The Teacher •Park Jimin

*24*

Ele se sente tão nervoso quanto eu. Aquele carro extremamente silencioso só aumenta a tensão, pois não sabemos como será isso tudo. Nós não tivemos chance ainda de ir até um hospital, então fico preocupada sobre Jimin, espero que ele não tenha problemas com suas feridas de bala.

Na verdade, eu não quero ir até o hospital. Eu tenho medo de que meus problemas sejam maiores do que penso. E se isso não tiver cura? Eu vou passar minha vida toda
Vivendo com isso? Como eu vou poder seguir minha profissão assim?

São perguntas que me abalam muito, mas ainda sim não quero falar disso com ele ou com Yura, tanto por meu próprio medo quanto por saber como isso afetará  ambos ainda mais.

"Ei, relaxe. Só seja você mesmo que tudo dará certo. As pessoas vão entender, eu prometo."-digo.

"Eu não estou assim por
ter que falar de nós dois na TV, mas pela pressão do CEO para nos casarmos. Nãoé como se eu não quisesse que isso acontecesse, mas ainda é muito cedo, você nem começou sua carreira! Eu não quero que um dia você se arrependa de ter se envolvido comigo e perceba tudo que você perdeu.."

"Claro que não! Eu nunca vou pensar assim.Eu vou repetir o que disse para Yura: Eu nunca irei desistir dos meus sonhos. Nós vamos passar por tudo isso, nós iremos saber quando chegar a hora de nos casarmos, ok? A não ser que você já esteja pensando em me abandonar..."- disse essa última como brincadeira.

"O quê?! Não! Como assim?!Eu nunc.. Você tá brincando comigo de novo, né?"-eu ri.

"..."-"Isso não se faz! Você terá que me recompensar!"

"Como?"-digo, ainda rindo  ao ver sua preocupação com minha brincadeira.

"Me deixe dormir em cima de você."

"Você é doido? O banco serve pran isso!"-retruco.

"O banco não faz cafuné, e com certeza não é tão acolchoado como você."

"Eu não vou perguntar o que isso significa, senão você vai levar uns tapas!"

Ele me olha com uma cara tediosa, não acreditando que eu seria capaz de bater nele e  se joga em cima de mim, como um peso morto.

"Você não vai ter coragem de bater num ser tão angelical como euzinho aqui."- ele aponta o dedo para a própria cabeça.

"Eu não sou um travesseiro!"-ele emite um grunhido e continua em cima de mim, com seu rosto na curvatura de meu pescoço.
"Você é pesado! Para de fazer manha! Se quiser pode se jogar do outro lado do carro!"falo, tentando empurrá-lo.
No fim, eu não tenho coragem-como ele preveu- e acabo deixando-o ali, sua respiração vai diminuindo até ficar num ritmo monótono, o qual me sinaliza que ele já estava dormido.

(...)

Quando o carro para em frente à emissora, falo bem baixinho para acordá-lo.
"Jimin... Nós já chegamos."- ele não dá ouvidos para mim, apenas me olha com uma cara de sono e mergulha o rosto de novo na curvatura do meu pescoço, me forçando a balançá-lo até que ele acordasse irado por ter tido seu sono interrompido.

"Menino mimado..."

Logo atrás de nós, chegam outros carros contendo funcionários da Bighit.

Com dificuldade eu arrasto um Jimin com cara de sono para fora do carro, entrando rapidamente com ela no local para não sermos pegos por paparazzis.

Conforme vamos andando, percebo o movimento do local. Os funcionários correm de um lado para o outro, há pessoas com câmeras nas mãos entrando em pânico, chefes repreendendo empregados por ficaram apenas comendo na mesinha disponibilizada, um verdadeiro caos.

Viramos em um corredor onde eu e Jimin somos separados, cada um para dentro de um camarim.

Quando a funcionária da Bighit abre a porta para mim, não demora muito para que eu seja puxada para dentro e que algumas mulheres que estavam ali dentro me joguem em uma cadeira de costas para o espelho.
Há 3 delas, todas altas e de cabelo preto, me olhando como se eu fosse uma Barbie novinha e elas, uma criança de 7 anos.Uma se ocupa decidindo qual roupa ficará melhor em mim, enquanto as outras duas dividem as tarefas,uma começa a passar coisas no meu rosto enquanto outra fica atrás de mim penteando meu cabelo por vários minutos.

Depois de algum tempo fazendo isso, elas viram minha cadeira para que eu possa ver o resultado final. Elas fizeram um coque em forma de laço em meu cabelo;em meu rosto há uma leve maquiagem, com direito a cílios grandes e um batom rosa passado apenas no meio dos lábios. Eu visto uma camiseta cinza com um coração estampado no meio e uma saia jeans lápis.

Elas dão um sorriso ao ver minha satisfação e me guiam até o lugar de antes onde o caos reinava,mas.agora tudo está bem mais calmo, as coisas já parecem estar bem organizadas e todos estão em seus devidos lugares.
Elas só me deixam lá e vão embora, sem me dar qualquer instrução,então decido pedir informação para um cameraman que estava por ali.

Ele está de costas para mim, mexendo no que parece ser uma caixinha preta. Eu dou uma batidinha em seu ombro para que ele note minha presença.

"É... oi! Eu vou ser entrevistada daqui a pouco, mas estou completamente perdida sobre o que tenho que fazer. Será que você pode me ajudar?"
Ele me olha por alguns segundos com uma cara de confusão, como se não soubesse por que eu estava ali ou o que deveria me falar. Então, seu rosto se ilumina e ele parece se lembrar quem eu era.
"Ah sim, está vendo aquela porta ali? Quando chegar a hora, você irá entrar por ela. Ela dá acesso direto para onde são gravadas as entrevistas. Terão pessoas que irão assistir o programa ao vivo, então lembre-se de sorrir quando passar pela porta."- ele puxa uma espécie de fone  de ouvido preto junto com a caixinha que estava mexendo antes.

"Isto aqui é um microfone, prenda-o na gola de sua camiseta, e essa caixinha preta vai nas suas costas, ela tem uma espécie de prendedor para que você fixe-a na sua saia."

Ele olha no relógio e emite um suspiro.
"Está na hora, fique em frente à porta e espere eu dar um sinal para que você a abra,ok?"-eu confirmei.

Eu caminho até a porta preta, já ouvindo alguns gritos da plateia, vindos do lado de fora.

Ele faz um sinal com a mão e eu abro a porta, sendo cegada pela luz  que foi colocada diretamente em mim.

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O que vocês acham que vai acontecer?Alice não quer que saibam do seu problema...

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