Capítulo 2

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Arrumo minhas roupas no guarda-roupa branco e de solteiro.Guardo minhas malas no canto do quarto e ligo para mamãe.

-Ufa!Até que enfim lembrou de mim.-ela atende no primeiro toque.-Estava quase te ligando,mocinha.

Suspiro.

-Estava quase te elogiando por cumprir nossa promessa.-falo ao lembrar dela ter prometido que não ficaria no meu pé.Não me ligasse,pois eu ligaria.-Pode se conter,dona Alana.

-Olha o respeito comigo,Joyce.-ela diz um pouco irritada do outro lado da linha.-Está tudo bem por aí?

-Está sim,só não comecei a me divertir ainda.-falo mais para me divertir com ela.

-Não vai aprontar nada,Joyce pelo amor de Deus.Não dê trabalho aos seus avós.

-Ih mãe,agora já era.

-Eu vou mandar seu pai te buscar!-ela grita e eu começo rir.

-Eu to brincando mãe,relaxa.-rio mais um pouco.-Eu vou me comportar direitinho.Eu sempre cumpro o que digo.

-Tudo bem,vou confiar em você.-ela diz mais calma.-Tenho que desligar,filha.Assim que puder me liga,ouviu bem?

-Ouvi sim.Não se preocupa.Beijos.-desligo antes que ela comece a falar mil coisas de despedidas,minha mãe é desse tipo.

Guardo meu celular no bolso do short e desço para a cozinha no intuito de almoçar.

-Já tá pronto o almoço?-pergunto para minha avó.

-Já.Só me ajuda a arrumar essa mesa.-ela coloca alguns pratos na minha mão e eu a ajudo.

Vovô não estava mais em casa.

-E áí,família!-assusto-me com tio Gabriel que ri da minha cara.-Tá devendo é?

-Não que eu saiba.-digo enquanto ele me abraça apertado.

-Cadê seu pai,Gabriel?-vovó pergunta enquando tio Gabriel se ajeita na cadeira.

-Pô mãe acho que não vai vim almoçar não.Ele tá resolvendo uns bagulho aí.-ele dá de ombros e coloca um pouco de comida no prato.-Hoje tem baile na quebrada da Rocinha,tu vai né?-ele me olha.

-Claro. Que horas vai ser?-me animo.

-Às dez da noite to saindo de casa.Se quiser embarcar na nave,passo te pegar.

-Fechou então.-faço um toque de mão com meu tio e vovó nos observa.

-Não esquece que está sob minha responsabilidade Joyce e pedir permissão para sair é uma obrigação sua.-vovó diz séria.

-Ah mãe,vai embaçar a menina.

-Não se intromete,Gabriel.-vovó lhe lança um olhar que tio Gabriel fecha a boca na hora.

-Por favor vó,me deixa ir?-junto minhas mãos e faço cara de anjinho.Talvez funcione.

-É em outra comunidade,vai ter muita gente estranha.O perigo de estar lá é bem maior do que ir nos bailes daqui.

-Eu vou estar lá também,mãe.Eu cuido dela.-tio Gabriel assegura.

-Você não cuida nem de você mesmo,Gabriel.É a coitada da Keila que tem que te carregar.-vovó diz rapidamente.-Mais conheço uma pessoa que pode ir com você,quem sabe podem até se tornarem amigas.

-Tá falando de quem?-Gabriel a olha tentando descobrir.

-Da Ágata.Ela é uma boa menina,meio doidinha às vezes,mas tenho certeza que posso confiar.

-Eu to perdida.Quem é Ágata mesmo?-chamo a atenção deles para mim.

-Neta da sua tia Rafa.Filha do Fabrício.-ela explica rápido.-Assim que terminarmos de almoçar e arrumar a cozinha,vou te levar para conhece-la.

-Beleza.-dou de ombros e arrumo meu almoço.

A Dama e o Vagabundo 4Onde histórias criam vida. Descubra agora