Chapter V

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Addison se incomodou e sentiu uma leve falta de ar enquanto olhava para o teto do aparelho de ressonância magnética que estava muito perto de seu rosto. Ela não podia se mexer, então apenas seu globo ocular transitava. Nunca podia imaginar que aquela experiência poderia ser tão incomoda.

Depois de alguns minutos sentiu a maca em que estava deitada deslizando suavemente e finalmente ela se viu de frente com o consultório e puxou o ar fresco como se estivesse segurando a respiração até o momento.

- A senhora está bem? _ perguntou um residente do hospital, que tinha os cabelos claros e os olhos castanhos.

- Sim. Só que... Esse aparelho dá uma certa claustrofobia _ ela disse sentando com a ajuda do jovem, que segurava a sua mão.

- Todo mundo tem essa sensação. A senhora pode trocar de roupa.

- Ok.

Ela rapidamente andou até a pequena cabine onde estavam as suas roupas e colocou-as novamente. Quando saiu dali, ajeitando o jaleco branco por cima dos ombros. Parou ao lado de Julia Dumas, uma das neurologista do hospital.

- Então? _ perguntou a ruiva.

- Vendo assim... No computador... Sua tomografia está limpa.

- Limpa? _ perguntou Addison.

- Sim. Não tem nada que indique qualquer anormalidade. Eu não estou entendendo porque você pediu esse exame. Você está sentindo dores na cabeça?

- Não...

"Você não entenderia...". A médica, que tinha os cabelos ondulados presos em um rabo de cavalo, contraiu levemente os lábios.

- Bom, eu vou pedir para imprimir as placas e analisar de forma mais detalhada, então eu mando os resultados pra você.

- Obrigada _ disse Addison.

Ela saiu da sala de exames e voltou ao trabalho. No intervalo de almoço, andou até o pequeno restaurante que tinha na parte de trás do hospital e quando entrou ali, pareceu atrair muitos olhares, como se sua ida até o lugar não fosse muito frequente. "Onde eu almoço?" ela se perguntou, enquanto andava até o balcão para comprar algo para comer.

Ao sair com uma bandeja, Addison olhou para o lado e sem querer viu Nancy, sentada sozinha em uma mesa, levando o garfo à boca enquanto olhava para a tela de seu celular. A ruiva andou até a cunhada e sentou-se à frente dela, fazendo com que ela lhe olhasse com um olhar de muita surpresa. Addison estranhou.

- P-Posso sentar aqui com você? _ perguntou.

- C-Claro. Fica a vontade.

Nancy deixou o aparelho de lado, ajeitou os fios de cabelo castanhos e curtos atrás da orelha, e voltou a comer, olhando para a comida, claramente evitando contato visual com a ex-cunhada. Addison começou a comer e também evitou olhar para Nancy, já que não sabia o que conversar com ela. A ruiva olhava para os lados, vendo muitas mesas desocupadas. Porque ela havia escolhido aquela? Foi um impulso. Ou um erro, ela começava a pensar.

- Ai, Addison! Eu não aguento. Porque você está aqui? _ perguntou Nancy.

- Eu...

- Você nunca almoça nesse hospital, têm muitas mesas vazias, mas você... Porque você sentou aqui comigo?

- Eu não sei.

- Aconteceu alguma coisa? Aconteceu alguma coisa com a menina?

- N-Não. Não aconteceu nada com ela. Eu não sei por que eu estou aqui. Desculpa _ disse Addison levantando-se _ Eu...

The pieces don't fit here anymore...Onde histórias criam vida. Descubra agora