Capítulo trinta e um

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Depois do nosso momento íntimo, recebo uma ligação da diretora, que por acaso é minha sogra, e só aí percebo o quanto estamos atrasados, a mell não vai poder entrar na escola hoje, já passou do horário. Ligo novamente para a diretora e invento uma pequena mentira, pra não ir trabalhar hoje, pra ser honesto, nunca fiz isso de mentir pra não trabalhar, mas queria passar o dia com a mell. E não acho que teremos uma segunda oportunidade. Não por enquanto.
- Amor, não vou trabalhar hoje. Nós podemos fazer alguma coisa. O que quer fazer?
- Só quero ficar com você, não importa onde.
- Eu também - sorrio bobo. - Mas podemos sair. Passar o dia em outro lugar, no parque aquático no zoológico. O que acha ?
- Não amor. Quero ficar só com você. Vamos em um lugar onde não é muito frequentado.
- Podemos ir pra fazenda da minha avó?
- Ótima ideia. Mas ela não vai brigar por você levar outra mulher ? 
- Não. Eu digo que é minha amiga.
- Tem certeza?- percebo suas dúvidas, seu medo também.
- Relaxa amor. Tá comigo, tá com deus.
- Mas fácil com o diabo.- Descontrai o clima. .
- Engraçadinha.
- Perco o amigo mais não perco a piada.
- Onde vai conseguir roupa pra levar?
- Vou em casa buscar.
- E sua mãe?
- Deve estar no trabalho. O meu pai também está trabalhando e o meu irmão deve está na escola, isso quer dizer que não tem ninguém em casa.
- Uummm. Entendido. Vamos lá então.
- Vamos.

¤¤¤

- Aqui é lindo. - A ouço maravilhada.
- É mesmo. Vem, quero te apresentar minha avó. -  uma senhora de cabelos grisalhos, meio corcunda, com aparência Rija, mas com um sorriso dócil vem em nossa direção e abraça afetivamente o homem ao meu lado.
- O que faz aqui meu filho?
- Vim ver minha avó .
- Estou aqui. Agora me diga, quem é essa moça?
- Essa é a Melissa, minha amiga.
- Oi menina. Eu sou Maria.
- Muito prazer dona Maria.
- Esquece o " dona Maria " me chama só de vó.
- Claro vó.
- Como está Bianca meu filho?
- Ela está bem vó, sapeca como sempre, cada dia com uma nova invenção. - Falo cheio de afeto. Amo minha filha, faço tudo por ela .
- Quando vai traze-la aqui?
- Amanhã. Minha mãe e meu pai combinaram com todo mundo da família pra vir.
- Mark me ligou ontem pra dizer que viriam. Mas achei que você não ia vir.
- Porquê vó?
- Por causa da sua separação com a víbora da sua esposa.
- Só falei pro meu pai e ele já saiu falando isso. Fofoqueiro.
- Não meu filho. Eu sou a mãe dele, e ele não gosta de me esconder as coisas.
- Mais é a minha vida vó.
- Eu sei bebê.
- Quero mostrar a fazenda para a Mell.
- Vou preparar um lanche pra vocês levarem.
- Obrigado vó.
- Não há de quê meu filho. Venham, espere na cozinha, assim poderemos conversar um pouco.
- Claro vó.

- Sua avó é uma senhora maravilhosa. Gostei dela.
- Ela é mesmo ótima. Todos gostam dela.
- Posso fazer uma pergunta ? - Já até imagino o que seja.
- Pode amor.
- Ouvi sua avó dizer que achou que você não viria para cá por causa da sua separação? Isso é verdade?
- Sim. Pedi o divórcio.
- Porque?
- Achei que ia ficar feliz com a notícia e não me perguntando o por quê.
- Eu estou feliz, más , acho que teve um motivo.
- O mesmo motivo de sempre. Ela me enche, basta eu chegar em casa que ela começa a brigar. Mulher insuportável.
- Não gosta mesmo dela.
- Não é que eu não goste, é que ela é chata, brigona, ciumenta ela me sufoca.
- Agora entendi porquê você ia dormir no seu primo ontem, e o porquê da mala no carro.
- Não quero mais falar sobre isso. - Nem eu quero.
- Vamos nadar?
- Vamos.
- Tira à roupa.
- Quê ? Não vou tirar minha roupa.
- Vamos banhar pelados.
- Tá louco. Claro que não. - a forma como à garota responde me faz rir. - Tá rindo de quê?
- De você. Era brincadeira. Não íamos nadar pelados.
- Não íamos mesmo.
- Vem logo. - Pulo na água, que por sinal está muito fria.
- Não sei nadar amor. Aí é fundo?
- Um pouco. Vem, não deixo você se afogar.
- Certeza?
- Sim amor. Vem logo. Pula na água.
A criatura tinha que ser loira, pensa em uma menina burra, a garota pulou de barriga e bebeu uns dois litros d'água.
- Você tá bem? - pergunto entre risos, não consigo me controlar.
- Para de sorrir de mim.-  sua voz sai entre torcidas.
- Não estou sorrindo de você.
- Não? Então está sorrindo de quê?
- De nada, não estou sorrindo.
Depois que ela para de tossir, a puxo mais para o meio do Rio onde é mais fundo. Nadamos um pouco( eu nadei, ela só me observava da parte rasa).
- Amor vem aqui?
- Não quero, você vai me levar pro fundo do rio.
- Não vou, prometo. - Vou a Beira e a busco. Minha menina me olha e pula em mim, entrelaçando suas pernas à minha cintura. Conversamos por horas, trocamos alguns beijos.
- Melhor irmos embora, minha mãe vai ficar preocupada.
- Vamos.

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