Logo que cheguei no hospital naquele dia eu corri para a emergência.
O hospital recebeu uma chamada do corpo de bombeiros dizendo que um prédio pegou fogo no centro. Logo no noticiário nos sabemos que muitas pessoas morreram sem a chance de serem atendidos mas tinha muitos feridos vindo para o hospital em estado grave desde queimadura de primeiro grau ate o terceiro o que nos deixava em completo alarme.
Fui informada que uma mulher gravida estava chegando e eu me preparei rapidamente para atende-la. Assim que ela chegou respirei fundo porque sua pele estava completamente queimada juntamente com sua barriga de oito meses e eu sabia que teria que ser rápida.
No leito dois onde a colocaram fiz os exames o mais rápido possível verificando seus pulmões, seus olhos, seu coração, seus músculos para ver se alguma coisa tinha quebrado mas não encontrei nada na mãe. Entubei ela para que ficasse mais fácil e mesmo com a pele queimada consegui fazer um ultrassom.
De repente a mãe começou a convulsionar e tivemos que ser rápidos porque seu coração estava parando e se isso acontecesse o do bebe também iria parar.
Depois de conseguir estabilizar a mae, mandei ela para a sala de cirurgia e fui trocar de roupa.
Quando entrei a vi deitada inconsciente entao respirei fundo e me aproximei. Olhei para todos a minha volta e pedi.
“Sorrow. Quero a música Sorrow dessa vez.”
A voz do cantor encheu a sala de cirurgia e eu fechei meus olhos por um segundo. Quando voltei a abrir pedi a lamina 5 e abri a barriga da paciente.
Algumas horas depois o bebe estava na incubadora e a mãe ainda estava na cirurgia com o cirurgião plástico do hospital.
Eu estava com a pequena nenenzinha no colo quando vi meu vizinho entrando com a farda da polícia. Ele se aproximou de mim e sorriu para a bebe no meu colo.
“eu não sabia que era policial.” Eu disse a ele
“é porque você não tinha me visto com a farda ainda.” Ele me deu um sorriso matador e depois voltou a olhar para a bebe. “eu fui me apresentar na delegacia naquele dia, por isso estava de terno.”
“e agora esta com a farda.” Dei um pequeno sorriso.
“Estou. Eu sou um agente especial, mas ainda um policial.”
Aquilo tinha me pegado de surpresa. Completamente.
Eu não podia evitar o meu coração ter se acelerado com ele perto de mim, muito menos quando ele tocou em mim e pegou a bebe do meu colo me fazendo olhar para ele de um jeito estranho, porque de repente ele não era mais o vizinho gostoso que so faz sexo casual, ele era alguém melhor do que isso. E eu sinceramente não fazia ideia do que esse melhor significava.
A. Redmersky
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Diário de uma Médica
Literatura FemininaSou médica obstetra do hospital de Boston e me chamo Hope Amelia Redmersky. Trabalho 39 horas sem reclamar e trago bebes ao mundo me tornando a pessoa mais feliz do mundo por simplesmente estar ali num momento importante na vida de alguém. Eu sou q...