Kai limpava a casa, via os brinquedos jogados por todo canto, eram bonecas, roupas de bonecas, panelinhas de brinquedo e todos os acessórios que a garotinha poderia ter. Suspirou enquanto colocava os brinquedos na caixa rosa, imaginando por tudo o que passou, com Kyungsoo. Se assustou ao ouvir um berro fino e desesperado, ouviu os passos pequenos e rápidos, e logo foi de encontro com a filha, que apareceu completamente em choque na sua frente.
— Jiwoo o que foi? — Perguntou Jongin esperando alguma resposta da garotinha que tinha os olhos assustados
— Papai, Papai, ele caiu no banheiro — Kai não pensou duas vezes, correu escadas acima, sentindo-se um pouco desesperado. Deu de cara com D.O, encostado na parede branca do banheiro, respirando ofegante, e se lembrou dos momentos antigos, quando o rapaz tinha aqueles desmaios repentinos. Correu para ajuda-lo, se abaixou na frente do mesmo e o encarou assustado.
— Soo... O que aconteceu? — Ele negou
— Eu apenas escorreguei... Não foi nada demais — Kai sentiu o coração apertar, sabia que o mais velho estava mentindo descaradamente.
— Não mente para mim, Soo, por favor... O que você sentiu? — Ele negou — Por favor Soo, para de mentir para mim — Os olhos do mais velho caíram, a mão foi levada até a ponta da blusa, Jongin sentiu o coração bater rápido, fazendo sua cabeça rodar. As marcas roxas estavam de volta, depois de anos, elas haviam voltado.
— O câncer voltou... — Kai se sentou no chão, se permitindo chorar. Do outro lado, D.O apenas segurava as lágimas, sabendo que nada mais podia ser feito, sabia que se não fosse o mais novo, ele nem tentaria se curar novamente, estava cansado da quimioterapia, dos remédios, das tonturas e da falta de força. Estava cansado das dores causadas pelos efeitos dos remédios fortes que tinha que tomar. Jongin correu para os braços do mais velho, sentindo o mesmo o segurar com força e finalmente deixar as lagrimas tomarem conta de si. Não queria ir embora agora, logo agora que finalmente tinha firmado os pés, não queria deixar o marido, e muito menos a filha, que lhe foi o maior presente em vida. Sorriu segurando o rosto do mais novo e depositou um breve selar nos lábios grossos.
— Eu ainda estou aqui meu amor... Vou me cuidar mais uma vez, ficarei aqui ainda por muito tempo Jongin, eu te prometo... — Kai abraçou o mais velho com força, Jongin não imaginava a vida sem ele, porque ele era toda sua estrutura. Suspirou e se depositou um beijo longo nos lábios com formato de coração.
— Uhhhhhh, mais que beijão — Os dois riram da expressão engraçada da garotinha que entrou sorridente no banheiro
— Sua enxerida — Jongin falou cutucando a menor que sorriu
— Eu não queria atrapalhar, porém, sou uma criança e estou morrendo de fome... Então eu iria amar se os dois pombinhos levantassem dai e fossem se arrumar... A casa do tio Chanyeol é muito longe — D.O agarrou a garota que gargalhou alto, fazendo Jongin sorrir junto.
— Vá arrumar sua mochila, nós já estamos indo — Ela assentiu e depositou um beijinho carinhoso na testa de cada um. Se olharam por alguns instantes e sorriram. Eles podiam passar por cima daquilo, mesmo que o cansaço de D.O, o fizesse querer desistir, mas ter aqueles dois sorrisos, o fazia repensar.
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Baekhyun corria de um lado para o outro, abandonou a vassoura perto da pia e foi arrumar a mesa para o cafe dá manhã. Fazia um tempo que não via os amigos, as coisas estavam corridas para todos, filhos, trabalho e ainda ter que cuidar da casa. Surtou ao se virar e ver que a vassoura verde com fios laranjas havia sumido de sua visão. Procurou pelos cantos, mas tinha certeza de que ela estava na frente da pia.
