Capítulo 20

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O começo do capítulo é um pouco amargo, juro que passei mal depois que escrevi. Mas como toda noticia ruim, logo depois vem uma doce. Uma surpresa que espero que vocês gostem e curtam a música :)

" ... Preciso de uma amiga acessível...

      Preciso de uma que sempre me escute....

   ( Nirvana -  About a  girl )


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Charlie...

Entrei no avião sem nem saber como, de tão drogado e bêbado que estava saindo de Nova York, me sentindo um cachorro vira-lata lambendo as suas feridas. O corpo da minha doce Catherine já tinha chegado na Inglaterra e foi encaminhado direto para a funerária que meu assessor contratou. Entorpecido de dor e desgosto, desço as escadas do avião particular, com Lisa e meu assessor praticamente me segurando pelos braços para tentarem me manter em pé.

Nesse meio tempo aterrorizei todos os meus empregados querendo uma cerimônia perfeita, Catherine viveu como uma princesa e seria enterrada como uma rainha, a minha rainha. Mandei enfeitarem todo o funeral apenas com rosas vermelhas. Pelo Skype escolhi o vestido vermelho de seda que dei de presente, um vestido que ela nunca usou e nas suas mãos seria enrolado um terço, branco de pérolas.

Fungo antes de entrar no carro, ainda tonto, bebendo mais do uísque, sentindo toda uma dor atravessar a minha alma. Eu nem sequer poderia me despedir, dar o último beijo. O caixão iria ser lacrado, por causa das condições do corpo da minha doce rosa vermelha.

— Coloca a música daquela cantora que ela tanto gostava — Grito para o motorista, um pouco doido. Segurando os saquinhos vazios do pó, já sentindo falta de uma nova carreira.

O motorista me encara, observando com pena a minha blusa amassada, o trapo o humano que sou hoje.

— Me desculpa, o senhor mandou jogar tudo fora. Com todo o respeito senhor West, o senhor não aprovava as músicas que senhora Catherine escutava. — Ele segura a porta do carro, aberta — Fiz o que o senhor mandou, joguei todos os cds e pen drive fora, deixando a apenas as músicas que o senhor deixava ela escutar. Eu sinto muito pela sua perda senhor, a senhora West Allen era um doce de pessoa, é uma pena ela ter morrido tão jovem. Principalmente nessas circunstâncias.

Como um soco na alma encaro o motorista lembrando de Catherine. E percebo que não tenho uma lembrança da minha rosa, nem lembro nenhum nome das músicas doidas que ela costumava escutar e adorava dançar quando eu não estava por perto.

O quanto da minha doce Catherine eu tive? Apenas aquelas malditas flores e jardins que ela parecia tanto amar mais do que a mim? E eu com ciúmes mandei acabar com todas, com cada pedaço daquelas plantas, enquanto ela chorava silenciosa e linda da janela do nosso quarto.

Perigoso desejo - Série destinos traçados, Livro 5Onde histórias criam vida. Descubra agora