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Abri a porta do quarto e me joguei na cama, eu dormi igual uma pedra. Acordei com a claridade batendo no meu rosto, olho pro relógio, 11h da manhã.

Vou até a sala e vejo Rowler correndo atrás de um carrinho de brinquedo, latindo muito.
Passo pelo quarto da minha mãe, arrumado, acho um bilhete em cima da cama:
Tive que sair, houve um problema na empresa. Já dei comida pro Rowler, a empregada não vem hoje.
Mamãe.

Vou ter que cozinhar, deus não me deixe botar fogo nessa cozinha.

Procuro algumas receitas online, todas muito complicadas, decido fazer kimbap. Depois de comer (e com sucesso, não botar fogo na cozinha),vejo a louça me encarando e me julgando. Muita bagunça.

Me sento no sofá e começo a assistir TV, olho para a bancada da cozinha e o peso da consciência cai sobre mim, preciso lavar.

Quando olho no relógio são 14:30, saio correndo até o banheiro com a toalha na mão, o carro vem me buscar em meia hora.
Pego a primeira roupa que encontro, uma camiseta preta de caveira e uma saia rosa, quando eu tinha comprado aquilo, afinal?

Quando chego no térreo vejo um carro me esperando, o motorista segura uma plaquinha com o meu nome.

O caminho até a casa dele é longa, deveria morar do outro lado de Seoul.
As redondezas eram formadas por várias empresas, de nomes grandes, lembro de ter visto a IHO entre elas.
Das empresas, passamos por uma área residencial mais afastada, cara, resumindo.
As casas eram todas grandes, praticamente mansões, minha casa na cobertura não sem comparava nem à menor casa dali.

Paramos na frente de uma casa muito bonita. A porta era de madeira de carvalho, marrom. A casa era branca, janelas compridas e verticais e uma varanda com um banquinho semelhante ao que eu tive a muito tempo atrás, de repente fico melancólica.

Na primeira batida que eu dou a porta se abre, ele está com um sorriso no rosto, de moletom, sem maquiagem.

"Você é sempre pontual assim?"- Pergunta irônico.Ele me mostra o relógio, quase 16h.

"Ah, desculpa. O caminho até aqui era longo e.."- começo a gaguejar.
Ele me interrompe.

"Eu tô brincando! Relaxa!"

Ele me convida para entrar, assim que entro, meu queixo cai.
A casa era linda por dentro.
Bagunçada, o óbvio de acontecer quando 7 meninos moram juntos.

"Você quer beber alguma coisa?"-me pergunta.

"Não, tô bem."

"Nós vamos estudar no escritório, fica lá em cima."

Nós subimos por uma escada em espiral, admirava tudo o que via.
Nós passamos por um largo corredor, muitas portas abertas, mas sem pessoas dentro.

"Eles estão fazendo compras."- me respondeu quando percebeu meu olhar curioso.

Nós entramos numa sala com várias estantes de livros, alguns sofás, uma escrivaninha é uma mesa quadrada marrom.
Eu me sentei, Jimin foi na escrivaninha e pegou um caderno é uma caneta. Coloco sobre a mesa um livro sobre aprendizado de Português e um lápis.

Nós começamos pelo básico, ensinei as vogais e as consoantes. Era bem difícil para ele, algumas letras do alfabeto não existiam no
Coreano, então ele desconhecia os Sons que algumas letras faziam.

Depois de algum tempo ele pegou o jeito, já sabia escrever quase todas as letras. Tentava ao máximo não surtar com ele me olhando.

"Ah, isso é difícil."- falou.

"É questão de prática, se você praticar a escrita todos os dias, ela vai melhorar."

"Tô com fome, podemos dar uma pausa?"- pediu juntando as mãos.

"Ok, mas só alguns minutos.."

Nós fomos até a cozinha, ele preparou algumas panquecas.

"Você sabe cozinhar?!"- falei.

"Sei... aprendi com o Suga."

"Como eu posso ao mesmo tempo saber tanto sobre você e ao mesmo tempo não saber nada?"- me perguntei.

"Ninguém sabe muita coisa sobre mim."- afirmou enquanto colocava as panquecas sobre o prato.-"Não querendo ofender, mas não é porque somos figuras públicas que não temos segredos ou que mostramos tudo."

"Agora me sinto idiota."- falei envergonha.

"Não! Eu não disse com essa intenção, isso simplesmente acontece. Ninguém mostra quem realmente é na TV."

Isso que acontece quando tento dar uma de sabichona.
Nós comemos as panquecas e voltamos a estudar, dessa vez tudo foi mais mecânico, me sentia incomodada depois da bronca que levei.

"Você está bem?"- me indagou de repente.

"Ah sim, estou!"

"Não parece. Pode me falar."

"Eu ainda me sinto mal pelo o que houve na cozinha.."

"Eu te disse que não precisava ficar assim! Não seja boba."- passou a mão pelo meu cabelo. Arrepiei.

"E-Eu vou tentar."

Nós juntamos as coisas e estávamos descendo a escada quando ouvimos uma agitação. Tentei voltar para cima, mas era tarde.

"Quem é ela?"

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The Teacher •Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora