Nos sons
Encontro meus tons
De branco, cinza e preto
Dançando em um concerto
De notas jogadas
Desafinadas
Fora de tempo
Dadas ao vento
De dor aparente
De loucura crescente
A dança dos ventos
Deixando em prantos
A dança das almas
Criando armas
Atiram contra si
Dentro de mim
Epifania
Melancolia
Inerte
Carente
Coração ardente
De quem não sente
Não diz, não quer, não faz
Sempre dando passos pra trás
Não quer pensar, ver, nem ouvir
Mas precisa sorrir
A chuva cai
A vida vai
A lágrima desce
O sentido desaparece
Não consigo sair
Não quero pensar, ver, nem ouvir
A vida não para
A força se acaba
A alma se apaga
E eu não quero
Pensar
Ver
Nem ouvir
Porque o tempo dói
Porque negar corrói
Verdades inegáveis
Mentiras amigáveis
Inefáveis
Uma ilusão
Que leva à conclusão
Somos iludidos
Com falsos sentidos
E para estes
Desilusão é desastre
É massacre
Desilusão
Traz confusão
Traz emoção
Dói e anestesia
Queima depois esfria
Mata toda a vida
E transforma em um concerto
De notas em preto
Escritas com sangue
Fora de alcance
E assim se dá
A sinfonia da loucura
A verdade que tortura
O concerto
Do que sou por dentro.
(caos.)