capítulo 11 - "Um dia que não termina nunca!"

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Ela olhou para os lados e ouviu vozes vindas da sala de jantar e ela foi ate lá, seus olhos só puderam ver Estevão ajoelhado no chão, ela se aproximou mais e não pode acreditar no que seus olhos viam e ela correu ate eles.

- Anaaaaaa... - falou com desespero.

Maria se ajoelhou junto a eles e olhou Estevão.

- O que aconteceu Estevão? - ele a olhou.

Ana tinha sangue em meio aos cabelos e ela se apavorou.

- Ela levou uma pancada na cabeça Maria, Eu queria tirar ela daqui, mas não posso mexer nela. - suspirou. - Eu não sei o que aconteceu, eu já a encontrei assim desacordada e com um corte na cabeça! - Maria segurou a mão dele. - Eu já chamei uma ambulância e acho melhor você sair daqui junto com seu pai, aqui não é seguro!

- Eu não posso te deixar aqui! - a voz quase não saiu e ela tossiu sentindo a garganta.

- Eles te machucaram? - tocou o rosto dela.

- Não foi nada! - tocou a mão dele.

- Você precisa ir, eu não acho esse lugar seguro! - Ana gemeu no chão e os dois olharam para ela.

- Mãe? Consegue falar? - Ana somente gemeu.

Estevão sentiu seu coração arder por ver sua mãe ali no chão inconsciente, suportaria tudo menos que algo acontecesse com sua família, olhou Maria e ouviram barulhos vindos em direção a eles. Eles pegaram as armas e apontaram em direção à porta e uma voz foi ouvida.

- Sou eu, Antônio, estou entrando! - eles continuaram apontando a arma ate que viram o segurança aparecer.

- O que está acontecendo Antônio? - Estevão levantou e foi ate ele deixando Ana com Maria.

- O poste foi derrubado e não dá passagem para ninguém sair pela estrada principal! - suspirou e olhou Maria ali com Ana. - A fogo Estevão e nós precisamos tirar todos daqui, aquele carro que me pediu para esconder naquela estradinha, esta lá esperando por nós! - Estevão passou as mãos no cabelo.

- A minha mãe esta desacordada, precisamos de algo para levá-la. - estava desesperado.

- Eu vou arrumar algo para que possamos levar ela, ou então pegamos alguns lençóis e a levamos, se for o caso no braço, mas precisamos sair daqui! - Maria levantou.

Estevão a olhou.

- Arrume a todos Maria que vamos sair daqui! - ela ia falar mais ele não deixou. - Pensa em nossos filhos! - ela assentiu e subiu para o quarto.

Foram minutos ate que Maria aprontou a todos e desceu com seu bebê no colo que dormi alheio a qualquer perigo, ele estava bem enroladinho em duas mantas, a noite estava fria e eles precisariam andar um pouco no meio do mato. Estevão tinha a mãe em uma espécie de maca improvisada e Maria se aproximou dele dando um casaco para que ele não ficasse com frio, ele sorriu e agradeceu.

Cláudio saiu da frente, teriam que andar sem lanterna para não chamar atenção de ninguém, estavam todos juntos e tentaram andar o mais rápido que pôde, Estevão mandou que Estrela segurasse o bebê e Maria veio na retaguarda deles, mandou também que os que estavam a pé andassem um tanto mais rápidos e na cola de Cláudio.

Maria, Antônio e Estevão ficaram mais atrás e aquilo tudo estava muito estranho, ela sentia que algo estava errado e foi ao lado de Estevão e falou num sussurro...

- Isso esta estranho de mais Estevão! - falou para que Antônio não ouvisse.

- Eu também estou achando Maria e por isso pedi que seu pai fosse para o outro lado e não para o carro que... você sabe! - ela o olhou assustada. - Calma, eu estou aqui com você! - segurou a mão dela com carinho.

Maria voltou a sua posição e caminhou com o corpo todo tremendo, perdeu o pai junto aos outro no meio da escuridão e em meio ao seu medo ela pisou em falso e foi ao chão disparando sem querer, ela fechou os olhos no mesmo momento e sabia que aquilo iria chamar mais atenção ainda. Estevão olhou para trás e deixou a mãe e foi ate ela rapidamente.

- Maria... - ela o olhou com os olhos banhados de lagrimas.

- Me desculpa, foi sem querer! - ela soluçou e ele a pegou em seus braços e a fez levantar.

- Tudo bem, só precisamos sair daqui agora mais rápido que nunca! - acariciou o rosto dela. - Você se machucou?

Ela negou com a cabeça.

- Não, vamos sair logo daqui! - ela passou o braço no rosto e ele viu que ela estava arranhada no braço.

Ele ia falar mais não teve tempo, ela se afastou e tentou ver algo, mas a escuridão junto a neblina que se formava naquele trecho não deixou. Maria rezou para que aquela maldita noite acabasse de uma vez, mas estava longe de acabar, à medida que eles começaram a andar não tiveram chances de ir longe e alguns homens apareceram, mas não se mostraram apenas falaram.

- Parem e larguem as armas! - a voz quase ecoou pelos quatro cantos daquela mata.

Maria virou mais não sabia para onde mirar, era muito escuro e nada quase se via.

- Maria... Maria... - o nome dela ecoou. - Nunca ouviu aquele ditado? Manda quem pode obedece que tem juízo? - ela tremeu sentindo as mãos geladas. - Abaixa a arma ou eu vou atirar em um de vocês! - Maria apenas abaixou. - Boa menina, agora joga a arma para longe! - Maria fez o que ele pediu. - Os demais também e não tentem gracinha ou eu mato todos.

A maca de Ana foi colocada ao chão, Estevão estava preocupado a mãe não tinha acordado ainda e isso o estava deixando desesperado, três homens vieram e os renderam os colocando de joelho, o quarto homem apareceu e sorriu, com uma lanterna na mão. Maria não conseguiu ver os rostos dele, mas segurou a mão de Estevão com força, ele a olhou e pensou no que poderia fazer ou eles morreriam ali mesmo.

- Já deram adeus a suas respectivas família? - falou com maldade. - Espero que tenham beijado e abraçado eles muito, porque daqui vocês só saem mortos! - olhou no relógio. - O dia já vai nascer, venda eles! - mandou e eles foram vendados.

Maria apertou ainda mais a mão de Estevão e seu coração acelerou, não tinha como fugir dali sem que um deles não saísse ferido, pensou mais nada veio em sua mente. O homem sorria com um palito de dente entre os dentes e ao ver eles de mãos dadas gargalhou.

- Ele é o primeiro! - Maria ouviu a arma ser engatilhada bem próxima ao seu ouvido e todo seu corpo gelou.

Estevão apertou ainda mais a mão dele o primeiro disparo foi ouvido...

- Este... Estevãooooooo... - Maria gritou em desespero.


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