1. Comment dire Je t'aime aujourd'hui?

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Não importa o que digam, sempre estamos em busca de um "para sempre".
Alguns encontram amizade eterna, outros amores infinitos, outros ...o amor. Mas sorte daqueles que conseguem um "para sempre" sem quase tudo.
Eu, Emily Fields, tive a grande sorte de conseguir quase tudo o que todos buscam. O melhor de tudo é que as coisas aconteceram muito cedo, porém, como nem tudo é perfeito, fomos perseguidas por anos, por alguém que não tinha o que fazer da vida. Quando digo "fomos" me refiro a mim e as minhas amigas, Aria, Hanna, Spencer e Alison. Isso sem contar a interferência externa de pessoas que não fazíamos ideia da existência.
Na sexta série eu me descobri completamente apaixonada por uma das minhas melhores amigas. Pensei que fosse coisa da idade, mas por fim aconteceu nosso primeiro beijo. Alison fazia questão de me humilhar por ter esses sentimentos por ela e até fez questão de dizer que só tinha me beijado para treinar para "a coisa real". Ela gostava de garotos.
Depois de quase dois anos de amor platônico, ela foi assassinada. Bom, mas aqui em Rosewood, nada é o que parece.
Quase três anos depois, eu a vi... viva. Mas eu já estava namorando. Paige, cretina. Não estragará essas linhas. Se bem que de certa forma foi bom o que ela fez. Enfim, Alison consegue contornar qualquer situação. E eu a amo.
Em "Tfios" (A culpa é das estrelas) o "para sempre" é "Okay-Okay". Em The Originals é "Always and Forever". Será que algum termo representará nosso "para sempre"?

Segunda-feira, depois de um segundo convite, chegamos ao aeroporto. A doce Paris era o nosso destino final. Não sei como ela superou os últimos acontecimentos, mas parecia que éramos fortes, juntas conseguimos superar qualquer perda, qualquer dano.
– Está com medo? – Perguntou Alison quando me viu agarrada ao meu travesseiro quando o piloto anunciou a decolagem. – Já andou de avião antes?
– Sim, quando eu fui ao Haiti ano passado. Meu lance é água, não ar. – Ela soltou o lençol que ia abrir e segurou minha mão.
– Próxima viagem a gente vai de navio. – Só consegui sorrir, fazer um cruzeiro pela Europa ou pelo Caribe seria mais do que perfeito. Mas o melhor de tudo é que ela disse que teria uma segunda viagem.
Eu já estava voando. Não estava mais com medo. A viagem seria perfeita. Pelo menos era o que eu achava.
Dormimos a maior parte do tempo. Achei que eu não ia conseguir dormir e que conversaríamos a viagem inteira, mas eu estava exausta. Minha mãe não era grande fã de Alison e cogitar uma viagem sozinha com ela, era muito para a cabeça da dona Pam Fields.
Chegamos na pousada, que parecia mais um resort. Eu a escolhi. Aliás, ela só havia decidido o lugar.

Deve ter sido mais difícil se esconder por tanto tempo e ser presente ao mesmo tempo. Agora ela não precisava lutar para sobreviver. Eu queria cuidar dela.

