Slut

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"She sees them walking in a straight line. That's not really her style"

{Lily}

-Cinco segundos!

Alguém berrou atrás de mim enquanto eu retocava minha maquiagem em frente a grande penteadeira iluminada comprada especialmente para mim, já que era eu quem trazia o maior lucro para esse bordel não tão famoso e perdido entre tantos outros na cidade do pecado.

-Quatro segundos...

Algumas garotas começavam a correr de um lado para o outro, faltava pouco para repetirmos mais uma vez a mesma dança de abertura de todas as noites.

-Três!

Largava o pincel de blush sobre a penteadeira e verificava meu batom, minutos antes de verificar meu sutiã que precisava estar firme para não cair antes da hora e apertava ainda mais a tira da sandália de salto em meu tornozelo.

-Dois! Lily rápido com isso...

Dava um último gole no meu copo de whisky, as luzes vermelhas do palco se acendiam.

-Um!

A música começava a tocar e aos poucos o volume da mesma ia aumentando, a bateria entrava, as cortinas começavam a subir.

Perfeito.

Eu estava posicionada em meu lugar.

E tudo se repetia como todas as outras noites, a enorme fila de garotas ia se desfazendo, cada uma saia para um lado até restar somente eu no centro do palco e ficarmos posicionadas em um perfeito V.

Rebolávamos todas juntas.

Jogamos nossos cabelos no ritmo da música os deixando eroticamente bagunçados. Mordíamos nossos lábios vermelhos, escolhíamos algum homem da platéia e dançávamos o tempo todo olhando em seus olhos até a música acabar e as cortinas se abaixarem.

A música de abertura acabara, era a hora das apresentações individuais, eu era a última, por isso enquanto as outras se apresentavam eu desfilava por todo o bordel de lingirie e salto alto servindo a todos os homens e mulheres ali doses de whisky e copos repletos de cerveja, sentava no colo dos que eu já conhecia e sabia que eram endinheirados e enquanto passeavam com suas mãos grossas pelo meu corpo delicado eu acendia-lhes um charuto e com sorte roubava alguns dólares.

Enquanto servia bebidas a todos que me chamavam em vossas mesas, um velho em um canto escuro do bordel me chamava e como fazia parte do trabalho eu caminhava até ele, suas mãos agarravam minha cintura e me puxava para seu colo no qual eu sentava e cruzava as pernas.

-Quanto? -O velho perguntava com seu hálito de álcool.

-Desculpa senhor não entendi...-Sorria de maneira amigável enquanto sentia as mãos grossas e a aliança gelada do homem subir e descer pela minha coxa.

-Quanto você cobra? Você sabe pra uma apresentação íntima!

-Desculpa, mas não fazemos programas. Nosso único trabalho é dançar e divertir vocês enquanto estamos no palco.

-Mas...-Antes que o velho pudesse continuar, Taylor, o dono do bordel, aparece e avisa que minha apresentação começaria em cinco minutos, eu concordava com a cabeça e saía do colo do velho atravessando todo o salão para trás do palco. Era o tempo de eu trocar minha lingerie, retocar minha maquiagem e minha música começava.

Entrava devagar colocando um pé em frente ao outro, seguindo o ritmo da música enquanto o poste de pole dance descia do teto no mesmo ritmo do meu caminhar.

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