Argh! Como eu odeio a escola. Levantar-me todos os dias é tortura para uma adolescente. Cá estou eu, acabei de ouvir o maldito despertador. Levanto-me a muito custo. Mais uma segunda-feira. Diriji-me à casa de banho e fiz a minha higiene diária. Depois de ouvir os meus pais aos berros com o meu irmão logo de manhã, fiquei logo maldisposta. Aquele miúdo irrita-me tanto, só com 6 anos pensa que manda em tudo.
Mãe: Afoooooooooonso, despacha-te, temos de ir embora!
Afonso: Eu estou-me a despachar!
O meu pai acabou de beber o seu típico café e olhou para a minha cara de sono.
Pai: Bárbara, que cara é essa? Pareces saída de um filme de terror.
Eu: Bom dia também para ti, papá.
Pai: Vá, vou indo, até logo. – diz, pegando no casaco e abrindo a porta. – E vê se melhoras essa cara. Assim não arranjas namorado de certeza. – Ainda disse isto antes de sair porta fora.
Eu: Boa, é segunda-feira, são 8 da manhã, e está tudo a tentar pôr-me maldisposta. Isto não pode melhorar. – Murmurei entre dentes.
Mãe: Bárbara, estás à espera de quê? Já devias estar na carrinha!
Eu: Não me chames Bárbara. Bá, por favor. Já vou.
Fui arranjar a mochila de desporto, e ainda fui tomar o pequeno-almoço. Com isto tudo a minha mãe ainda não se tinha despachado com o meu irmão. Fui andando para a carrinha lentamente. O meu irmão aparece atrás de mim a correr e passa-me à frente.
Afonso: És um ovo podre, és a última! Oooh, que lenta que tu és!
Eu: Cala-te antes que apanhes!
Irmão: Mamã, a Bárbara quer-me bater.- Neste preciso momento olho para trás e está a minha mãe a fechar a porta com a mochila do meu irmão na mão.
Mãe: Por amor de Deus, Bárbara, é segunda-feira. Não vais começar a semana a fazer a vida negra ao teu irmão, pois não?- Disse em tom de desprezo e vejo o meu irmão a aproximar-se de mim.
Afonso: Esquece, Bá, nunca vais ser a filha preferida. – Disse isto e foi embora a correr. Eu ainda tentei agarrá-lo, mas ele era rápido.
Eu: Pirralho mimado, hás de pagá-las.
Entrámos na carrinha em silêncio e meti o CD do Austin Mahone a tocar. É tão, não consigo descrever, como se fosse o meu centro de inspiração e desabafo. Estávamos a ouvir ‘What About Love’, quando a minha mãe muda para a rádio.
Mãe: Caramba, Bá, sempre a ouvir a mesma coisa, não te cansas?
Eu: É a única coisa que me dá gosto quando estou com a família, e até com isso embirram, já cansa!
Mãe: Eih, que humor logo de manhã. – Voltou a meter o rádio no CD.- Quero ver como hás de arranjar alguém com esse feitio.
Eu: Também tu?
Mãe: Que foi?
Eu não respondi, limitei-me a cerrar os pulsos para conter a raiva. Odeio quando esta família faz de tudo para me meter abaixo. Chegámos à escola e eu não pronunciei nem uma palavra.
Mãe: Até logo, resmungona!
Fechei os olhos, saí da carrinha em silêncio e entrei na escola. Ando no 12º ano, no próximo ano letivo pretendo ir para a faculdade, e ando numa escola que acolhe alunos do 5º ao 12º anos. Por mais que odeie estar na escola, adoro estar com os meus amigos, é a melhor parte do meu dia. Mal entrei no átrio vi uma amiga a vir ter comigo.
Xxx: Bom dia, Bá!
Eu: Olá Ni. – Ela chamava-se Daniela, mas nós tratamo-la por Ni.
Ni: Que feitio. Anda, vamos ver se te animas. – Puxou-me por uma mão e levou-me até o campo de futebol da escola. Estava lá uma multidão, que gritava ‘’Porrada! Porrada!’’, mas não dava para perceber quem estava lá no meio.
Eu: Ni, que confusão é esta?
Ni: Aqueles dois gémeos do 8º ano estão á luta.
Eu: Bom, parece que não sou a única com problemas familiares.
Ni: Han?
Eu: Nada, nada.
Como nesta escola não há toque de entrada nem saída, apressei-me a ir para dentro, para não chegar atrasada. Subi as escadas e estava lá a minha turma quase toda. Estavam todos em grupinhos, como de costume. Disse um ‘’Bom Dia’’ geral e pousei a mala no chão.
Xxx: Bá, anda cá!
Eu: Que foi, criatura?
Bea: Já sabes da novidade?
Eu: Eu sou sempre a última a saber das coisas.
Bea: Vamos ter um aluno novo na turma. Ele é estrangeiro.
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