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Precisamente 3 dias depois da dita sessão fotográfica, o meu chefão que não é mais chefão ligou-me pedindo a minha presença no meu local de trabalho o mais rápido possível para ter uma conversinha comigo.

Só consigo pensar em coisas positivas, mas ao mesmo tempo negativas. Provavelmente não dei o meu melhor no photoshoot, e se calhar a mesma não me irá contratar. 

Já com o pequeno almoço tomado, e já vestida com um simples vestido um bocado justo, e uma sandálias rasas, subo para o meu quarto e vejo que o meu namorado ainda se encontra a dormir, para não o preocupar, decido escrever um pequeno papel a dizer que tinha  ido para o trabalho, sorrio ao ver o quão bonito ele é mesmo a dormir, e deposito um pequeno beijo na sua bochecha, saindo e fechando a porta sem causar qualquer tipo de barulho.


   — Acho que vou chegar um bocadinho atrasada. — Digo para mim mesma, enquanto coço um bocado da minha cabeça.


Pego no meu telemóvel e vejo que a minha mãe me tentou ligar duas vezes, o que me deixou preocupada mas já me encontrava atrasada o suficiente que acabei correndo para chegar ao edifício onde é o meu local de trabalho. — Ou não. 

Penso para mim mesma que lhe ligarei mais tarde e uma onda de relaxamento invade o meu corpo. Numa correria de 5 minutos cheguei ao grande prédio e o nervosismo invade o meu corpo novamente.


— Tudo vai correr bem, tem calma.. — Exclamo mentalmente, o que me fez ficar ainda mais nervosa.


Assim que entro, vejo o meu grande chefe à minha procura com um sorriso bastante agradável que propôs uma certa calma no meu corpo.


   — Bem vinda de volta, menina Sky. — Sorri pelo facto de ele me tratar da forma que lhe pedi.


— Obrigada. — Sorrio.


— Então, não sei se sabe. Mas a sua última cliente, esteve cá ontem porque queria exclusivamente falar sobre a menina Skylar Mendes.  — Faz uma pausa que me fez engolir em seco. — E a mesma falou de um pequeno pormenor. — Para e mexe a mão nos seus bolsos. — Ela quer te contratar, e eu não aceito esse teu contrato porque tu és sem dúvida uma das melhores que tenho aqui. Ela até queria dar dinheiro para te poder contratar e eu recusei. 


   — Mas você não acha que é uma ótima oportunidade para mim e para o meu trabalho? — Interrompo-o e logo me sinto mal por isso. — Peço  desculpa, continue.


   —  Eu disse que só aceitaria caso, tu continuasses a trabalhar aqui. Ela aceitou, portanto. — Fez uma pausa. — És a mais recente fotografa contratada para a Beyoncé e poderás continuar a trabalhar aqui.


   — Muito obrigada, muito obrigada. — Digo dando vários saltos.


— Eu pensei que talvez seja bastante cansativo para ti, mas isso se verá e caso não consigas podes ser te despedir. — Sorri. — Mesmo que eu não queira isso. 


Agradeço o meu chefe, e agradeço a Deus por esta grande oportunidade que estou a ter, tenho a noção que o meu pai se encontrará bastante orgulhoso de mim, lá em cima.

Regresso a casa, e subo o mais depressa para o quarto e vejo que a cama que há 1 hora atrás se encontrava ocupada pelo meu namorado estava agora vazia e um sentimento de culpa invade o meu corpo, pois não tenho sido muito correta com ele.

Pego no meu telemóvel e vejo mais quatro chamadas perdidas da minha mãe e agora sim, eu entro em pânico. Ligo sem hesitar e a mesma atende o telemóvel e a sua voz de choro é bastante notável:


   — Então mãe, que se passa? — Pergunto já preocupada.


— Desculpa minha filha. — A mesma soluça.


— Mãe? Que se passa? — O nervosismo invade a minha voz fazendo-a falhar.


— Eu espero que me perdoes. 


— Claro que vou perdoar, mas não sei o que se passa. — Digo cada vez mais nervosa.


— Eu era para te contar com o teu pai, mas ele faleceu repentinamente. — A mesma diz, e relembrar a morte do meu pai faz as lágrimas vir aos meus olhos. Ainda hoje não aceito a morte dele, ninguém estava a contar com isto, nunca pensamos nisso, só sabemos que foi um ataque de coração e ele simplesmente não resistiu.


   — Mãe.. Explica o que se passa por favor. — Digo já sentindo as lágrimas escorrer pela minha cara.


— Sempre pensaste que és filha única certo? — Soluça.


— Sim. — Digo chorando.


— Eu, espero que me perdoes. — Soluça cada vez mais. — Tu tens um irmão.


— Um irmão? — Pergunto


— Sim, tu nasceste em Março de 1996, ele nasceu 2 anos depois. — Soluça. — Em Agosto.


— Como assim? — Soluço.


— Eu não o podia criar, então uma casal amigo do teu pai, ficou com ele. — Soluça. — Mas ele tem o nosso nome de família.


— Ou seja, ele é um Mendes? — Digo fechando os olhos com bastante força.


   — Sim. — Soluça. — Desculpa.


— Está tudo bem mãe, eu só gostava de ter descoberto mais cedo. — Digo.


— Eu sei, desculpa.


— Ele sabe da nossa existência? — Pergunto receosa.


— Sim, acabou de descobrir agora também. — Diz suspirando.


— Oh. — Suspiro.


— Ele é português, tal como tu, apenas foi viver pro Canadá assim que nasceu. — Suspira.


— Como se chama? — Soluço. — Ele vai querer me conhecer?


— Shawn. — Diz


— Tipo o cantor??? — Digo surpresa.


— Sim, até porque ele é o cantor. — Soluça e sinto o meu mundo desabar. 




 

Love story || n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora