Capítulo 9

170 10 3
                                    

Tudo parecia girar, eu não entedia por que aquilo foi acontecer justo agora. Não existia nenhuma lei que falava que não se podia ir ao supermercado 24 horas e ficar por lá. Como eu iria olhar pra  Kayla agora? Por mais que ela estivesse tentando aliviar as coisas com piadinhas ou algo assim, isso estaria no registro dela, assim como no meu. Seria difícil entrar em uma faculdade. Para onde eu levei ela? Merda! Pai, me ajuda. O que o senhor faria nessas horas?

Depois de sermos colocados em uma cela abaixei a cabeça envergonhado e sentei me na cama. Kayla logo se sentou ao meu lado e deitou a cabeça no meu ombro. 

- Eu - comecei - Eu estou muito envergonhado. De todos os dias, isso foi acontecer justo agora. Por que ela não me avisou sobre isso?

- Porque ela também não imaginaria, ele ainda é muito criança! - acusou - Ele me deixa nos nervos isso sim! E eu também acho que já sei por que ela terminou com ele. - falou começando a tagarelar, eu dei uma risadinha. Kayla não tagarelava, era sempre concentrada e perfeita. 

- Tudo bem, tudo bem - falei fazendo ela parar de falar - Eu já entendi. É injusto e eu não tenho a ver com os problemas do triângulo amoroso da minha mãe, certo? - perguntei e ela assentiu sorrindo. 

- Na verdade, você é o centro dele. Sabe como se fosse um triângulo equilátero, sua mãe, seu pai e o policial criança ai seriam os eixos de simetria. Mas óbvio seu pai e o policial seriam aquelas que se interligam do lado e a sua mãe é aquela passada pelo meio de ambos tendo você em foco. - ela tentou explicar. 

- Matematicamente falando? - brinquei  - Acho que esta mais para um triângulo isósceles ou escaleno 

- Quem sabe um obtusângulo?

- Um ângulo maior de noventa graus e os outros dois menores?

- Sim, deste jeito seu pai não estaria na mesma amplitude de alcança a você como o Policial tem. Acho que o caso do policial é que ele não aceitou até agora que levou um pé na bunda! - acusou cruzando os braços. Como havíamos deixado nosso problema de estar preso de lado? Quando passamos a tentar explicar o problema da minha mãe com matemática? Kayla realmente era diferente das outras garotas.

- Qual dos dois vai ligar para o pai ou a mãe vim buscar? - perguntou o policial aparecendo do nada. 

- Eu vou. - falei e Kayla assentiu. Liguei três vezes para o número da minha mãe mas ele só caia caixa postal, meu pai atendeu depois de duas chamadas perdidas. 

- Alô? - sua voz era grogue, como se estivesse dormindo. 

- Pai? Sou eu o Gabriel. - falei e comecei a relatar para ele o que aconteceu. Pude escuta-lo resmungar e xingar Fabricio, uma voz feminina começou a falar com ele. Essa voz era muito diferente da voz da minha mãe, era sussurrada e rouca, meu pai respondeu e logo depois voltou a falar comigo.

- Já estou indo te buscar - falou com uma voz de poucos amigos. Eu não sabia muito sobre o meu pai, mas o pouco que eu sabia me dizia que ele se deixava levar por sentimentos muito rápido. Ou seja, se ele estava irritado, ele iria querer demonstrar isso de alguma maneira. Voltei para a cela, Kayla saiu cruzando os braços e de nariz empinado.

Depois de alguns minutos pude escutar Kayla gritando.

- Sai de perto de mim, seu pervertido! Me larga! - gritou ela.

- Ei! - gritei - O que está acontecendo? - perguntei preocupado. Fabricio não estaria fazendo aquilo com Kayla ou estaria? Minhas pernas tremiam.

- Cala a boca sua vadia! - gritou ele aparecendo com ela a puxando pelos cabelos. Ele abriu a porta da cela e a jogou lá dentro, eu logo fui para o seu lado.

Quando o Amor AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora