XAVIER- Trilogia O amor pode acontecer Na Dreame

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Saio do quarto  que Helena ocupa com meu irmão desesperada, por imaginar que o mesmo destino me esperava, um casamento onde cada dia haveria um novo motivo para um espancamento, um chute. Helena tinha marcas por todo o corpo.

Ao entrar no próximo corredor me assusto com um homem alto como um touro e de olhar tão assustador como o de Xavier parado na porta do meu quarto. Ele percebe meu medo, e diz simplesmente:

- Estéfano senhora, o chefe me mandou. 

Me entrega um sacola e senta em uma cadeira colocada bem de frente ao meu quarto. Me pergunto se ele pretende passar vinte quatro horas ali, como um cão de guarda.

Abro a sacola e encontro um celular novo, ainda dentro da caixa. 

Um bilhete com uma caligrafia impecável:

Amanhã iremos a um coquetel

Busco você as 20:00 horas

Hernandes Xavier.

Logo após, o número  de um telefone , que imagino ser o dele.

Janto no quarto com Helena, consolamos uma a outra. A convenço a dormir comigo, como já havíamos feito outras vezes quando Otávio não estava em casa. Dormimos com a TV ligada, de madrugada depois de um pesadelo acordo com Helena me chamando e com batidas insistentes na porta. Levanto e me deparo com Ricardo e Estéfano do lado fora, o soldado de Xavier me olha sentado em sua cadeira de modo enigmático.

Mostro que está tudo bem e volto para minha cama.

- Você gritava o nome dele e pedia para que parasse. Helena afirma.

O que?

- Seu pesadelo era com ele Ella, você está tão apavorada com o casamento  que durante o sono implorava para que ele não a tocasse, e acho que o soldado dele escutou tudo, aliás ele também me dá calafrios. Ele é enorme.

_ Ele irá contar para ele Helena, e então Xavier saberá o quanto me apavora e terá mais uma arma para me dominar. 

- Eu sinto muito, diz Helena. A mulher de Otávio mais que ninguém sabe o que é está presa em um pesadelo em forma de casamento. 

Durmo pensando em nossa infelicidade.

Quando acordo estou sozinha na cama.  Tomo banho e visto um vestido longo, florido e que pertenceu a minha mãe, de corte simples e botões em toda a sua frente. Nina costumava dizer que até mesmo o hábito das freiras era mais sexy do que aquele vestido, mas eu o adorava.

Me recordo que ontem eu não precisei ligar para Xavier e dizer que não tenho roupa para acompanha-lo a noite. Mas hoje, eu não podia evitar. Pego o telefone e disco o número  do escritório anotado na agenda, a chamada é atendida por um homem, mas ele logo transferi e escuto a voz do meu futuro marido:

_ Sim

_ Não posso sair a noite. 

Escuto um suspiro forte do outro lado.

- Está se negando a sair comigo?  É isso Ella?

Gaguejo

_ Naaaão, não tenho roupa, todas que tenho foram costuradas no convento ou eram da minha mãe.

Mais um suspiro.

- Se arrume, Estéfano vai leva-la para comprar, uma pessoa estará esperando para te auxiliar, a estilista que contratei está viajando, então ele vai ter que servir. 

Até logo e desliga

Fico pensando quem é ele.

Tomo café e saio, Estéfano e Ricardo me acompanham, o lugar que Xavier me manda é enorme,  o soldado me escolta até um rapaz com roupas excêntricas e femininas, agora entendo a maneira de falar de Xavier.