Pain!

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Eu, particularmente, acho que você devia comentar hoje. :)

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"Minha vida, meu amor, meu ímpeto, vieram da dor!" - Imagine Dragons

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Niall's pov

Assim que o barulho do tiro ecoa, instintivamente abaixo-me e puxo Beatrice comigo. Ouço diversos gritos dos alunos ao nosso redor, que correm no sentido oposto ao do som, deixando-nos sozinhos no lugar, e tento entender o que está acontecendo. Sei de que direção veio o disparo, mas não consigui ver o autor dele.

O auditório, onde a maioria está, fica do lado de fora, por isso não há ninguém para dar as coordenadas de emergência através das caixas de som, mas ainda assim os sinais do corredor estão vermelhos, indicando o perigo.

Beatrice me olha assustada e vira seu rosto na direção de Zayn. Sigo seu olhar e vejo-o agachado no fim do corredor.

"Meu irmão..." Ela sussurra ainda que sua voz mal saia, e eu assinto.

"Eu vou ver se está tudo bem e o trazer até aqui." Digo.

"Não é melhor eu ir com você? Ele está perto da saída."

"E se quem atirou ainda estiver do lado de fora daquela porta?" Ela morde o lábio inferior, pensando na possibilidade. "Talvez devêssemos sair pela lateral." Ela assente, mas enquanto me levanto, segura na barra da minha blusa.

Volto a me abaixar e coloco minhas mãos em seu rosto.

"Eu não sei o que aconteceu, meu bem, mas precisamos descobrir. Vou trazê-lo e nós vamos dar um jeito nisso. Mas agora eu preciso mesmo ir até lá. Vai ficar tudo bem." Digo olhando diretamente em seus olhos e ela assente receosa.

Volto a ficar de pé, e após olhar para todas as direções, vou até o lado oposto do corredor, aproximando-me de Zayn o mais rápido que consigo.

"Zayn, por que você não..." Começo a sussurrar ao parar ao seu lado, mas ele me olha e me mostra sua perna, tendo aberto um rasgo em sua calça. Ele está sangrando e congelo ao pensar que talvez o tiro tenha o atingido, mas então percebo que na verdade foram os vidros que o alcançaram quando a porta foi destruída. Um deles lhe atingiu na cabeça e parece ter passado perto do olho. Merda.

"A Trice. Ela está bem?" Ele olha além de mim e respira aliviado ao ver a irmã do outro lado do corredor.

"Ela está bem, mas nós precisamos sair daqui. O que diabos aconteceu?"

"Eu não sei, eu estava de costas, e havia várias pessoas saindo e entrando ao mesmo tempo, só consegui ver a arma sendo levantada, não deu tempo para ver quem era. Foi quando gritei pela Trice."

"Merda." Digo extremamente nervoso, sem fazer ideia do que fazer. "Será que alguém foi atingido?"

"Acho que não. A arma tava um pouco inclinada pra cima, quem quer que seja o louco, não tem muita habilidade com um revólver." Assinto olhando para cima, em busca de alguma evidência do que aconteceu, e então vejo que o disparo havia atingido a parte superior de um dos lados da parede.

"Que merda, você acha que podemos sair por aqui mesmo?" Cogito a ideia de Beatrice, já que não ouvimos mais nada.

"Não sei, cara. Eu não estou entendendo porra nenhuma."

"Você consegue andar?" Questiono e ele tenta se levantar. Mesmo demonstrando estar com dor, ele fica de pé, apesar de não ter muita firmeza para caminhar.

Passo seu braço por meu pescoço e o auxilio. Acabo chamando baixo por Beatrice e gesticulando para que ela venha até aqui. Assim que ela vê que o irmão está sangrando fica ainda mais assustada, mas ele tranquiliza-a e deixa claro que está tudo bem. É claro que não está tudo bem, mas vai ficar. Tem que ficar.

Defenceless (Afefobia)Onde histórias criam vida. Descubra agora