XAVIER- Trilogia O amor pode acontecer Na Dreame

I

Cada vez que o sol raiava o medo me consumia mais e mais. O dia que mais temia desde que tinha 15 anos estava próximo, o dia que me casaria com a fera.  Conhecido por não ter clemência com ninguém, Xavier tinha olhos de aço, a impressão que tive a primeira vez que o vi foi que aqueles olhos negros como a noite eram capazes de cortar e levar qualquer um a mais completa escuridão. 

Desde então acordava no meio da noite sobressaltada, e algumas vezes meus gritos depois de um terrível pesadelo acordavam minhas colegas de quarto. Nina, a única amiga que encontrei aprendera a sair de sua cama e dormir comigo nessas horas de pânico. Mas Ella sabia que em breve ninguém poderia protege-la, pois o pesadelo se tornaria real, ao lado dela na cama dormiria o homem que se tornaria seu marido. 

Nina percebe o choro silencioso de Ella e a abraça mais apertado, e a raiva a consome, como era possível que alguém obrigasse aquela criatura doce e que nem ao menos havia beijado um rapaz a se casar como um homem 9 anos mais velho e a quem todos temiam.

- não chore, talvez algo aconteça e você não se case com ele. Ainda resta esperanças.

- Você sabe que ninguém vai me salvar, meu pai espera ansioso por esse casamento, e meu irmão como ele mesmo disse só sente não poder ter me levado para cama antes do meu futuro marido. 

Nina sente calafrios ao pensar na família da amiga com quem convive desde os 11 anos. Assim que Ella começou a entrar na puberdade o pai percebera o interesse doentio do irmão com a filha , e a única maneira que encontrou de proteger Ella e preserva-la para um casamento honrado, foi manda-la ao convento.

Essa era a última noite de Ella ali, pela manhã a garota voltaria para casa e começaria os preparativos para o casamento. O noivo que fazia mais de três anos que não via exigira que um dos seus soldados de confiança passasse a vigiar a noiva e a casa até o dia que Ella se mudasse definitivamente para a residência que iriam compartilhar depois dos votos matrimoniais. Ah! Se ele soubesse que o maior perigo estava dentro de casa e possuía o mesmo sangue que ela.