Tudo Vai Ficar Bem

4.9K 500 54
                                    

ANASTÁSIA STEELE

 

Acordo com o barulho irritante do despertador tocando em meus ouvidos. Tateio a mesa e o desligo. Sento-me sobre a cama e sinto meu coração disparar quando vejo a porta do meu quarto, aberta. Olho para o lado e só vejo Daniel na cama. Levanto-me em um salto e corro para a sala.

Olho para os lados, mas não vejo Eliza.

Merda!

—Liz? —Chamo, mas ela não aparece. —Eliza!

Vou em direção aos outros cômodos, mas não vejo minha sobrinha. Ouço a voz de Carla e seu namorado asqueroso e sinto meu coração congelar. Caminho até a última porta do corredor e quando a empurro vejo os dois em cima da cama enquanto Eliza está no cantinho chorando e olhando toda a cena apavorada.

—Mas que merda! —Grito.

Corro até Eliza e a pego em meus braços tampando seus olhos.

—Vocês ficaram malucos?! —Grito.

—Venho participar da festa filhinha? —Bob pergunta e a raiva me sobe.

—Não! Eu vim para informar que estou indo agora na delegacia denunciar vocês por molestarem uma criança de dois anos, e outra de sete. E por duas tentativas de estupro. Que tal assim?

Saio do quarto e bato a porta sentindo o ódio me dominar.

—Anastásia venha aqui. —Carla diz vindo atrás de mim, ainda nua. —Você não pode fazer isso.

—Calma a boca sua vadia nojenta! —Grito sem paciência.  —Eu disse que se você encostassem em um deles, o acordo acabava! Eu vou destruir até a sua última lágrima.

—Nós não a tocamos. Ela entrou porque quis!

—Não. —Grito. —Ela tem dois anos, deveria estar com fome e foi te chamar. Eu já disse que você deveria trancar a merda da porta! O acordo está desfeito. Ouviu?

—Cala a boca garota! —Carla grita e desfere um tapa em meu rosto. —Você não vai a lugar algum. Eu sou sua mãe e digo que não vai.

—Você. É. Apenas...  Uma prostitua asquerosa, não diga nunca mais que é minha mãe.

—Leve a Eliza para o quarto, nós vamos conversar.

Coloco Eliza no chão e ela fica abraçada as minha pernas. Olho para Carla e vejo Bob aparecer atrás dela segurando um cinto. Fecho meus olhos e sinto o primeiro golpe do cinto no meu braço. Eliza grita e aperta mais minhas pernas. Abro meus olhos e fico encarando Carla enquanto ela usa o cinto para me bater em todos os lugares.

Não movo um músculo. Apenas mantenho Eliza atrás de mim. Nem sequer deixo as lágrimas caírem, aliás, nem existem lágrimas.

Sinto o sangue escorrer em algumas partes e os gritos de Eliza não param. Vejo Carla levantar a mão com o cinto, mas sou mais rápida e seguro seu pulso.

—Eu sou sua mãe, solte meu pulso. Estou fazendo isso para você aprender.

—Cala. A. Merda. Da. Sua. Boca! —Grito arrancando o cinto de sua mão e o jogo no chão. —Eu combinei que se você não tocasse neles, eu ficaria calada sobre tudo, mas isso já é demais. Vocês dois vão se ferrar!

Viro-me e pego Eliza no colo. Caminho até o meu quarto e bato a porta trancando-a coma a chave. Daniel me olho horrorizado e cobre o rosto. Caminho até a cama e coloco minha sobrinha sentada.

—Desculpa titia. Desculpa. —Ela implora chorando.

—Está tudo bem. —Sussurro. —Dani?

—Não titia. Não. Eu não posso te ver assim. Não posso. —Ele diz chorando.

Então, Deixe-me Amar-teOnde histórias criam vida. Descubra agora