Porque meu quarto tem o cheiro inconfundível de baunilha? É o cheiro da Alison.
Ouvi batidas na porta. Serviço de quarto. Café da manhã.
– Não sabia que serviam café no quarto. – Comentei.
– Pagaram por isso. – Mostrou um cartão.
– Ah. Obrigada. – Peguei a bandeja e o cartão.
"Obrigada pela noite. O Giu veio com o meu amigo para cá ontem, aproveitei e vim junto. Agora também posso te encontrar sempre. – Torie"
– "Obrigada pela noite"? – Me olhei no espelho e vi duas marcas vermelhas no pescoço – Ah, não! O que foi que eu fiz?
Troquei de roupa correndo e fui até o salão de café da manhã. Encontrei com Alison no meio do caminho, sozinha.– Bom dia. – Desejou Ali sorrindo.
– Bom dia. – Respondi, sem entender o motivo do sorriso.
– O que foi?
– Nada. – Não sabia se caminhava até a mesa para me servir ou se ficava para conversar. Não havia tocado na cesta da Torie e estava morrendo de fome.
– Está brava por eu ter ido embora?
Não sabia se ela se referia ao pub ou ao quarto.
– Sei lá.
– Emily! O que foi? Qual o segredo?
– Acho que eu estou hipoglicêmica, preciso comer. – Caminhei até a bancada de comida, deixando Alison para trás.
Victória chegou logo depois.
– Bom dia, princesa. – Deu um beijo demorado em seu rosto.
– Quanto bom humor. – Comentei.
– Shi, parece que dormiu com um dementador. Quem sugou sua luz? A mesma pessoa que fez isso? – Apontou para meu pescoço.
– Não foi você? – Coloquei a mão em cima da marca.
– Se tivesse sido eu, não estaria vermelho, estaria roxo e provavelmente com meu nome. – Sorriu. – Tenho altos talentos.
– Prefiro não comentar sobre isso. – Ri.
– Ta ai o sorriso! Agora já posso ir. Se não sua namorada vai ficar brava comigo. – Deu outro beijo no rosto e saiu.
Alison se sentou à mesa com um copo de café. Me sentei ao seu lado, logo depois.
– Alison. – Eu disse. Alison me olhou, mas eu não sabia o que dizer. – Nada, esquece. – Comecei a comer. Alison continuou a me encarar – Fala, Emily.
– Nada, Ali. Sério.
Alison começou a empalidecer após alguns segundos, me encarando.
– O que foi? O que você está fazendo? – Os olhos dela começaram a se fechar. Percebi que ela não estava respirando. Ali começou a ficar zonza. Levantei-me para que ela não caísse no chão, mas ela não desmaiou.
Depois de irmos à enfermaria, fomos para o quarto. Os pontos turísticos que esperassem.– Está melhor? – Perguntei.
– Bem melhor. -Alison estava com a cabeça em meu colo e eu mexia em seu cabelo.
– Só você para me fazer vir à Paris e ficar dentro do quarto. – Ri.
– Pensei que o importante era estar comigo. – Ali disse e fez uma careta.
– Besta. Claro que é. – Sorri.
– O que é isso em seu pescoço?
– Você não sabe? – Arqueei as sobrancelhas.
– Bom, acho que sei. Está doendo?
– Não. – Respondi
– Eu gosto de estar com você. – Comentou e segurou uma de minhas mãos.
– Eu também. – Respondi, enquanto ela se sentava no sofá de frente para mim.
– Não me olha assim. – Pedi, sem graça.
– Por que não? Quer que eu olhe como?
– Não sei. Fico com vontade de te beijar. – Respondi. Alison esboçou um meio sorriso, sustentando o olhar. Eu a puxei pelo ombro direito e a beijei. Alison sentou em meu colo, encostando a barriga na minha. Desci a mão do ombro para a cintura e a outra estava na nuca. Alison segurou minhas mãos a cima da cabeça e parou de me beijar. Me encarou com um sorrisinho de poder, por estar no comando das ações. A cada minuto que Alison parava de me beijar, eu achava que era apenas uma brincadeira, bem ou mal, brincando com meus sentimentos.– Sério, Ali. Qualquer dia eu vou enfartar com isso.