— CHANYEOL? — Gritou não tendo resposta — CHANYEOL CADÊ A VASSOURA HEIN? — A resposta fora duas gargalhadas altas, se indignou! Subiu as escadas bufando, indo em direção a porta azul com algumas nuvens, abriu a mesma e quase caiu para trás, ao ver uma cabana de colchoes, cobertores, travesseiros e a sua amada vassoura — Eu não acredito que estou arrumando essa casa sozinho, soando igual um camelo, e vocês estão brincando de cabaninha, fazendo uma mega bagunça, no quarto que arrumei a três minutos atrás! — Não demorou muito e Chanyeol colocou a cara para fora, vestindo um óculos maior que o rosto e uma toca de papel noel.
— Amor, você deveria entrar na nossa mansão de filme mexicano — Negou e puxou a vassoura, antes que lhe desse a louca e ela fosse parar na cara do marido.
— Quero que vocês arrumem essa bagunça Park Chanyeol — Chanyeol fez um biquinho para o marido, porque sabia que ele não resistia ao seu poder de sedução. Baekhyun sentiu o coração pular, mas se segurou e saiu dali, antes que ele pulasse em cima do maior. Desceu as escadas, disposto a terminar aquela louça antes de os amigos chegarem, ainda ouvindo as risadas altas escaparem do quarto mal arrumado. Vidrou os olhos na louça, mas logo deixou as mesmas irem contra o chão. Se assustou ao ver um rapaz observava-lo tão perto do vidro da janela. O rapaz correu para fora do quintal e Baekhyun se sentou na cadeira próxima, sentindo o coração doer. Chanyeol se apressou, correndo até a cozinha, vendo o menor respirar ofegante, encarando a janela.
— Byun o que foi? — Perguntou vendo o marido completamente pálido, se preocupou e se abaixou, sentindo o suor frio do outro — Baekhyun, você está bem? — O rapaz negou respirando fundo — O que aconteceu? Me diz? — Baekhyun suspirou, tentando concentrar a respiração.
— Um rapaz... Apareceu... Ai — Chanyeol segurou o corpo mole e xingou o rapaz que tinha feito aquela brincadeirinha de mal gosto. Levou o marido para o sofá, deitando o mesmo lá. Soprou o rosto do mesmo algumas vezes, sentindo o coração alheio se acalmar. Baekhyun sempre que ficava muito nervoso passava mal. Chanyeol se sentiu aliviado ao ver os olhos e abrindo aos poucos e sorriu para o marido.
— Ele... Ele me assustou! — Chanyeol assentiu e beijou os lábios finos do marido.
— Vou terminar a louça, fique aqui, vou te trazer algo — Baekhyun assentiu se sentando, encarando o nada enquanto pensava se conseguia se lembrar do rosto daquele infeliz. Negou para si mesmo e suspirou, jogando a cabeça para trás.
— Papai... — O garotinho veio correndo, sentando-se ao lado de Baekhyun, que sorriu — Fiz esse desenho para o tio Soo, Jiwoo me disse que o tio Soo caiu no banheiro hoje — Baek arregalou os olhos e gritou Chanyeol, que pulou de um comodo para o outro como se fosse um raio!
— O QUE? O QUE VOCÊ TEM? — Baekhyun negou
— Seph disse que a Jiwoo falou a ele que o Soo caiu no banheiro hoje! — Chanyeol franziu o cenho encarando o chão
— Caiu? — J.Seph assentiu se levantando no sofá
— Sim, Jiwoo disse que o tio Jongin chorou... Que ouviu ele dizendo que um negócio chamado câncer tinha voltado — Chanyeol derrubou o prato que tinha nas mãos e Baekhyun arregalou os olhos!
— Chanyeol...
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The Lucky Ones
FanfictionO amor da minha vida tinha ido embora sem ao menos me dizer adeus, isso parece ser um pouco clichê, mas sofri todos anos quando ele esteve longe, ele nunca ligou, nunca me explicou o porque de ter sumido sem ao menos me dizer aonde ia é porque estav...