Voltei para o quarto que ela estava hospedada.
No dia seguinte parecia que era o primeiro dia da viagem. Ficamos 5 horas no Louvre e não vimos nem metade das obras. O museu é ENORME!
Depois do almoço nos encontramos com Hanz e fomos para a porta do hotel da Torie. Era bem formal, mas o jardim da entrada era lindo e quebrava o clima de seriedade, com várias cores e tipos de flores. Sentei-me em um dos bancos e Ali sentou em meu colo, alegando que assim sobraria mais espaço para os outros sentarem. Mas ninguém sentou e nem ela mudou de lugar, até Torie e Dylan saírem.
Fomos a pé até a Torre Eiffel. O Giu achava que íamos lá apenas para tirarmos fotos e fazermos depois compras. De certa forma era verdade. E todos que tinham ido ao pub estavam ali, exceto por Will.
O pedido de namoro foi clichê, mas fofo e romântico. Afinal... talvez até falar palavrão em francês, em frente à Torre seria romântico.
Ali ficou o tempo todo ao meu lado e sempre dava um jeito de encostar-se em mim.
Bom, claro que o Giu aceitou o pedido. E apesar da companhia agradável, minha vontade era de ficar sozinha com a Ali e necessariamente nossa relação exigia isso. Além do mais, estávamos exaustas.O Sol já tinha se posto, mas o céu ainda estava claro. Parecia que ia começar a esfriar.
Passei o cartão de acesso para abrir a porta do quarto e entramos. Alison me empurrou contra a porta fechada e me beijou. Minha bolsa caiu lentamente no chão, enquanto meus ombros relaxavam após o susto e a surpresa.
Seus dedos deslizaram suavemente para dentro da minha camiseta. Passaram por minha cintura, barriga, cintura novamente e depois por minhas costas. Soltei sua boca trocando-a por seu pescoço. Sua mão subiu decididamente até alcançar a parte de trás do sutiã, mas nada fez. E começou a separar seu braço do meu corpo. A olhei sem entender. Me deu um beijo curto e falou:
– Vou tomar banho.
– Sério, Ali? – Perguntei, sem acreditar. Ela não respondeu, apenas sorriu pegando a toalha. Não consegui mover minhas pernas por alguns segundos. Depois passei os dedos nos meus lábios. Eu estava feliz. Depois de muito tempo.Ali ainda não havia ligado o chuveiro.
– Tudo bem, Ali?
– Ahan. Estou esperando a banheira encher.
– E precisa esperar ai dentro? – Ri, mas ela não respondeu. Bati na porta. Estava destrancada, mas preferi vê-la sair. Ela abriu a porta enrolada na toalha branca da pousada.
– O que foi?
– Nada. – Franzi a testa. Era muita mudança de humor em poucos minutos. Não dava para acompanhar.
Me afastei da porta e ia sentar na cama. Ela veio atrás.
– A gente podia ir para o norte da Itália depois. – Sugeriu.
– A não ser que eu consiga um emprego aqui, eu não tenho como ir.
– Nem se eu te convidar?
– Não gosto de depender dos outros, Ali. – Me sentei na cama. Ali se sentou em meu colo, abraçando com o braço direito minhas costas.
– Por favor. – Me olhou fixamente e me abraçou.
– Vou pensar, ok? – Ela me olhou, encostou os lábios nos meus e repetiu.
– Por favor. – Me olhou com cara de choro. E repetiu – Por favor. – Meu coração se acelerou e ela o sentia. Colocou os lábios quase encostados em meu ouvido e repetiu mais uma vez – Por favor, Em. – Minha voz não saía. Ela sabia o quanto ela mexia comigo e usava isso contra mim. Por fim ela começou a me encarar e piscar lentamente. Eu a ouvia respirar e também ouvia o barulho da água enchendo a banheira também.
– Eu não consigo falar "Não" para você. – Ela sorriu e se levantou vitoriosa, entrando novamente no banheiro.
"Parabéns Emily Fields, você continua sendo o brinquedinho dela. " – Pensei.– Só faltam duas coisas aqui.
