8 Capitulo - não se aproxime!

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Desculpe-me sei que demorei.
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Assim que Anne sai do quarto, Felipe se aproxima de mim seus olhos Ainda carregam uma certa pena.
— Não me olhe assim.
—assim como senhorita?
—Como se eu fosse uma pobre coitada. – Olho para meu braço e Ainda vejo as agulhas lá.– se importa de tirar esse treco de mim?
Ele nega.
—Bom, nesse caso... –digo já começando a retirar as agulhas. Mas duas mãos me impedem.
—Você não irá retirar, se não serei obrigado a te sedar. Você precisa de soro.
Faço careta e continuo a retirar as agulhas.
—não vai nada. Já estou ótima não está vendo?
Ele bufa mas não me impede.
—podemos ter uma conversa decente?
—estou ouvindo!
Ele se senta na cama um pouco afastado de onde estou.
—Sua situação ela é grave, você tem anemia mas pelo modo que reagiu, provavelmente já sabe não? – não respondo apenas assinto. – Anne me informou que você não vem se alimentado, não toma café da manhã, não almoça, não come nada o dia inteiro.
—Desde quando minha alimentação é da sua conta? Que eu saiba sou apenas a baba do seu filho.
Me levanto da cama retirando as cobertas que me cobriam é só quando estou de pé, percebo que essas roupas não são minhas.
Anne!
Estava vestindo uma camisola? Sério isso produção!
Felipe se levanta e para em minha frente.
Perto demais, separados apenas por um espaço curto. Mas sua proximidade não me faz bem, não mesmo, dou um passo para trás mas ele me acompanha fazendo um movimento contrário ao meu.
Coloco minhas mãos na frente – em um gesto defensivo.– Seus olhos continuam frios, assim como o...
—SAI. PA-ARA PO-OR FAVOR. – meus olhos estavam ardendo mas eu não me permitia chorar. Não mesmo. – ANNE SOCORRO. Por favor não.
Eu dizia, eu gritava. Mas ele continuava ali. A porta se abriu e eu vi Anne entrando correndo.
—o que foi menina?
—Anne! Ele... não... Anne... não.
Vejo Anne empurrando Felipe e vindo em minha direção. Me permito me descer pela parede que eu me escorei. Anne se abaixou a minha altura e me abraçou.
—calma! Shh! Sou só eu. Calma minha princesa.
Meu corpo tremia. E eu segurei em Anne como se ela pudesse me salvar do caos que era minha vida. Mas não! Nem ela podia. Assim que senti minhas pernas um pouco mas firmes me desvencilhei do abraço de Anne, e corri, sai pela porta que só notei a pouco tempo. Eu reconhecia esse corredor, isso era bom. Virei a direita e estava no corredor do quarto de Ian. Entrei e vi Ian no berço, o bebe dormia, vi minha bolsa na poltrona ao lado.
Mas ela não estava na escada quando cai?
Menos pensamentos e mais ação! Peguei minha bolsa é minha roupa estava dentro dela, fui ao banheiro do quarto de Ian e me troquei, mas quando estava fechando minha bolsa, achei algo que não deveria ter achado, minha caixinha, pequena e preta. Abri e vi a foto que me atormentava todas as noites, e em baixo a peça metálica que me causava o alívio muitas das vezes.
Verifiquei se a porta estava fechada, e ela estava.
Tranquei a do banheiro e peguei a lâmina, passei por meu braço, uma, duas, três... inúmeras vezes até sentir que o sangue já gotejava no chão, formando uma poça. Mordi meu lábio com força e enfiei meu braço debaixo da água da pia. Limpei o chão e a lâmina. e sai, guardei minha caixinha e peguei o casaco. Embora fizesse muito calor, não arriscaria ser vista nesse estado.
Dei um beijo em Ian, e sai, olhei para todos os lados e não tinha ninguém, estava descendo quando vozes dentro de um quarto me chamaram atenção. Continuei a descer as escadas até chegar na porta. Sai e caminhei até o ponto de ônibus. Mas provavelmente nem um ônibus passaria aqui, olhei no meu relógio e confirmei 2:00 a.m.
Comecei a andar para algum lugar desconhecido. E só parei quando senti que estava sendo seguida olhei para trás e vi um carro. Continuei a andar, mas parei quase de imediato. E fui para o meio da pista.
Desculpa anjinho, mas não nos veremos de novo, a menos que você me siga no inferno.
Comecei a olhar para o céu e quase pude sentir o impacto da batida, mas o carro parou antes. Olhei e vi quem eu não queria ver, não queria contar que eu surtava, não queria contar que a dor que queimava em meu peito não teria uma cura, não queria mostrar minhas fraquezas.
Felipe saiu do carro e quase pude ouvir um som de alívio?
meu Deus! Você não sabe o quanto te procurei.
Dou de ombros me viro e continuo a andar mas sinto suas mãos por cima do meu braço, aonde a poucas horas uma lâmina passou.
Reprimi um grito, mas acho que meu rosto o informou que algo não estava normal. Ou estava? Para mim isso já era normal.
—eu te machuquei? Me desculpa!
Puxei meu braço.
—Só fique longe! Ok?
Ele me olhou e de novo aquele sentimento.
—NÃO ME OLHE COM PENA. Droga.
—E quer que eu te olhe como? Você quase se matou, duas vezes só hoje.
—três. –digo num sussurro que tenho certeza que ele não ouviu.
—o que disse?
—que isso não é da sua conta! O que quer?
—Que você venha comigo, vou te levar para casa.
—não precisa vou andando.
—Anda logo. Não tenho tempo para suas tentativas de brigas. Anda.
Cruzo meus braços e não faço menção de mexer.
—anda logo Aurora!
Ele segurou meu braço e me puxou para o carro, mas sua mão apertava a pele sensível e mutilada.
—ah. Chega. Eu vou.
Ele me soltou e me olhou friamente.
Caminhamos até o carro. Me sentei no carona e passei o cinto de segurança. E não falei nada. Nem quando ele me fazia perguntas. Apenas disse onde morava.

OI! Me desculpem mesmo, mas tive muitos imprevistos.
Mas obrigada por lerem.
Queria saber se querem ter o ponto de vista do Felipe sobre o que está acontecendo?
Se sim me digam.
Beijos na bunda de vocês 🦄🌸

Apenas uma babá - O recomeço de tudo!Onde histórias criam vida. Descubra agora