Capítulo 3

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Assim que terminamos de almoçar,tio Gabriel voltou ao trabalho e vovó e eu arrumamos a cozinha.E como prometido,vovó me levou até a casa da tia Rafa.

A casa da tia Rafa era um pouco mais acima.A minha sorte,foi estar usando um chinelo havaianas.A medida em que subíamos o morro,vovó cumprimentava as pessoas e elas o mesmo,podia se ver que muita gente gostava dela ali.Poucas tinham a ousadia de perguntar quem eu era e vovó simpática,explicava.

-Chegamos.-vovó para em frente a um portão enorme da cor cinza.Ela chama pela minha tia que não demora muito a nos atender.

-E aí,Agnes.Entra.-ela da passagem para vovó e eu a sigo.-Veja o tamanho da joyce.

-Essa menina cresceu mesmo.-tia Rafa me olha dos pés a cabeça.-Tá linda.

-Obrigada.-agradeço um pouco tímida.Não tenho muito intimidade com tia Rafa.Talvez por morar distante do morro,não tenho muito contato com as pessoas daqui.

-Trouxe a Joyce para conhecer a Ágata,quem sabe viram amigas?-vovó olha para tia Rafa contente.

-Boa ideia.-tia Rafa sorri.-Ágata está lá dentro,vem.-ela pega minha mão e me puxa para dentro da sua enorme casa.-Meu amor,olha só quem está aqui?

Ágata está sentada no sofá com seu celular na mão intercalando sua atenção entre ele e a tv ligada a sua frente.Ela me olha e levanta uma das sobrancelhas sem entender quem sou.

-É sua prima,Ágata.Sei que nunca se viram na vida e eu acho que hoje seria um bom momento de se tornarem amigas.-tia Rafa me empurra e sai da sala.

-Ela é sempre assim?-pergunto apontando para a direção em que tia Rafa saiu da sala.

-Na maior parte do tempo sim.-Ágata diz e ri dando de ombros.-Mais diz,é minha prima porque?

-Sou filha da Alana.-respondo.

-Ah legal.-ela diz.-Vocês não são muito ligados com as paradas do morro,né?

-Não.Minha mãe diz que queria uma vida tranquila,longe disso tudo.

-Deus me livre ficar longe disso tudo.Aqui é melhor lugar do mundo.Eu até encaixaria na 8° maravilha do mundo.-Ágata diz empolgada.

-Vou ficar aqui por um mês.-digo.-Quero aproveitar tudo o que esse morro tem a me oferecer.

-Sério?-balanço a cabeça positivo.-Você não vai mais querer sair daqui.

-Ah mais aí minha mãe me arrasta pelos cabelos.-rio só de imaginar.

-Deviam voltar a morar aqui.Fiquei sabendo por histórias,que sua mãe era foda,não tinha medo de nada,enfrentava tudo e  todos.-Ágata conta um brilho no olhar.

-Mamãe não gosta de me contar sua história.Sempre diz que passado fica no passado.É uma chata.-cruzo os braços um pouco emburra.-Por isso eu estou aqui,já que ela não quer me contar,eu vou viver um pouco do que ela viveu.Quero ir nos bailes,fazer amigos,me divertir.

-Hoje tem baile na Rocinha.Se quiser,vamos juntas.

-Beleza.-sorrio.-Pra falar a verdade vim aqui pra isso mesmo.

-Fico impressionada com tanta siceridade.

-Melhor do que falsiane.

-Isso não posso negar.

Fico por mais um tempo conversando com Ágata.Por graça de Deus nos demos super bem.Não digo que nos tornamos amigas,mas tenho certeza que a sementinha da amizade foi plantada e agora só falta regar para que ela floresça.

Combinamos certinho de irmos para o baile junto com tio Gabriel.

A Dama e o Vagabundo 4Onde histórias criam vida. Descubra agora