6 anos depois
Eu estava sendo dispensado. Nada mais gratificante do que poder voltar para casa, mas claro, isso estava acontecendo por causa de um ato. E todo ato gera uma consequência. Esse ato foi salvar um amigo. E essa consequência foi perder uma parte da minha perna. Eu ainda não havia informado isso para a minha família. A parte da perna. Apenas disse que tinha sido dispensado pelos trabalhos já feitos pela nação. Por causa da minha tia, sempre que eu pedia demissão ou desistia do exército, meu pedido era recusado. Até hoje. Eu estava feliz, olhava uma foto minha e de Kayla no colégio enquanto alguns colegas me ajudavam a guardar minhas coisas. Eu sentia muita falta dela.
- Será que sua garota ainda está te esperando Gabriel? – brincou um deles e eu sorri.
- Mesmo se não estiver, eu vou consegui-la de volta. – respondi piscando para ele e todos começaram a algazarra. Kayla deveria estar uma mulher muito bonita. Minha mãe havia mandado uma carta dizendo que ela tinha deixado de sonhar sobre a escola de jornalismo, para fazer enfermagem após um grande incentivo de tia Mel. Agora ela estava no seu quarto ano de faculdade e possivelmente deveria ser chamada para sair por muitos caras. Eu estava doido para vê-lo. Tanto que não conseguia ficar parado na minha cadeira de rodas, eu poderia parecer seguro na frente deles, mas na verdade não estava. Estava com medo dela realmente ter achado outra pessoa.
- Primeiro – Tenente Gabriel Owen Smith – chamou meu superior e com a ajuda dos meus companheiros e da prótese da perna consegui ficar em pé.
- Primeiro – tenente Gabriel Owen Smith! – gritei batendo continência.
- Descansar – mandou – Tenho um comunicado para você. – falou ele e eu assenti - A nação agradece todos os seus serviços e por ter salvado um de seus companheiros. É com pesar que dispensamos você dos nossos cuidados. Esperamos que consiga tudo o que deseja agora. E como agradecimento por todos esses anos, a nação te concederá a aposentadoria. – falou e eu sorri alegre. Pelo menos ter me alistado estava servindo para alguma coisa. Agora eu precisava achar um novo sonho. Pois medicina ou gastronomia estavam fora de questão.
- Muito obrigado senhor! – agradeci e voltei-me a sentar. Tudo já estava pronto para que eu voltasse aquela tarde mesmo para casa e chegasse no outro dia de noite. Mas eu não me importava. Eu estrava muito feliz. Eu estava voltando para casa. Voltando para Kayla.
Depois de quase vinte horas dentro de um avião, decidi que iria demorar um pouco para que eu quisesse voltar a andar em um. Olhando para o meu celular acabei por achar o que eu tanto pesquisava. Uma casa de madeira em uma cidade perto de onde meus pais moravam, ficava perto de um lago e tinha uma floresta ao lado também, mas não ficava longe da cidade, dava para ir a pé se precisasse. Era mediana e bonita. Parecia agradável aos meus olhos. Sorri com a imagem que navegava em minha mente nesses últimos 6 anos. Eu sempre tinha sonhado em morar em um lugar assim com Kayla, tendo nossos filhos e sendo felizes. Eu como médico e Kayla como professora de literatura.
Eu ainda me lembrava da promessa que tinha feito a Kayla. Sobre nos casarmos um mês depois que eu voltasse. Eu tinha guardado por todos esses anos mais da metade do meu salário para a festa e a compra da casa. Eu queria que tudo saísse perfeito. E eu rezava todas as noites para que ela ainda estivesse à minha espera.
- Mãe? Pai? – gritei entrando dentro de casa, olhei o relógio e deduzi que eles tinham saído. Era sexta à noite, não tinham motivos para ficarem em casa. Principalmente se eu não tinha contado que estava voltando. Liguei para tia Mel para saber onde eles possivelmente poderiam estar para que eu pudesse fazer surpresa.
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Quando o Amor Acontece
Lãng mạnO que é o amor? Eu sinceramente não sei explicar. Por mais que eu ache que sou adotado Mamãe e Tia Mel vivem dizendo que sou muito parecido com o meu pai - Nicolas Smith. Mas como eu não posso desconfiar de um homem que nunca vi? Mas mamãe insiste e...