O jardim da entrada era imenso. Melhor que nas fotos do site. Ali não demonstrava muita empolgação, mas como ela tem uma memória fotográfica ótima, eu sabia que ela estava gravando mentalmente cada canto de todos os cantos.
– Em... você quer sair agora?
– Se você quiser, eu quero. – Sorri, abrindo a mala.
– Eu fiz uma lista de lugares que a gente precisa ir. – Sorriu, finalmente mostrando empolgação. Ou quase isso.
– Que bom. Amanhã a gente tem guia.
– Jura?
– Não foi o que a gente combinou, Ali? – Larguei a mala e fiquei de frente para ela, que estava do outro lado do quarto.
– Tinha esquecido. – Arqueou as sobrancelhas, como se fosse óbvio.
– O que foi, Ali? Você não parece estar aqui...
– É que eu ainda estou me acostumando com essa "liberdade". – Fez sinal das aspas com as mãos.
–Não precisa se preocupar. Eu estou com você. – Andei até ela na intenção de abraça-la, mas ela foi até a varanda antes, me deixando ainda mais preocupada.
Me sentei no sofá da saleta e liguei a TV. Programas em francês: pareciam todos cultos e refinados. Até o programa de humor parecia algo chique.
O quarto era grande. Tinha sala, banheiro e cozinha. As paredes tinham algumas texturas, quadros de paisagens regionais e alguns avisos próximos à porta.
Olhei para a varanda, Ali estava debruçada. Caminhei até ela e a abracei.
– Um passeio ao Louvre pelos seus pensamentos.
– Proposta irrecusável, eu diria.
– Acho que a gente precisa conversar. – Segurei sua mão puxando para adentrar.
– Fala... – Começou a ajeitar o cabelo como se não estivesse interessada.
– Nada. Deixa. – Levantei da cama e voltei a ver TV. Não entendia muito, só havia feito francês básico 1 e 2.
Alison começou a desfazer as malas. Ela não queria conversar. A questão era que: a gente não estava namorando e eu continuava sem saber o que ela sentia. Claro que ela gostava de mim, mas será que era como eu gostava dela? Ela adorava despertar sentimentos nas pessoas. Adora iludir e usá-las. Bom, mas se essa viagem me disser que ela não gosta de mim como eu gosto dela, ficarei "para sempre" arrasada.
– Emi – Disse se trocando.
– Oi. – Me virei, olhei. Ela estava de sutian e calça.
– Estou com fome. – Pegou duas blusas. – Qual você prefere?
– A rosa.
– É, eu também. – Sorriu e se vestiu. – Ai, Em... Não fica com essa cara. Eu vim aqui para me divertir. Só é estranho estar livre de novo.
– E eu vim para ficar com você.
– Eu também, se não teria chamado outras pessoas para vir e não teria que ficar olhando para essa sua cara de emburrada.
– Então por que você não está comigo?
– Eu ainda sou Alison Dilaurentis e posso estragar fabulosamente suas férias e seus sentimentos. – Algo parecia estar preso em minha garganta. A primeira resposta que ela me dá diretamente foi pior que um balde de água fria. Minha respiração começou a acelerar e meus ombros se contraíram. Ela continuou a falar. – Eu quero que essa viagem seja perfeita. Para mim e para você. Eu quero voltar a sentir, qualquer coisa além de medo e paranoia de perseguição. Então não fica me pressionando. – Me levantei e fiquei em pé de frente para ela.
– Não estou te pressionando, Alison. Mas já estou cansada desses joguinhos. – Balancei a cabeça negativamente. – Quer saber? Vou dormir em outro quarto. Quando você tiver uma proposta de verdade para gente, me avisa.
– Emi, não faz isso! Eu não quero ficar sozinha. Ainda mais em Paris, ia ser muito depressivo! Não faz sentido!
– Me faça ter sentido, então. – Ela me olhou e não soube o que responder. Peguei minhas malas e pedi outro quarto na recepção.
Algumas horas depois, um papel foi passado por baixo da porta. Eu estava com raiva de mim por ainda esperar algo dessa pseudo-relação. Me assustei por alguns segundos, pensando que fosse de –A. Aquele time que torturava eu e minhas amigas. Mas era de Ali.
Abri o papel.

"Eu estava caminhando pela rua, tentando decidir se ia ou não para a outra cidade. Cheguei na plataforma 6. Agora não consigo despedir da cidade antiga e embarcar na nova.
Todos já entregaram suas passagens e a minha está no bolso. Eu gosto de olhar as pessoas. Eu não gosto de me sentir sozinha no meio da multidão. Sempre fui rodeada de pessoas que queriam algo de mim. Depois eu precisava algo delas.
Recuperei minha vida antiga, com alguns ajustes. É difícil confiar nas pessoas e quero que venha comigo. Farei o melhor que eu posso.
A plataforma está esvaziando. Então, por favor, tem como vir logo, segurar minha mão e nunca mais soltar?"

Abri a porta correndo, ainda segurando o papel.

Emison em 8 tonsOnde histórias criam vida. Descubra agora