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Entramos em paz armada
Preparados para qualquer ataque surpresa
De ambos os lados
Condicionados ao medo
Após tantas traições passadas;
Tínhamos desavensas externas
Tínhamos confusões internas
Sempre instáveis
Cheios de amor
Porém, covardes;
Não houve movimento algum
Nada além de anseios reprimidos
Cheios de dúvidas
Porém, silenciosos
Aguardando a faísca que traria o caos
E preparando-nos para a guerra
Inevitável, porém tão cruel
Quando o amor deixou de ser suficiente?
Quando o mundo se tornou tão injusto?
Quando o silêncio externo se tornou tão violento?
Malditos sentimentos!
Não haviam acordos que dessem conta
Nossas armas entraram em ação
Tiros e lágrimas
Bombas e culpa
– Não deveria ser assim!
Sentimentos cheios de pólvora
Incendiados, atiravam à todos os lados
Feriram inocentes
Até mesmo nossos próprios soldados
Muros erguidos, exércitos organizados
Vidas tiradas, partes dilaceradas
Dor, sofrimento
O fim, o não.
Foi o trato
Entre os impérios
Na desesperada tentativa
De poupar aquilo que restou
Da pobre e indefesa população
O fogo cruzado cessou
Porém as guerras civís foram inevitáveis
E o sangue manchou
Todo o território daqueles reinos.

O fogo cessou,
Mas a dor não passou.

Entulhos de (Des)pedaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora