Capítulo 40: 66 dias

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Sessenta e seis dias. Havia se passado sessenta e seis dias desde a tragédia no "Partners Advocacy". As festas de fim de ano também haviam se passado, eu e meu pai havíamos passado sozinhos.

Na empresa tudo estava do mesmo jeito, a tensão ficou presenta apenas nos primeiros dias, mas depois de umas semanas eu já não sentia nada de estranho quando Kenn estava no mesmo local que eu, ou com Fritz. Vanessa tinha me dito que Fritz e Kenn estavam juntos. Quando me pegava sozinho Fritz ainda conversava comigo como se nada tivesse acontecido e às vezes jogava verde sobre um relacionamento o que deixava Kenn morto de raiva e ciúmes e apesar de eu dizer para parar com aquilo ele não parava.

Eu tinha acertado, Fritz tinha se apaixonado por mim e eu já não sentia nada por ele. Fritz pensou que iria apenas me usar e descartar, mas a vida o castigou e agora ele morria de amores por mim. Apesar disso ele tinha um "relacionamento" com Kenn o qual Fritz não levava a sério, mas Kenn não desistia e fazia de tudo para que Fritz se apaixonasse por ele e me esquecesse.

Eu por outro lado nem ligava, os dois podiam viver felizes para sempre. A minha relação com Fritz e Kenn era estritamente profissional e não passava daquilo. Um memorial tinha sido colocado na frente da empresa com os nomes das pessoas que morreram naquele dia trágico e todos os dias eu trazia flores e colocava em frente ao memorial em sinal de respeito.

Eu não tinha conhecido ninguém em todo esse tempo, eu saia com Denny às vezes para festas ou bares, mas não rolava nada, por um lado por mim. Eu não queria relacionamento e quando saia com Denny era apenas para satisfazer meus desejos carnais.

Eu acordei naquela segunda-feira e olhei para os pés da minha cama, Pluto tinha dormido comigo.

- acorda rapaz – falei balançando os pés – não era pra você estar vigiando a casa?

Ele se levantou e veio até mim todo agitado balançando seu rabo tentando lamber meu rosto.

- para Pluto! – falei tentando segurá-lo.

- bom dia! – falou meu pai abrindo a porta cantarolando.

- bom dia – falei segurando o rosto do Pluto com as mãos.

Meu pai veio até mim e se deitou ao meu lado.

- vai com o meu pai seu cachorro atentado – falei jogando Pluto em cima do meu pai.

- o que deu nesse cachorro – falou meu pai. – hoje ele está muito animado.

- não tenho nem ideia – falei me levantando.

- desce cachorro – falou meu pai jogando ele no chão. Pluto bateu as patas e saiu correndo pela porta do meu quarto.

Eu me estiquei todo me despreguiçando e bocejando.

- pronto pra mais um dia? – perguntou meu pai.

- sim senhor - falei alongando os braços.

- e como está lá no trabalho? – perguntou meu pai.

- eu sei muito bem o que o senhor quer, uma desculpa para ir lá e bater no Fritz.

- claro que não, só quero saber se ele está te tratando direito.

- está sim pai, está tudo certo.

- que droga, pensei que era hoje que iria dar um soco bem na cara dele e na cara do tal de Kenn.

- pai, ele pode ter me traído... várias e várias vezes... com um amigo do trabalho... – falei rindo – mas foi ele que salvou minha vida certo tempo atrás. Mas o Kenn você pode bater a vontade.

- sim, e é por isso que vou dar só um soco e não uma dúzia. – falou meu pai se levantando – em fato se um dia eu precisar bater em Steve eu também só vou dar um soco afinal ele também te salvou.

Paixão Secreta ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora