Capítulo 8

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REPOSTADO

PEDRO

Um mês atrás...



Abro os olhos e encontro uma luz clara vindo do teto. Tento levantar, mas algo está prendendo as minhas mãos.

— O que está acontecendo? — murmuro para mim mesmo, mas a minha garganta dói a cada palavra dita. Tento levantar mais uma vez, mas, realmente, tem algo me prendendo aqui. — Alguém está aí?

Tento gritar, mesmo que isso cause mais dor a minha garganta.

Escuto um som estranho vindo da sala, até que vejo uma mulher na minha frente.

— Já acordou?

— O que está acontecendo? — tento engolir a saliva, na esperança que isso alivie a dor.

— Espere um pouco, trarei água para você.

A mulher vai para o lado e volta com um copo d'água. Ela me ajuda a levantar um pouco a cabeça, depois eu bebo a água, que cai da minha boca, porque estou muito desesperado por ela.

Assim que termino de beber e entrego o copo, a mulher loira volta a olhar para mim.

— Por que estou preso?

— Por que você poderia cair da cama.

— Onde estou? — tento olhar para os lados.

— Sabe quem sou?

— Eu não sei de nada. — sou sincero na resposta, eu não lembro nada do que aconteceu. Eu só lembro de minutos atrás, quando eu apenas abri os olhos e vi a luz no teto.

Forço minha mente, forço minhas lembranças, nada acontece!

— Não lembra o acidente?

— Que acidente?

A mulher me dá um leve sorriso, depois arrasta uma cadeira, sentando ao meu lado.

— Aconteceu um grave acidente de carro e você estava envolvido nele. Estava ferido e trouxemos você para cá. Você ficou desacordado por três dias. Por isso te amarramos, tínhamos medo que isso acontecesse.

— O que poderia acontecer?

— Que você perdesse a memória e acabasse saindo daqui. — ela passa a mão pelo meu cabelo. — Sei lá, você poderia tentar fugir, por causa da confusão que estaria em sua mente. Acordar e não saber onde está, quem somos...

Fecho os olhos, tentando imaginar algo, lembrar de alguma cena, mas nada aparece.

— Isso é um hospital? — pergunto, fechando os olhos e abrindo-os novamente.

— Não. Aqui damos o melhor cuidado, com médicos particulares.

— E onde eles estão? Os médicos.

— Aqui mesmo. — aponta para ela mesma.

— Você é médica?

A mulher sorri para mim e, para a minha surpresa, ela dá um leve beijo na minha boca.

— Eu não pude conter minhas emoções. — ela enxuga o rosto, molhado de lágrimas e se afasta de mim. — Mas é duro te ver na cama, sem nem ao menos lembrar que... Que... — gagueja e soluça. — Que eu existo...

— Do que está falando?

— Somos casados, Pedro...

— Meu nome é Pedro?

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