- Você... – Ele falou com calma. – Maria, é você mesmo?
- Sim, Estevão, sou eu Maria!
Eles tinham a mirada uma na outra os olhos brilhavam com sentimentos que não se sabia bem o que era. Ela era agradecida por ele ter salvado a sua vida e ele por outro lado nem sabia que havia salvado a mulher da sua vida. Era o passado indo de encontro com o futuro, um passado que não tinha fechado portas e que agora estava ali tendo mais uma chance de fazer as coisas certas ou não.
Foram longos minutos ali apenas se olhando, mas ela precisava interrogar ele e se afastou...
- O que fazia naquele shopping no momento do atentado? - Ela o analisou e esperou a resposta.
Estevão se moveu na cama pareceu incomodado mais a olhou nos olhos e respondeu.
- Eu trabalho lá, ou melhor, depois de hoje acho que perdi meu emprego! - Suspirou.
- Você me deixou há vinte anos por um sonho e agora vai me dizer que virou um simples segurança? O que aconteceu com você? Seu sonho onde ficou? - Cobrou dele.
Estevão suspirou e se envergonhou por nada ter dado certo em sua vida, ele abaixou o olhar e pensou se contava ou não a ela, mas ao voltar seus olhos para o dela, ele percebeu ali que ela queria respostas e não sairia dali sem elas. Ele tomou ar e começou.
- Quando eu sai da sua casa naquele ano, eu arrumei um trabalho e comecei a faculdade de direito. – Suspirou. – conclui ela mais na prova da OAB eu não passei nas três tentativas. – Falou com tristeza. – Eu me revoltei, pensei em voltar mais como iria te encarar cinco anos depois do mesmo jeito como sai? Um pobretão! – Maria ficou indignada.
- Orgulhoso! Idiota! – Gritou com ele. – Seu orgulho era maior que nosso amor, você poderia ter ficado e nos dois tínhamos estudo juntos! Mas você preferiu me deixar, me deixou e virou o que segurança de shopping? – Atacou ele.
Estevão se ajeitou melhor na cama e a encarou, Maria andou pelo quarto e voltou a encarar ele como um pouco de ódio no olhar.
- Eu... Eu não podia voltar com uma mão na frente e outra atrás! – Passou a mão boa no cabelo. – Maria, eu queria ser melhor pra você mais eu nunca consegui e também depois que não consegui passar na prova minha mãe caiu doente e eu tive que cuidar dela, arrumei um bico de segurança e nele me mantive ate hoje pra cuidar da minha filha... – Soltou sem saber como ela reagiria àquela informação.
Maria arregalou os olhos e quase ofegou ali na frente dele, quis por um segundo chorar mais não o fez, ela sentiu o baque mais nenhuma reação mais foi vista em seu olhar, ele havia ido, deixado ela e ainda tinha formado família? Era muitas perguntas sem respostas, muitos "is" para ser resolvidos.
Estevão viu ali nos olhos dela que por mais dura que Maria fosse agora, ela tinha sentido mais que o normal aquela informação, ele então tratou de continuar a sua historia.
- Eloá ira completar quinze anos agora no final do mês Maria. – Ele suspirou. – Eu não te trai! Eu não te trai porque eu te amava, Eloá nasceu do acaso, foi somente uma noite de bebedeira e eu não posso dizer que me arrependo porque ela é a minha vida agora!
Maria estralou os cinco dedos do braço machucado e mordeu os lábios de nervoso, se afastou mais dele e o olhou.
- Que bom que é feliz Estevão, mas agora eu quero que me conte o que viu e ouviu naquele shopping! – Ele suspirou.
- Você é da policia? – Perguntou a ela.
- Sou juíza! – Soltou seca. – Preciso saber de tudo que se lembra! – Esperou que ele começasse a falar.
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Sempre foi você...
De TodoUma história de amor puro que nasceu na juventude e durou por toda uma vida. Maria y Estevão foram jovens apaixonados de classes difetentes, ele pobre e ela rica. Mas a diferença de classe nunca foi um problema, mas Estevão queria ser mais para o se...