– Como assim? – Tentou se levantar, mas eu a segurei, delicadamente, porém com força o bastante para que ela não pudesse sair.
– Você me beija, depois some. Aparece, parece que não me quer e quando eu me conformo, você vem e me toma como se a gente nunca tivesse se separado.
– Não é mais emocionante ficar com alguém achando que será o último momento?
– Não! Isso é devastante. Se você estivesse doente era uma coisa, mas você faz isso de propósito. Por que não deixa claro o que quer de mim? – Meus olhos estavam vermelhos. Ela estava prestes a chorar.
– Esse é o jeito... - Me deu um selinho. – De mostrar... - Outro selinho – O que eu quero.
– Não Ali, assim não. – A soltei.
– Não quer mais ficar comigo? – Alterou o tom de voz que era carinhoso para rude, enquanto se levantava.
– Alison! Como você pode perguntar isso? Só quero saber o que você quer de mim. Se quer brincar, ficar eternamente, namorar, ter um futuro junto... O que você quer? – As lágrimas escorriam em meu rosto.
Alison sentia a pressão do momento e ela odiava se sentir pressionada, mas também odiava saber que estavam prestes a se afastar dela. Sentou-se numa distância segura de mim e tentou responder sem deixar de ser a "vadia da história".
– Emi, você é minha preferida, sempre foi. Eu quero que essa viagem seja a melhor das nossas vidas, mas não existe a menor possibilidade "da gente" acontecer fora daqui. Rosewood é uma cidade pequena...
– Não... Espera... Alison Dilaurentis com medo do que o povo de Rosewood vai falar? Ali, você praticamente manda lá.
– É complicado, Emily. Não é bem assim.
– Então me explique. – Cruzei os braços.
– Eu senti tanto a sua falta. – Tentou mudar de assunto, ela não se sentia preparada para lidar com seus sentimentos.
– Eu também sentia a sua. Mas você precisa me contar algumas coisas. Precisa confiar em mim.
– Mas eu confio. – Se levantou.
– Vem cá. – Estendi o braço. Alison segurou minha mão, ficando de frente para mim, ainda em pé. - Sabe o que eu acho? – Segurei sua outra mão. – Que você passou tanto tempo tentando e fazendo os outros te amarem e idolatrarem que confundiu a admiração dos outros com um sentimento que não é seu.
Você sempre teve uma vida badalada, só se aproximando dos outros quando lhe era conveniente. De quem você gosta de verdade? Você realmente sabe o que sente por mim ou tem medo de descobrir? Você acha que se... se descobrir que não me ama como amante eu irei me afastar? – Alison parecia ofendida e ao mesmo tempo como se tivesse tomado um choque de realidade ou um tapa na cara. Tentou se desvencilhar de mim, mas não a soltei.
– Me larga, Emily! Acha que pode falar comigo assim? Não pode! Eu não vou deixar! Me larga!
– Eu nunca vou te deixar. Independente de qual seja sua resposta. Só vou tocar a vida de forma diferente. Você nunca vai ficar sozinha de novo.
– Me larga! – Repetiu com menos intensidade. Parecia fraca, quase como se desse por vencida. A soltei. Alison estava pensativa e acuada. Eu entendia que ela precisava de espaço para pensar.
– Eu... - Disse olhando para a porta – Eu preciso dar uma volta.
– Na verdade, você precisa comer algo antes. Você não comeu nada até agora.
– Você não é minha mãe, Emily. Minha mãe está morta! – Gritou e saiu do quarto.Fiquei com a respiração fraca por alguns segundos.
Deixei-a sair.

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Emison em 8 tons
FanfictionFazer a viagem dos sonhos com a garota que você ama seria perfeito, certo? Mas e se essa pessoa não conseguisse sentir por você metade do que você sente por ela? Você fugiria ou enfrentaria tudo para provar que ela também consegue amar de verdad...