marinette ou seja como Ladybug. Adrien sabia que ela era uma boa garota e que seu amor era puro. Nunca havia ligado para o dinheiro.

Mas Adrien que se foda. Ela sabia seu valor. Seu filho sabia. Adrien era apenas um babaca.

E mesmo assim ela ainda se sentia culpada por ter estragado tantas coisas. Inclusive seu relacionamento. Em uma coisa Adrien poderia estar certo, ela havia esquecido de tomar a maldita pílula que ele havia lhe dado. Agora aqui estava ela, uma garota com um bebê sem pai.

A azulado se ajoelhou em um hidrante, a cabeça escondida entre as pernas enquanto soluçava. Sua sorte era aparentemente não ter nenhum engraçadinho ali perto para observar sua desgraça e crucificá-la ainda mais.

─ Marinette? ─ Ela ergue a cabeça quando a voz doce a chamava sobre um olhar preocupado.

Um sorriso fraco se forma nas pontas de seus lábios enquanto mirava o garoto com um olhar avermelhado de lágrimas e cabelos rebeldes caindo sobre os olhos.

─ Ah... Oi, Luka.

Continua...

Un Miracle de 40 SemainesOnde histórias criam vida. Descubra agora