2. Shine

618 48 3
                                    


  Esperava que ela estivesse atrás da porta me esperando, com o rosto inchado de tanto chorar, quando me visse me abraçasse, me beijasse e pedisse desculpas.
Ela estava no final do corredor. Rindo. Falando com um grupo de turistas. Ao me ver, apenas sorriu e continuou conversando. Respirei fundo, amassei o papel e joguei no lixo na frente dela. Voltei para o quarto.

"Mais uma dessas e eu volto para Rosewood. Não sei mais quanto meu coração vai conseguir aguentar". – Pensei.

Peguei meu notebook. Precisava falar com Hanna.
Ela estava online.
"Como está tudo ai?" – Hanna
"Horrível. Briguei com a Ali".
"Já? Ela ficou com alguém na sua frente ou algo assim?"
"Talvez esteja beijando alguém agora."
Ouvi batidas na porta.

– Em, abre. – Gritou, Alison.
– Não. – Respondi.

"Abre!"- Hanna
"Não".
–Abre, Emi. – Pediu, Alison.

"Abre e me deixa xingar essa vadia!" – Pediu, Hanna.
"Ok". – Respondi, rindo.

Caminhei até a porta e a abri.
– Em, a gente vai dar uma volta pelos pubs e comer uns croissants.
"Alison!" – Gritou, Hanna.
– Hanna?
"Sim"

Virei o notebook para Alison.
"A Emily brigou de novo com a Sra Fields para poder viajar com você e em vez de você combinar de sair com ela... O que você faz? Continua a mesma vadia e insensível de sempre. O que aconteceu não te fez mudar nenhum pouco?" – Perguntou, Hanna.
– Não seja ridícula, Hanna. Ela que não quer sair.
"Caramba, Alison. Até eu daria uma namorada melhor que você, para ela."
– A gente não está namorando e eu estou aqui para me divertir. Então não estraga!
"Ai, sua vadia insensível."
– Mas bem que você queria ser como eu. – Riu – E eu também sei que EU estou em Paris e você na Filadélfia. Então ainda estou muito melhor do que você, querida. – Sorriu e saiu do alcance da câmera. Chegou perto do meu ouvido e disse: Se você tivesse pedido para eu ficar, eu ficaria. O bilhete era sincero. – Deu um meio sorriso e saiu desfilando em seus saltos. Parou na metade do corredor e disse: - Se realmente quer algo, lute pelo que quer. 21h na portaria.
– Vivian, a gente está te esperando no bar. – Avisou um rapaz com sotaque britânico, entrando no elevador.
– Vivian, Alison? – Perguntei.
– Faz parte do plano para a diversão. – Apertou o botão do elevador.

"Emily? Está ai ainda?" – Gritou, Hanna.
Olhei para dentro do quarto e gritei: "Espera!"
– Ali... – Quando olhei para o corredor ela já havia ido embora. – Droga!- Fechei a porta do quarto e sentei na cama.
"O que aconteceu?" – Perguntou.
– Ela foi para o bar da pousada com um cara de sotaque Britânico.
"E o que você está fazendo aqui? Ou você acha que a Ali D. vai vir aqui e te pedir em namoro? Até parece que não conhece ela."
– Ah, mas o que eu faço?
"Ou esquece, ou faz acontecer. Porque se vocês voltarem para Pensilvânia sem ter dado se quer um beijo, eu vou dar um tapa na sua cara. Mas um tapa muito melhor que eu dei na Jenna." – Sorriu, lembrando de quando encurralou Jenna no banheiro.
– Com certeza esse era o incentivo que eu precisava. – Fiz uma careca ironizando.
"Boa sorte!"
– Espera, me ajuda a escolher a roupa.

O relógio marcava 20h50min quando eu desci até o bar. Segundo a Hanna, eu estava impecável. Alison estava rodeada de pessoas.
Um dos meninos estava bem perto dela, como se fosse seu namorado.
Alison me olhou e balbuciou "Você está incrível".
Sorri e parei longe deles, para ver se Alison vinha até mim. Me sentei.
Alison conversou por mais alguns minutos e veio falar comigo.
– Aposto que a Hanna te induziu a usar essa roupa.
– Na verdade, ela não acreditou que eu tinha escolhido esta. Apenas aprovou.
– Vai sair com a gente?
– Espero que sim.
– Vem, vou te apresentar para eles.
Me equilibrei nos saltos, arrumei o vestido e o cabelo e a segui.
– Vivian, querida. Apresente-nos sua amiga. – Pediu, Giuseppe, um italiano simpático, bonito e afeminado.
– Essa é... – Esperou para saber se eu usaria o meu nome mesmo. – Emily. Minha melhor amiga.
Cumprimentei as 5 pessoas que estavam a sua volta. 2 meninas e 3 meninos.
– Eles estão aqui desde a semana passada. – Comentou. – Disseram que tem um pub, que dentro é quase inteiro de neon, aqui perto. Fica aberto até as 6 Am. E a parte de cima tem café da manhã. E a melhor parte: Dá para ver perfeitamente o nascer do Sol.
– Estou pronta. – Sorri, tentando mostrar uma simpatia além da minha normalidade.
E saímos. Chegamos no pub em menos de 15 minutos de táxi.
Assim que nos sentamos, trouxeram alguns tubos de ensaio com bebidas coloridas e brilhantes.
– Já conhecem o pub? – Perguntou a garçonete.
– Não. Primeira vez. – Respondeu Alison em Francês.
– Vocês têm três ambientes. Pista, os pubs e sofás e a sala de tinta. A partir da 1Am a sala de tinta fica aberta junto com a pista de dança.
– Pergunta para que serve a sala de tinta. – Sussurrei para Alison. Ela perguntou e a moça respondeu que era melhor esperar alguém sair de lá. Depois nos entregou o cardápio.
– Espero que não tenha nada a ver com Paint Ball. – Comentou Arikima, uma das 2 meninas do grupo de turistas. Ela era suíça.
Logo se ouviu a cortina de contas ser aberta, após isso ouvimos o barulho da porta.
De lá saiu um moço pintado de várias cores florescentes. Não era como se ele tivesse sido atacado no paint ball, era como se fosse de alguma tribo indígena albina. Depois saiu uma mulher de aparência latina, com os cílios pintados de verde e algumas partes do cabelo amarelo neon, que acompanhavam com a pintura do braço e a camiseta branca escrita "Shine", escorrendo tinta rosa.
– Fantástico! – Comentou Arikima para Simone, sua prima. Vamos? – Olhou para todos.
– Vamos! – Disseram Simone, Giuseppe e Hanz.
Alison olhou para mim.
– A gente vai para a pista. – Will olhou para Alison sem saber se ela iria com ele ou comigo. Eu compartilhava da mesma pergunta. – Aliás, eu vou. Quem vai comigo? – E caminhou até a pista de dança.
Eu e o Will nos levantamos. Alison riu ironicamente. Fomos atrás.
– Viv, você tem namorado? – Perguntou Will, enquanto dançava cada vez mais perto dela.  

Emison em 8 tonsOnde histórias criam vida. Descubra agora