O fim da infância

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Molie Price

- Titia, me conta de novo sobre minha mãe?

- Ela estava grávida de você, quando teve uma briga com seu pai, e eles se separaram. Ela foi embora e nisso, você nasceu. Sua mãe era pobre e passava por muitas dificuldades, e isso fez com que o conselho tutelar levasse sua imã mais nova.

- Será que minhas irmãs lembram de mim, titia?

- Acho que não Molie, as duas eram novas. Uma tinha 2 anos e a outra por volta de 3 anos e meio.

- Conta mais tia!

- Depois que você nasceu, seu pai quis te conhecer, e pediu que sua mãe voltasse. Ela voltou quando você tinha 7 meses, porém, eles voltaram a brigar e ela iria embora novamente. Mas sabia que se te levasse, o conselho tutelar te tiraria dela, por você ser muito nova e ela estar passando dificuldades para te criar. Então pediu que sua avó, mãe do seu pai, cuidasse de você. E então, ela foi embora e nunca mais voltou.

- Ninguém foi atrás dela titia?

- Foram Molie, porém, ninguém nunca mais a encontrou. - Fiquei olhando para minha tia e imaginado como uma pessoa pode sumir assim - Você sente saudade dela, Molie?

- Não titia. Eu não me lembro dela. E minha vovó é uma mãe perfeita! Por isso chamo ela de mamãe!

- Fico feliz em saber disso!

***


Eu não era próxima do meu pai. Ele bebia muito e eu ficava com medo dele. Ele chegava em casa bêbado, xingando a todos e eu ficava chorando no quarto por medo. Eu tinha apenas 8 anos e não entendia o que estava acontecendo e porque ele tentava bater em nós, todas as vezes que bebia.
Por sorte, meu pai não morava na mesma casa que eu. Ele tinha a casa dele, grudada com a nossa e morava sozinho lá. Então quando ele chegava, minha mãe (avó) trancava as portas para que ele não entrasse e batesse em nós, e ele ficava lá, tentando derrubar as portas.
Quando ele não bebia, ele era um pai comum, porém, ausente.
Minha avó pedia todos os dias para que eu levasse comida para ele, já que ele não sabia cozinhar, e foi em um desses dias que meu pai destruiu minha infância.

- Molie, leve esse café para seu pai por favor.

- Sim mãe... - Peguei o copo de café e fui até a porta da casa do meu pai e o chamei - Pai, seu café!

- Traga aqui Molie. - Ele diz com voz calma.

Eu entro. Meu pai estava sentado na cama assistindo televisão. Um programa que eu gostava de ver. Então entreguei o café para ele, e sentei na cama ao lado dele para assistir também. Foi a primeira vez que entrei e fiquei na casa do meu pai. Geralmente, por medo dele estar bêbado, eu entregava a comida a ele e voltava para casa. Mas dessa vez ele estava calmo, então resolvi ficar.

Meu pai me olhou algumas vezes. Ele olhava em direção a mim e em direção a porta, várias vezes. Até que ele me empurrou, me fazendo deitar na cama. Eu achei estranho e tentei me levantar, até ele aumentar a voz e gritar comigo!

- Fique aí! Se tentar levantar eu vou bater em você! - Ele disse me segurando na cama.

Eu usava uma camiseta rosa estampada com um desenho de ursinho, e um shorts legging até o joelho. Ele colocou a mão nas minhas partes intimas, por cima do meu shorts, e começou a acaricia-la fazendo movimentos circulares. Eu não sabia o que estava acontecendo, não sabia o que era aquilo nem porque meu pai estava fazendo isso, eu sentia que aquilo era errado, só não sabia porque, já que o carinho, era até agradável. Mesmo assim, eu queria sair dalí, mas sempre que tentava levantar, ele me empurrava de volta, e acariciava com mais velocidade.
Depois de tentar levantar algumas vezes sem êxito, fiquei deitada alí, enquanto ele passava a mão em mim. Depois de alguns minutos, ele tentou colocar a mão por dentro do meu shorts, e quando encostou a mão onde queria, minha avó chegou! Ele tirou a mão rápido e me levantou, e faz um sinal com a mão pedindo para eu me calar, ou apanharia.
Me levantei a fiquei ao lado da minha avô. Ela entregou um pão para ele, e então eu a acompanhei até em casa e me tranquei no meu quarto.
Deitei na minha cama e coloquei a mão por dentro da minha calcinha, tentando entender o que meu pai queria fazer, então levei um susto, quando senti algo molhado em meus dedos! Eu não sabia o que era aquilo, e nem de onde aquele líquido transparente veio. Fiquei assustada, lavei as mãos, e fingi que nada havia acontecido.

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