Ele foi abrir a porta e encarou-se com uma pessoa que entrou pela casa dentro a perguntar onde é que eu estava.
Harry: Hm, está no quarto.
Xxx: Bárbara!
Reconheci a voz de imediato. Levantei-me e abracei a minha avó.
Avó: Calma, minha querida, calma.
Eu: Como quer que tenha calma? Perdi as pessoas mais essenciais na minha vida e quer que eu tenha calma?
Avó: Eu sei que é difícil, mas tens de conseguir. Se nos apoiarmos uns aos outros vamos conseguir. Harry, podes ir buscar um copo de água, por favor?
O Harry assentiu com a cabeça e foi à cozinha buscar não um, mas dois copos de água. Deu-me um e à minha avó outro.
Avó: Obrigada, meu querido.
A minha avó afastou-se de mim para beber a água e eu abracei-me ao Harry. Só de sentir o seu cheiro e os seus braços a rodearem-me, sentia-me segura e protegida. Mas mesmo assim, não consegui acalmar-me. O Harry cantou ‘’Moments’’ para mim e acabei por adormecer.
Avó: Está a dormir? – Sussurrou.
Harry: Sim.
Avó: Eu passo por cá mais logo para ver como ela está. Queres que vá buscar o Afonso?
O Harry assentiu com a cabeça e a minha avó foi-se embora. O Harry, apesar de eu estar a dormir, ficou sentado comigo a dormir ao seu colo até eu acordar. Ele mexia-me no cabelo calmamente.
#Harry POV On#
Agora que estava tudo bem, tinha de acontecer alguma coisa má. Mas isto não é mau, é horrível. Ela é tão importante para mim, odeio vê-la a sofrer. Mas ela é forte, e vai conseguir ultrapassar isto. Mas, e agora? Vai viver com quem? Acho que a poderia levar para Londres, ela irá precisar muito do meu apoio. Então e o Afonso? Teremos de nos esforçar muito.
Passaram umas horas e estava quase na hora de jantar. A Bá continua a dormir. Não a vou acordar. Fui até à cozinha e preparei umas panquecas com mel, para que quando ela acordasse tivesse a sua sobremesa preferida para comer. Quando estavam prontas, fui até ao quarto e esperei por ela para comer. Ela acordou quando me sentei na cama.
#Harry POV Off#
Acordei e senti um cheiro agradável. Abri os olhos e vi o Harry sentado na cama ao meu lado.
Harry: Bá, come alguma coisa.
Eu: Obrigada, mas não tenho fome.
Harry: Eu sei que é complicado, mas por favor, come. Mesmo que não tenhas fome.
Eu sabia que ele só queria o melhor para mim, por isso peguei numa panqueca e comecei a comer. Estava a conter-me ao máximo para não chorar à frente do Harry.
Harry: Não precisas de ter vergonha. Chora tudo o que tens para chorar, é melhor.
Quando ele disse aquilo eu deixei de me conter e soltei todas as lágrimas que tinha para soltar. Senti-me como se um peso tivesse saído das minhas costas. Quando eu acabei de comer, o Harry foi abrir a porta à minha avó que tinha chegado como prometido. O Afonso veio a correr para o meu quarto a chorar com o braço engessado.
Afonso: Bá! Estás aqui! Tive tantas saudades tuas!
Eu chorei tanto, mas tanto, que acho que molhei os cobertores todos. Abracei o meu irmão com quanta força ele me agarrava. Chorávamos os dois sem limite. Entretanto ouvi a minha avó e o Harry a conversarem ainda à entrada.
Avó: Ela está melhor?
Harry: Mais calma, sim. Mas acredito que será muito difícil para ela ultrapassar isto.
Avó: Ela é forte, vai conseguir.
Harry: Pois é.
Avó: Harry, hm, como vai ser agora? Ela vai ficar a viver com quem?
Harry: Eu pensei em levá-la comigo para Londres, mas não sei se a família concorda. Acho que seria bom para ela desvanecer desta situação.
Avó: Realmente também me parece a melhor hipótese. Mas vai ser difícil vê-la ir embora. E o Afonso?
Harry: Não será esse o problema. Sempre que ela quiser voltamos a Portugal. Também pensei levar uma amiga para que não se sentisse tão sozinha quando eu vou para os ensaios. O Afonso não pode ficar longe da irmã agora.
Avó: Acho que sim. Concordo totalmente. E estás a pensar ir quando?
Harry: O mais rápido possível. Por mim, o melhor seria partir já amanhã.
Avó: Sim. Obrigada Harry, por tudo o que estás a fazer por ela.
Harry: Por ela, faço tudo.
Avó: Então e quanto ao funeral?
Harry: Ela não é muito dessas coisas. Façam na mesma, acho que só lhe vai fazer mal, vê-los mortos.
Avó: Pois, ela não está muito à vontade com a morte.
Vieram ter comigo ao quarto.
Avó: Bárbara, como vai ser agora? Vão com o Harry para Londres?
Eu: Sim, acho que é o melhor para nós.
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