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— FLOWER? — Logo meu pai me pegou pelo braço me arrastando com força pela sala
— Papai você esta me machucando! — O homem alto jogou Sehun no chão com força, e o mesmo reclamou de dor ao sentir suas costas baterem contra o mesmo.
— Cala essa boca e tira a roupa, agora! — O garoto se negou e logo um tapa veio forte contra seu rosto
— Eu só tenho onze anos, não pode me bater assim! — Sehun chorava alto e logo o mais velho o levantou pelo pescoço arrancando suas calças com força, ele deitou Sehun de bruços e o mesmo se debatia com força, arranhando todo seu rosto. Logo Sehun gritou chorando cada vez mais alto, não acreditava como seu pai podia machucar lo de certa forma.
...
Sehun pulou fazendo com que Luhan se assustasse. Ao tentar sair da banheira aos prantos caiu com força no chão e logo se encolheu na parede chorando. Sehun sempre que estava bem lembrava do seu passado, um passado dolorido e cheio de cicatrizes ainda não curadas. Luhan saiu da banheira se abaixando na frente do rapaz que nem de longe pensava em parar de chorar.
— Por que ele fez isso comigo hyung? Por quê? Por quê! — Os olhos de Luhan já derrubavam algumas lágrimas apenas por ver o mais novo tão triste. Luhan levantou o menino e levou o mesmo para o quarto. Sentou o garoto na cama e sorriu.
— Fique aqui, volto já. — Desceu as pressas, vendo todos sentados na cozinha — Kai, me ajuda! — Kai sentiu seu coração disparar ao ouvir a voz de Luhan soar desesperada. Subiu correndo atrás do rapaz, sendo seguido pelos outros. Ao entrar no quarto já foi de encontro com Sehun na cama que soluçava.
— Ei? O que esta acontecendo? — Passou a mão nos cabelos negros do rapaz descendo a mão até a bochecha do mesmo que se inclinou em busca da carícia de Kai sorrindo fraco
— Minhas memórias! — Sehun falou com a voz embargada — Eu queria que elas sumissem — O rapaz abaixou a cabeça, mas logo se ajeitou na cama — Eu amava muito minha mãe, mas um dia meu pai chegou bêbado em casa e atirou nela, eu me escondi debaixo da cama porque eu era um inútil, eu devia ter ajudado ela Kai, eu devia ter feito alguma coisa para impedir ele... — Sehun teve que ser contido por D.O e Chanyeol que seguraram o rapaz por trás, que se debatia tentando de alguma forma acertar o próprio rosto. Kai se preocupou ao ver o corte na testa do mesmo, que foi feito quando o rapaz saia aos prantos da banheira.
— Para com isso, você não tem culpa de nada, você era uma criança, não podia fazer muita coisa. — Kai falou segurando as lágrimas tentando passar confiança ao garoto
— Não fique se culpando por isso Hunnie... Ele vai pagar tudo o que ele fez — Baekhyun falou se abraçando a Lay na ponta da cama. Kai sentiu Sehun se acalmar, encostado no peito de D.O e sentindo as mãos de Chanyeol em seus cabelos.
— Quando fiz dez anos... — Todos olharam para o rapaz que novamente se pôs a chorar — Ele me bateu tanto, mais tanto que fiquei uma semana sem enxergar nada, eu jurava que eu ia morrer ali, mas ele ainda conseguiu fazer pior... — Ele suspirou — Doeu tanto, mais tanto que eu ainda consigo sentir ele dentro de mim — Baekhyun ficou boquiaberto afundando o rosto no pescoço de Lay e Kai naquele momento não conseguiu conter as lagrimas. A expressão de Suho era de ódio, mas não tanto quanto de D.O que sentiu seu sangue ferver ao entender a referência do mais novo. Sehun voltou a ficar nervoso, estava tendo uma crise e a única coisa que Kai conseguia dizer era "calma". Estavam todos chocados e Luhan era claramente o mais afetado. — Ele tocou por todo meu corpo, dizia que eu era maravilhoso, falava que só não me matava porque era apertado. — Kai sentiu seu estômago embrulhar ao ouvir tal atrocidade e jurava que podia vomitar ali. Luhan colocou às duas mãos no rosto em sinal de desespero.
