"A dor é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido" Escreveu C.S. Lewis há tempos atrás.
De fato só entendemos a profundidade de algumas coisas quando a vivenciamos realmente, e a reconhecemos na experiência.
Em situações de dor, tristeza, sofrimento, qualquer tipo de angústia que toca sua alma, buscamos sempre e inevitavelmente algo que nos conforte, que nos traga segurança ou alívio.
E quando não o encontramos, quando ninguém que imaginamos ser aptos para isso está disponível, tendemos a nos tornar – na intensidade mais profunda – vulneráveis e sensíveis.
A dor, sendo pelo que for, nos consome como se fosse o fim de tudo, como se fosse arder eternamente.
Nos tornamos vulneráveis o suficiente para aderir qualquer oferta de alívio proposta.
Creio que, por esse motivo, o Espírito Santo é também chamado por "consolador". Ele foi deixado aqui por Cristo, o temos como consolador.
Mas para que um consolador se não houvesse o que ser consolado?
Creio, sim, que o próprio Deus reconhece que a dor traz nosso maior estado de vulnerabilidade, e consequentemente, nossas defesas se desfazem, tornando qualquer toque em nossa alma – ou mesmo no próprio espírito – muito mais perceptível.
Logo, o momento onde de fato estamos mais abertos ao toque do Espírito Santo, é na dor. É na dor que Deus nos toca e nos desperta para o que há além daqui.
Muitos podem achar que seja por covardia, mas não. É simplesmente para voltar nossos olhos para o eterno, para que possamos enxergar que o sofrimento, por pior que seja, não tem poder de alcance eterno.
E que podemos permanecer em paz debaixo das asas do consolador.