– O que? – Gritei, perguntando.
– Champagne. – Respondeu.
– E a outra? – Silêncio – Ali? – Silêncio novamente. Me levantei e entrei no banheiro.
– Agora só falta uma. – Sorriu estendendo a mão.
– É nessa hora que o relógio desperta? – Perguntei franzindo a testa.
– Que relógio? Como assim?
– Nada. Mas é sério? – Apontei para a banheira que ela estava.
– Pareço brincar?
– Acho que eu estou com um pouco de vergonha. – Minhas bochechas começaram a corar. Só de imaginar ficar nua, sem ser para trocar de roupa na frente dela, me deixava nervosa. Ali riu e fechou os olhos. Tirei a roupa e entrei na banheira me encolhendo o máximo que dava. Sentei-me ao lado oposto ao dela. E ela abriu os olhos.
– Vem cá, vou ensaboar suas costas.
Me desloquei tentando fazer menos movimentos possíveis e fiquei de costas para ela.Estávamos sozinhas. Meu coração palpitava tão rápido e tão forte que estava com medo de enfartar, bem ali, nua e vulnerável. Eu a amava tanto que doía. Mas eu estava tão cansada de sentir dor, que a cada gesto carinhoso, imaginava que viria algum golpe. Ao mesmo tempo queria acreditar que dessa vez era verdade e que eu não ia me magoar ou ferir.
Alison estava carinhosa e atenciosa, isso era muito raro. Normalmente isso acontecia quando ela queria algo, facilmente as pessoas cediam. Eu deveria acreditar ou apenas aproveitar sem esperanças de um futuro juntas?– Emi! Eu te fiz uma pergunta! – Disse, batendo a mão na água.
– Desculpa. O que você disse?
– Ah. Não vou repetir. Eu aqui desabafando e você não ouviu nada?
– Não, me desculpa? – Me virei para ela e ela estava com a cara fechada. – Ah, sério? O que você falou? A gente não vai brigar agora, né?
– Eu disse que vai ser difícil voltar para casa. Vocês vão para a universidade e eu não.
– Não tinha pensado nisso.
– Por um lado é bom. Você fora de Rosewood...
– Eu fora de Rosewood faz com que a gente não tenha nada sério.
– É o que você acha? – Franziu o cenho.
– Não sei. Não é o que "você" acha?
– Já terminei suas costas. – Deixou o sabonete na saboneteira e fechou os olhos, afundando um pouco mais o corpo na banheira.
– Abre os olhos. – Falei firme. Ela obedeceu torcendo a boca, achando engraçado eu tentar dar alguma ordem a ela. – A gente precisa parar de brigar. Eu sei que você quer as coisas do seu jeito, mas a gente vai embora daqui três semanas. Por favor, vamos aproveitar a viagem e depois a gente pensa no depois.
– Sua vez. – Pegou o sabonete e me entregou. Segurei, mas ela não virou as costas.
– Acho que você é a pessoa mais complicada que eu já conheci na minha vida. Olha que minha ex namorada quase me afogou e era apaixonada por mim. Complicação maior só você mesmo.
– E a que você mais ama também. – Sorriu, colocou a mão em meu pescoço e me beijou. Nos beijamos e a água começava a esfriar.
Ali deixou a água escoar e ligou o chuveiro.
Eu continuava sentada, não queria me levantar e ficar mais vulnerável ainda. Embora a gente já tivesse se trocado várias vezes uma na frente da outra, o contexto era totalmente outro.
– Vai ficar ai, sentada só me olhando tomar banho ou vai fazer alguma coisa? – Fez um gesto para que eu me levantasse.
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Essa história foi postada originalmente no Nyah em 2014, espero que estejam gostando tanto quanto quem leu na época gostou.
Twitter: @_astronautaa

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Emison em 8 tons
FanfictionFazer a viagem dos sonhos com a garota que você ama seria perfeito, certo? Mas e se essa pessoa não conseguisse sentir por você metade do que você sente por ela? Você fugiria ou enfrentaria tudo para provar que ela também consegue amar de verdad...