Logo Sehun respirou fundo e encarou Kai.
— Ele fez isso quatro noites seguidas... Na quarta noite, depois que ele terminou, eu decidi acabar com aquilo. — Sehun deu um sorriso fraco enquanto todos no quarto choravam — Peguei meu terço e agradeci minha mãe, agradeci por cuidar de mim até meus nove anos de vida, pedi a Deus que me perdoasse e enrolei meu terço no braço. Peguei uma das cordas que eu usava para brincar e amarrei na madeira onde se coloca os cabides — O sorriso fraco de Sehun era tão doloroso que aquilo fazia todos quererem chorar cada vez mais, ele não queria preocupar os meninos. — Eu não era tão alto quanto sou hoje, então tive que subir em uma cadeira, e na cadeira subir em um banco. Então amarrei em meu pescoço e pulei. — Sehun fechou os olhos respirando fundo, Kai abaixou minha cabeça colocando a mão na perna de Sehun.
— Você não precisa contar nada disso se não quiser Sehun — ele sorriu
— Minha mãe costumava a dizer para mim, "Um coração selvagem sempre será capaz de superar qualquer dor. As cicatrizes se fecham com o tempo e mesmo que taquem sal, seu coração sempre lutará para te ver sorrir" — Ele sorriu me olhando, soltando um suspiro — Minha mãe lembra muito você Kai — Sehun segurou minha mão sorrindo — Cuidadoso, carinhoso, calmo, sincero, atencioso e estava sempre feliz! Já meu pai... Meu pai era todo ao contrário... — Me levantei com lágrimas nos olhos me sentando ao lado de Sehun.
— Tudo o que eu tiver que fazer para você ficar feliz irei fazer — Logo senti um beijo estralado vir contra minha cabeça e sorri. Todos pularam na cama ao redor de Sehun que agora estava calmo.
— Onde esta Luhan? — Sehun perguntou e o menino logo apareceu tímido e vermelho — Vem aqui — Luhan não se conteve e logo pulou em cima de Sehun, todos se surpreenderam ao verem um beijo começar ali. Começamos a bater palmas e logo Luhan começou a abraçar Sehun. Todos pularam em cima dos dois que riam alto.
Como alguém podia judiar de Sehun? Um menino tão radiante, tão feliz? Kai se sentiu perdido ao ver tal desespero e saber de, tal história... Nunca poderia imaginar que algo do tipo tivesse acontecido a ele, ele é muito bom em esconder os sentimentos.
— Okay, agora saiam de cima dele, tenho que fazer um curativo nessa testa antes que ele tenha um derrame. — Kai falou e todos riram saindo de cima do rapaz. Peguei as faixas, as gazes e uma pomada. Logo Sehun reclamou ao sentir a pomada gelada encostar em sua testa.
— Hyung, isso arde! — Kai sorri
— Sei, mas logo ira cicatrizar, igual todos esses machucados aqui — Kai apoiou seu dedo no peito do rapaz que sorriu — Não pense que você vai sofrer para sempre meu anjo, o mundo irá cobrar do monstro que te machucou desse jeito. — Kai sorriu para Sehun abraçando o mesmo — Agora vamos tomar o café, fiz panquecas e uma geleia de morango para passarmos nas torradas
— Eba! — Sehun se levantou animado e assim foram
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The Lucky Ones
FanfictionO amor da minha vida tinha ido embora sem ao menos me dizer adeus, isso parece ser um pouco clichê, mas sofri todos anos quando ele esteve longe, ele nunca ligou, nunca me explicou o porque de ter sumido sem ao menos me dizer aonde ia é porque estav...